Flor do Caribe volta amanhã, apostando em trazer leveza para um período conturbado, mas sem deixar de lado assuntos contemporâneos
A força dos autores veteranos continua a toda no departamento de dramaturgia da Globo. Do mesmo time de medalhões como Glória Perez e Manoel Carlos, Walther Negrão está de volta às telas. A partir de amanhã, a reprise de Flor do Caribe, novela que escreveu em 2013, ocupa a faixa das 18h, em edição especial.
A trama de Flor do Caribe aposta no triângulo amoroso no qual os amigos de infância Cassiano (Henri Castelli) e Alberto (Igor Rickli) disputam o coração de Ester (Grazi Massafera). Na verdade, ela e Cassiano namoravam quando Alberto arma uma armadilha para o amigo e o manda para Guatemala encontrar um suposto cliente que é, na verdade, um mafioso. Com Cassiano dado como desaparecido e grávida dele, Ester acaba se casando com Alberto. Mas Cassiano volta sete anos depois disposto a reconquistar a amada e a criar o filho.
O protagonista Henri Castelli lembra com carinho de Cassiano. “A novela tem muita cena de ação, aventura. Deu trabalho, mas teve muita alma nossa para dar certo. O Cassiano me mostrou um mocinho diferente. Depois de ser traído pelo Alberto da maneira que ele foi, ele tinha gana para retomar a família. Ele dá um soco na cara do melhor amigo. Na minha cabeça, mocinho não batia em ninguém”, afirma o ator, em coletiva on-line de lançamento da edição especial de Flor do Caribe.
Intérprete de Candinho, um rapaz ingênuo que tinha uma cabra como melhor amiga, José Loreto ressalta que, “além de ter aventura, romance, ação, essa é uma novela leve e solar”. Para ele, Flor do Caribe é um divisor de águas. “Me abriu um leque de oportunidades, me tirou do que os diretores costumavam pensar para mim. (Candinho) Está entre os personagens mais importantes da minha carreira. Depois disso fiz melhor amigo de protagonista, um lutador, fiz personagens mais variados”, explica.
Brasilidade é marca de Flor do Caribe
Quando uma novela volta a ser exibida a primeira questão que surge é: será que a trama e os temas trazidos ali ainda funcionam. O diretor Jayme Monjardim garante que, no caso de Flor do Caribe, a resposta é sim. “A novela mostra um Brasil que o Brasil não conhece porque pensa primeiro em ir pra Miami e esquece dos nossos destinos. Tudo em Flor do Caribe é atual: a brasilidade, a aventura, o romance. A pandemia vai fazer a gente olhar mais para o Brasil porque vamos poder viajar aqui dentro primeiro”, afirma o diretor, que ainda exalta “a fotografia linda que me deixou muito feliz.”
Temas como o racismo sofrido pela personagem Nicole (Cinara Leal) e o fascismo com que flerta Klaus Wagner (Sérgio Mamberti) também soam como mais do que atuais, na avaliação da atriz Cláudia Netto, que considera Guiomar o momento mais importante da carreira dela na TV. “Vivemos num tempo de fascismo, de racismo. Não tem como ser mais atual. A novela traz isso no personagem do (Sérgio) Mamberti”, afirma.
Klaus Wagner é o nome verdadeiro de Dionísio Albuquerque, avô de Alberto. Ele esconde de todos que é um procurado carrasco nazista responsável pela destruição da família de Samuel Schneider (Juca de Oliveira) no passado. Esse é apenas um dos segredos que o vilão guarda.
Paixões desencontradas, segredos do passado, muitas cenas enquadradas por praias belíssimas. Para Jean-Pierre Noher, o Duque, Flor do Caribe está mais atual do que quando foi exibida. “Esse é o momento exato para a volta de Flor do Caribe porque é uma novela para ser vista pela família inteira, junta no sofá”. Está feito o convite.