“A jardinagem deve tudo à varanda gourmet”. É assim que a paisagista e jornalista Carol Costa, que está à frente do programa A louca das plantas do GNT, explica o atual momento em que todo mundo quer uma plantinha em casa ou na mesa do trabalho para chamar de sua.
Para ela, a explosão da varanda gourmet deu espaço ao retorno das plantas à decoração. “Quem casa, quer casa. Quem tem casa, quer ter planta. A planta acaba vestindo e humanizando os espaços. Não existe lar sem planta. Você pode ter uma casa, mas só se torna um lar de verdade, quando se tem uma plantinha. Na hora que ela chega, de imediato, tem o aconchego. Até por isso, cada vez mais escritórios e lojas usam plantas, justamente para criar uma ideia de aconchego ao consumidor”, analisa.
Esse “boom” da jardinagem também foi o motivo que levou Carol Costa a assumir um novo projeto no GNT após duas temporadas de experiência no programa Mais cor, por favor, que leva o colorido à casa das pessoas por meio da decoração — e, consequentemente, das plantinhas. A boa repercussão das plantas no programa deu origem a outra atração, A louca das plantas, que estreia nesta sexta-feira (11), com exibição sempre às sextas, às 22h, no GNT.
Ao Próximo Capítulo, Carol Costa falou sobre o programa e o início da paixão pelas plantas.
Como veio a ideia de fazer o programa?
Eu fiz durante duas temporadas o Mais cor, em que a gente levava justamente a planta para a casa das pessoas. Começamos a perceber que o Mais cor poderia ser um começo de um programa de jardinagem. Ele trazia soluções de decoração, então a planta era uma coadjuvante. Mas a gente notou que a jardinagem começou a crescer e a planta tinha potencial para ser protagonista. Sempre digo que as plantas são muito carismáticas. As pessoas quando vêem já querem saber o nome, dizem que a avó ou mãe tinham. Percebemos essa mudança no perfil das pessoas. Me pediram um piloto e desde então estamos em negociações para viabilizar. O piloto foi em 2017, mas as filmagens em 2018.
O que podemos esperar do programa?
Ele lembra um pouco os programas de decoração, tem uma família, a gente chega na casa, faz um diagnóstico para entender como as plantas estão ali, quando existem… Se tem praga, doença, quais são as dificuldades dessa pessoa. Não basta encher a casa de planta e ir embora. Elas vão acabar morrendo. A gente precisa investigar um pouco a história da pessoa da casa, porque muitas vezes essa pessoa já tentou. A gente faz então um bom trabalho de detetive para descobrir o melhor formato de planta, se é de vaso, se é canteiro. Feito esse diagnóstico, a gente ensina a pessoa a comprar, vai junto num garden center, mostra um pouco de variedade e tem um desafio. Todos os episódios ensino algo básico e em cima dessas informações a pessoa precisa buscar uma planta dentro dessas características no garden center. Estou ali para reforçar, explicar e, eventualmente, corrigir. A gente sai do garden center juntos, chegamos na casa, que já foi previamente mapeada, e executamos o projeto. Ao contrário de outros programas, a maior parte das nossas intervenções é feita com a família.
Então existe um envolvimento do participante?
Num programa de decoração, quando o decorador vai embora, a mesa continua sendo uma mesa. Num programa de culinária, a pessoa come e acabou. Na relação com a planta, ela está viva, segue se desenvolvendo por muitos e muitos anos, até que digo que fica mais bonita depois que a gente sai, uns dois ou três meses depois. Por isso, esse é um programa um pouco diferente. Porque a gente tem a oportunidade de ensinar direitinho a cuidar. É muito empolgante essa parte de envolver a pessoa, colocar para plantar, de colocar a mão na massa, ou melhor, na terra. Não é só para a câmera ver, é para aprender.
As plantas voltaram com tudo nos últimos anos. A que atribui isso?
A jardinagem deve tudo que pode à varanda gourmet. O que acontece primeiro é que vieram os programas de culinária. Cada vez mais as pessoas estão animadas em cozinhar para as famílias e em exercitar os dotes culinárias. As varandas passaram a ser esse espaço, com mesa, cadeira, churrasqueira, forno de pizza, tanque de apoio. Esse lugar fica com cara de quintal e as pessoas começam a querer encher de plantas, que podem, eventualmente, serem usadas para cozinhar. Quem casa, quer casa. Quem tem casa, quer ter planta. A planta acaba vestindo e humanizando os espaços. Não existe lar sem planta. Você pode ter uma casa, mas só se torna um lar de verdade, quando se tem uma plantinha. Na hora que ela chega, de imediato, tem o aconchego. Até por isso, cada vez mais escritórios e lojas usam plantas, justamente para criar uma ideia de aconchego ao consumidor. Hoje os apartamentos estão cada vez menores, com cômodos mais enxutos, pés direitos menores, as pessoas trabalham em baias. A planta é o que humaniza essa selva de pedras. Ela ajuda a eliminar odores dos banheiros, serve para perfumar, é uma contra vista numa área de serviço, pode ter função de segurança ajudando a proteger ou sinalizar algo, pode quebrar vento. Existem jeitos super legais de usar a planta na decoração, na parede com um fio, em frente a uma caixa de eletricidade, ser usada para o resfriamento de uma sala.
Como começou a sua relação com as plantas? Como virou “a louca das plantas”?
Foi com a minha mãe. Ela sempre gostou muito de planta. Quando vim morar em São Paulo e sai de Araraquara, eu sentia falta da minha família e uma forma que minha mãe encontrou de se mostrar por perto, foi justamente colocar mudinhas de planta na minha mala. Eu estava preocupada com o meu começo de carreira, em pagar conta, fazer trabalho de faculdade. Eu não prestava atenção em planta. Para não deixar minha mãe chateada eu tomava cuidado no começo. Mas aos poucos a gente vai matando. Eu tinha vergonha de perguntar pra minha mãe como ela cuidava. Não queria que ela soubesse quando eu matava uma planta. Planta é tentativa e erro. Você vai observando como ela se desenvolve e quais sinais que ela te dá. Até hoje nos meus cursos falo que é preciso que a pessoa seja capaz de observar uma planta e entender se ela é mais de sombra ou de sol. As pessoas valorizam mais saber o nome científico, mas eu proíbo de falar. Não quero que eles falem, quero que eles entendam a planta.
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