Agatha desde sempre estreia com boa mistura de bruxaria, terror e comédia pastelão

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Único lançamento da Marvel para streaming em 2024, Agatha desde sempre surpreende pela ousadia; Próximo Capítulo conta as primeiras impressões

Por Pedro Ibarra

A Marvel decidiu que em 2024 passaria despercebida aos olhos do público. Com Deadpool e Wolverine como único lançamento nos cinemas, o estúdio lança hoje a primeira e única série live action do ano: Agatha desde sempre. O seriado protagonizado por Kathryn Hahn e assinado pela showrunner Jac Schaeffer chega a Disney+ com episódios semanais.

A série é situada três anos após os eventos de WandaVision e acompanha a vilã Agatha Harkness (Hahn) em uma empreitada para conseguir de volta os próprios poderes, perdidos após o embate com Wanda Maximoff. Ela junta um grupo de bruxas e todas precisam lidar com os traumas do passado para conseguirem alcançar o poder que almejam e assim se tornarem grandes feiticeiras novamente.

O fato de Jac Schaeffer estar no comando da série traz ainda mais a sensação de continuidade em relação a WandaVision, a diretora criou a série que abriu o universo televisivo da Marvel e agora, mais uma vez de forma despretensiosa, tem a oportunidade de surpreender o público que anda carente de produções com cara de novidade vindas do estúdio.

O Próximo Capítulo assistiu os quatro episódios iniciais e destaca o fato da série chegar sem fazer barulho, mas ser ousada nas escolhas. Agatha desde sempre mistura o oculto das histórias das bruxas e a mitologia de Salem com uma comédia mais exacerbada do que a comum no Universo Cinematográfico Marvel. A série aposta por vezes no pastelão e não se leva a sério propositalmente nas situações para gerar um ar de leveza e paródia.

Assim como WandaVision, as referências são cruciais para Agatha. A série bebe nas produções cinematográficas e televisivas sobre feitiçaria para criar uma estética obscura, mas com toque de deboche que as personagens bruxas carregam. Kathryn Hahn é soberana e dá o tom perfeito proposto pelo seriado.

A mescla de gêneros também abre um leque de opções muito interessante para os episódios. É possível rir e se assustar com poucos minutos de distância. A série não se acanha em fazer cenas com elementos de terror e logo depois brincar com o risível e os atores flutuam muito bem entre os dois extremos.

A narrativa é conduzida, no entanto, de forma simples. As personagens são inseridas em desafios como em qualquer aventura. Essas provações seguem um mesmo formato, mas não deixam de divertir. Alguns mistérios são levantados nesses primeiros episódios e provavelmente podem ser boas reviravoltas no futuro.

Cedo demais para cantar vitória

Com um início promissor, Agatha desde sempre tem a faca e o queijo na mão para entregar uma série muito mais próxima do padrão estabelecido em WandaVision e Loki do que do fracasso de Invasão secreta e Eco. A escolha por fazer nove episódios também é crucial para desenvolver a história e não correr com as resoluções.

Porém, é crucial que o seriado mantenha a qualidade e abrace a proposta. Uma das principais falhas da Marvel recentemente está em sempre haver a necessidade de um final megalomaníaco, com ação e efeitos visuais. Neste caso é melhor seguir o que está dando certo, uma vez que a Marvel passa por um período difícil de popularidade e Agatha pode ser uma luz no fim do túnel para as produções televisivas do estúdio.

Com vários adiamentos e dificuldades com a crítica, a Marvel precisa, mais do que nunca, ser certeira. Agatha desde sempre abre a porta para um futuro melhor e mais autoral que havia sido prometido lá em WandaVision e pode efetivamente ser uma salvação para a pasteurização da Marvel.

Pedro Ibarra

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