Após dar vida a Adão em Gênesis, Carlo Porto aposta em projeto musical

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Em entrevista ao Próximo Capítulo, Carlo Porto conta da experiência em Gênesis, dos projetos futuros e da inserção na vida artística

O ator Carlo Porto estreou este ano como Adão na primeira fase da novela Gênesis, da Record. Atuando ao lado de Juliana Boller, que interpretou Eva, ele participou do início da narrativa inspirada na Bíblia Sagrada iniciada com a história de Adão e Eva.

“Pouquíssimos homens no mundo tiveram o privilégio de interpretar Adão. E de todos eles, talvez, eu tenha sido o único a fazer isso com a profundidade que fizemos. Nas pesquisas não encontramos nada que tenha sido produzido para dramaturgia mundial em tevê ou cinema que chegasse perto daquilo que nós alcançamos. Foi realmente um desafio!”, define Porto.

A trama, apesar de se inspirar num livro antigo, tem uma pegada pop e aposta nos efeitos visuais. “Contracenar com algo que só existe na sua imaginação requer criatividade. Mas não é complicado não. As crianças, por exemplo, fazem isso o tempo todo. Então acaba sendo divertido”, explica o ator.

Após o fim da primeira fase, Carlo Porto não descarta um retorno. Quem sabe, num flashback: “O mundo da televisão é imprevisível”. Agora, ele aposta num projeto musical de jazz. “No final de 2020 entramos no estúdio, gravamos algumas coisas e adoramos o resultado. Então vamos levar isso pro público nos próximos meses”, conta.

Entrevista // Carlo Porto

Gênesis estreou na Record e você fez parte dessa primeira fase dando vida a Adão. Como se preparou para viver esse personagem tão conhecido no imaginário do público?

O personagem foi um presente. Pouquíssimos homens no mundo tiveram o privilégio de interpretar Adão. E de todos eles, talvez, eu tenha sido o único a fazer isso com a profundidade que fizemos. Nas pesquisas não encontramos nada que tenha sido produzido para dramaturgia mundial em tevê ou cinema que chegasse perto daquilo que nós alcançamos. Foi realmente um desafio! Trabalhamos durante aproximadamente três meses na preparação. Nesse período fizemos muita leitura do material que tínhamos à mão. Além dos roteiros e da própria Bíblia haviam outros textos de apoio como Adão e Eva: a primeira história de amor de Bruce Feiler e Ascensão e queda de Adão e Eva de Stephen Greenblatt. Tivemos também workshops com historiadores, assistimos a vários filmes de referência indicados pelo nosso diretor geral e fizemos uma vivência incrível nas instalações da Casablanca. Isso só pra começar. Grande parte do trabalho foi feito dentro da sala de ensaio com nossa preparadora Fernanda Guimarães. Lá fizemos pesquisa de corpo e de voz, trabalhamos com técnicas teatrais modernas, enfim… Passamos cada uma das cenas de diversas formas diferentes. Tudo isso pra que quando chegássemos no set de gravação não houvesse desgaste desnecessário. Foi a melhor preparação para um produto de tevê que eu poderia imaginar.

A novela tem uma pegada mais pop, apesar de abordar a história de um dos livros mais antigos da humanidade. Como foi dosar passado e contemporaneidade?

Trabalhamos com um texto que não tinha nada de arcaico. Pelo contrário, acho até bastante atual. Já tínhamos este “passado” nos cenários, na caracterização, na própria história… Não precisávamos de mais nada além daquilo que já estava posto. Era preciso trazer aqueles personagens para o “aqui e agora”. Eles não podiam ser pessoas distantes de nós porque é preciso existir identificação com o público e eu acho que conseguimos isso. As pessoas se envolveram muito com nossa história.

Há diversos efeitos especiais na novela, principalmente, na fase de Adão e Eva. Quais foram os desafios de contracenar com chroma key?

Contracenar com algo que só existe na sua imaginação requer criatividade. Mas não é complicado não. As crianças, por exemplo, fazem isso o tempo todo. Então acaba sendo divertido. Agora, as questões técnicas é que são mais complicadas. Foi preciso fazer as cenas diversas vezes e de formas diferentes porque tem sempre uma delas que vai facilitar o trabalho da equipe na pós-produção. Aliás, para se chegar no resultado final que nós vemos na tevê contamos com uma equipe de profissionais incríveis que trabalham em tempo integral.

Poderemos vê-lo em outras fases de Gênesis? Ou em outro papel ou em flashbacks?

Olha, quem sabe!! O mundo da televisão é imprevisível.

Quais são seus planos e projetos para este ano?

Tenho um projeto muito especial de música onde canto standards de jazz. Reuni alguns dos melhores músicos de São Paulo para estarem comigo nisto. A banda tem a formação clássica com um piano, uma bateria, uma guitarra e um contrabaixo. No final de 2020 entramos no estúdio, gravamos algumas coisas e adoramos o resultado. Então vamos levar isso pro público nos próximos meses.

Você tem uma carreira consistente desde 2008. Como tudo começou para você na atuação?

Comecei na moda, mas meu objetivo sempre foi meu trabalho como ator. Através de um eu consegui preparar o terreno para o outro. Na minha família não tem artistas, eu inaugurei este lugar. Além disso, não somos ricos. Então tive que ralar muito. Trabalhava e guardava meu dinheiro ou investia na minha formação. Foi assim, aos poucos. A vida de 99,9% dos artistas do nosso país não é fácil. A gente coloca um tijolinho hoje, outro amanhã. E assim a gente vai caminhando nessa corda bamba. Mas eu olho pra trás e sinto orgulho. Nunca fiz nada que ferisse meus princípios. Consegui realizar um sonho que era constituir uma família, tô muito feliz.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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