A temporada dos exageros está no ar. Os gestos largos, diálogos didáticos e a estética à mexicana, beirando o kitsch, chegaram com tudo ao streaming. A relação de amor e ódio entre o público brasileiro e as produções mexicanas não é de hoje e vem mais marcada pelo sucesso de produções como Chaves e as novelas exibidas pelo SBT. Agora, chegou a vez de o streaming se valer desse filão.
Estreia hoje na HBO a série A garota da limpeza. O drama traz a história de Rosa, faxineira que precisa se dividir entre dois empregos para conseguir 80 mil pesos, dinheiro necessário para uma cirurgia do filho dela, Felipe, nos EUA. Ela bate ponto numa fábrica de produtos químicos e, depois, vai para a casa dos Valladares, família de empresários e uma das mais ricas da cidade.
O problema é que o tempo de Rosa está terminando, pois o visto para o menino e ela irem para os EUA está para sair. Além dos salários, Rosa conta com a ajuda — e com a paixão não declarada — de Cláudio, que dá as economias de uma vida a ela. Mas isso não é o suficiente.
Durante uma noite de trabalho numa festa dos Valladares, Rosa acaba sendo testemunha de um crime cometido pela máfia mexicana. É o caminho para que ela seja obrigada a se envolver cada vez mais nos crimes do grupo. Por outro lado, é também um modo de conseguir dinheiro rápido e mandar Felipe para os EUA.
Além dessa trama de mistério, A garota da limpeza explora o drama pessoal de Rosa com a família dela e as confusões familiares dos Valladares. É aí que a série da HBO assume mais a faceta mexicana que conhecemos. Isso está presente desde a abertura — ao som do clássico Quizás, quizás, quizás — aos diálogos sempre tensos, passando pela traição de Sonia (esposa do patriarca Carlos) com o personal trainer Gabo e pela frustração de Carlos, que planejou que Rodrigo herdasse os negócios da família, o que não está nos planos do rapaz.
Além disso, A garota da limpeza traz temas como machismo, exploração sexual, drogas e a investigação de uma série de assassinatos.
O Globoplay também se rendeu às novelas e séries mexicanas. O serviço de streaming da Globo fez ampla campanha de divulgação do projeto que inclui títulos que fizeram sucesso no SBT nas décadas de 1990 e 2000, como A usurpadora e Maria do Bairro, entre outras.
O primeiro título do projeto é a minissérie Rubi, já disponível no catálogo do Globoplay desde a última terça-feira. Na trama, criada em 2020 para as redes Televisa (México) e Univisión (EUA), a jornalista Carla Rangel tem um projeto pessoal: fazer um documentário sobre a cantora Rubí Pérez Ochoa.
A desculpa de Carla para se aproximar de Rubí é a curiosidade pela artista, considerada a mulher mais odiada do México. Mas a verdade é que Carla está intimamente ligada ao passado de Rubí. Uma curiosidade é que o roteiro da minissérie passeia entre o presente (no caso, 2040) e o passado (2020). É assim que, aos poucos, vamos descobrindo o motivo do ódio dos mexicanos por Rubí e os responsáveis por isso.
Mistério que movimentou o ranking de séries mais vistas por brasileiros na Netflix, Quem matou Sara? é um mistério bem à mexicana. As duas temporadas da série — disponibilizadas com intervalo pequeno entre uma e outra — mesclam mistério e drama na medida certa.
A trama mostra Alex saindo da prisão após 18 anos. Ele foi preso ao assumir o assassinato da irmã, Sara, crime que não cometeu. Agora, ele quer mais do que justiça: quer vingança contra quem matou Sara. Para ele, está tudo ligado à família Lazcano, cujo patriarca, César, foi quem convenceu Alex a proteger Rodolfo, filho de César e namorado de Sara.
Com várias reviravoltas — muitas mal explicadas —, o roteiro de Quem matou Sara? traz suspense, mas também aposta em drama e nos muitos segredos que envolvem a família. Na segunda temporada, os segredos se voltam mais para o passado de Sara.
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