A família Mitchell e a revolta das máquinas estreia nesta sexta-feira

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Animação A família Mitchell e a revolta das máquinas apresenta a estranha e heroica família que enfrenta as máquinas

(por Roberta Pinheiro)

Estreia nesta sexta-feira (30/4) na Netflix a animação A família Mitchell e a revolta das máquinas. Co-escrito e dirigido pelos roteiristas da série animada de televisão Gravity Falls Michael Rianda e Jeff Rowe, o longa acompanha os Mitchells, família que vai precisar salvar o mundo de um apocalipse robô.

No entanto, os Mitchell estão longe de ser uma família de heróis ao estilo Os Incríveis. Rick, Linda, Katie, Aaron e o pug Monchi estão mais próximos da realidade como conhecemos – inclusive, durante coletiva de imprensa, o diretor Michael Rianda confessou ter se inspirado no próprio pai e na família para escrever o roteiro. Cada um com sua personalidade e suas manias, juntos formam uma família maluca, engraçada, cativante e com problemas e confusões. A maior delas, sem dúvidas, é o apocalipse robótico, comandado por uma prima da assistente virtual Alexa.

A narrativa de A família Mitchell e a revolta das máquinas é conduzida pela filha mais velha, Katie Mitchell, uma verdadeira amante da sétima arte, com uma longa filmografia de vídeos publicados no YouTube. Em busca de sua tribo e de um local no qual seja aceita e compreendida, a jovem passa em uma faculdade de cinema – longe de casa – e conta as horas para embarcar na nova aventura. Em conflito constante com a filha, Rick, o pai obcecado pela natureza, propõe que a família viaje junta de carro para levar Katie para a faculdade.

A família Mitchell e a revolta das máquina tem revolta tecnológica

Assim, Katie e Rick se juntam ao resto dos Mitchell, incluindo a mãe extremamente positiva da jovem, Linda, o irmão apaixonado por dinossauros, Aaron, e o cachorro de estimação, Monchi. No entanto, não consta nos planos dos Mitchell uma revolta tecnológica comandada por uma assistente virtual que se rebelou contra seu criador depois que o jovem gênio do Vale do Silício apresentou uma atualização do dispositivo. A partir de então, os dispositivos eletrônicos que as pessoas adoram – de telefones e aparelhos, a uma nova linha inovadora de robôs pessoais – decidem que é hora de assumir o controle.

Enquanto todos os humanos são sequestrados pelos robôs, atraídos pelo anúncio de internet livre e gratuita, os Mitchell enfrentam torradeiras e eletrodomésticos ameaçadores, bonecos demoníacos e tentam superar os problemas familiares para trabalhar juntos e salvar um ao outro e ao mundo.

O longa tem produção de Pul Lord e Chris Miller, de Homem-Aranha no Aranhaverso. Além da excentricidade dos personagens, o filme mistura uma alta dose de humor com uma acelerada ação e um estilo de animação divertido, repleto de interjeições e desenhos da personagem que guia a narrativa. De acordo com Rianda, trabalhar com uma personagem que faz filmes e usar da própria estética e linguagem de Katie na animação concedeu à equipe uma maior experiência e liberdade criativa. “E nos permitiu aprofundar nas emoções dela e fazer algo mais pessoal”, comenta.

Repleto de referências às tecnologias e às redes sociais que temos hoje, A família Mitchell e a revolta das máquinas aborda a relação que construímos na contemporaneidade. “Essas tecnologias parecem monetizar a nossa atenção de uma forma que nos prejudica, mas eu também penso que elas podem nos aproximar das pessoas. Cabe a nós usar a tecnologia de uma forma que nos beneficie. Por isso, tentamos ter as duas versões no filme para ser honesto e espero que as pessoas possam tomar suas próprias decisões e interpretar o que significa para elas e o que elas querem levar”, afirma Rianda.

Apesar desse lado tecnológico, a animação é humana, nos mostrando que ser perfeito ou não, de acordo com os filtros do Instagram, não importa muito. “Não importa se você se sente perfeito ou se sente imperfeito, é sobre tentar fazer o que é certo. E, muitas vezes, o que você considera estranho, as características familiares que são esquisitas, é o que acaba te salvando, te ajudando e se tornando uma força”, pontua o diretor. “Esperamos que as pessoas que assistam ao filme percebam que uma das coisas mais importantes é que ser uma família é uma espécie de trabalho duro, mas vale a pena. Idealmente, se conseguirmos reunir as crianças e a família será o maior presente que posso receber”, completa.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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