Manuela Llerena vive a Deborah na novela Jesus e conta que vê em jovens de hoje questões enfrentadas pela personagem naquela época. Leia entrevista com a atriz!
Que personagem de época que nada! A atriz Manuela Llerena, a Deborah da novela Jesus, da Record, defende que a moça tem muito é de contemporânea.
“A história dela não se restringe à época de Jesus; até hoje é vivida por muitas jovens em casos como uma gravidez indesejada, uma maternidade solitária, abandono dos pais e a descoberta do amor”, justifica Manuela, que assistiu a vários filmes sobre abandono da mãe, a doação do próprio filho e a gravidez isolada da família para compor a personagem.
Para Manuela, Deborah tem uma função importantíssima em Jesus: representar o perdão. “Na religião eu diria que ela simboliza esse perdão, que após os erros cometidos ao longo da vida, ela tem a força e capacidade de se perdoar e seguir adiante”, afirma a atriz, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Antes de viver Deborah, Manuela Llerena chamou a atenção do público e da crítica como a Camila de Malhação ー Seu lugar no mundo. Ela vivia um romance com Henrique (Thales Cavalcanti), que era soropositivo. “A repercussão desse casal foi muito positiva. Tão positiva que a Globo criou a série Eu só quero amar para retratar a primeira vez do casal. Os fãs torciam muito para que Camila e Henrique ficassem juntos apesar de todo preconceito que a trama apresentava. Foi um grande aprendizado”, lembra.
Em entrevista ao Próximo Capítulo, Manuela Llerena fala sobre os desafios e aprendizados trazidos por Deborah e sobre a divisão entre as carreiras de atriz, autora e diretora. Confira!
Leia entrevista completa com Manuela Llerena!
Apesar de Jesus ser uma trama de época, a Deborah é uma personagem à frente do tempo dela. Como foi a composição dessa personagem?
Deborah foi um super presente para mim. Muitos traços da personalidade da personagem também aparecem no meu dia a dia, como por exemplo, ter coragem para enfrentar as escolhas da vida, estar sempre à procura de novidades, ser destemida. A minha composição foi abrir espaço interno para a partir das minhas vivências contar a história dessa jovem. A história dela não se restringe à época de Jesus; até hoje é vivida por muitas jovens em casos como uma gravidez indesejada, uma maternidade solitária, abandono dos pais e a descoberta do amor.
Jesus é uma trama bíblica. Como você se preparou para a Deborah?
Para dar vida a Deborah fui atrás das referências da época, desde os costumes até os modos de relação que são bem diferentes dos atuais. Assisti a filmes que retratam as situações que a personagem vive, como o abandono da mãe, a doação do próprio filho e a gravidez isolada da família. Gosto muito de referência históricas e visuais para criação dos meus personagens.
Qual é o papel dela na religião?
Deborah é uma menina muito corajosa. Na trama de Jesus ela tem de lidar com as consequências de suas escolhas, o arrependimento e sobretudo o perdão. Na religião eu diria que ela simboliza esse perdão, que após os erros cometidos ao longo da vida, ela tem a força e capacidade de se perdoar e seguir adiante.
Antes de Jesus, você fez Malhação. Quais são as principais diferenças de composição entre uma personagem e outra?
Malhação é uma trama contemporânea, os temas são muito atuais e sobretudo a linguagem que é utilizada é muito próxima do cotidiano. Já Jesus traz a densidade de uma outra época, é preciso mergulhar em um universo que se passa em outro país, outros costumes, outro tempo.
Sua personagem em Malhação – Seu lugar no mundo, Camila, tinha um relacionamento com o Henrique (Thales Cavalcanti), que era soropositivo. Como foi a repercussão desse papel? As pessoas torciam pelo casal ou havia muito preconceito?
A repercussão desse casal foi muito positiva. Tão positiva que a Globo criou a série Eu só quero amar para retratar a primeira vez do casal. Os fãs torciam muito para que Camila e Henrique ficassem juntos apesar de todo preconceito que a trama apresentava. Foi um grande aprendizado.
Seus papéis em Jesus, em Malhação e na série Desnude eram muito fortes. É uma escolha sua?
Diretamente não, mas acredito que qualquer semelhança não é mera coincidência.
Você também se considera uma mulher forte, “de atitude”?
Sim, inspirada por muitas artistas como Elza Soares, Karol Conka , MC Carol, Flora Mattos, Beyoncé, Mulheres de Buço, Marina Abramovic, entre outras artistas que em suas criações exaltam e questionam o lugar da mulher na sociedade.
Como foi a preparação para as cenas mais quentes de Desnude? Teve algum problema com isso ou você lida bem com esse tipo de cena?
Essas cenas fortes são as que eu mais gosto de me experimentar. Gosto do risco. Gosto de trabalhar o corpo em cena. Nessas cenas mais viscerais são onde eu consigo me conectar com meu corpo e minha energia interior.
Além de atriz você é diretora e autora. Dá para conciliar tudo isso ou você é uma coisa de cada vez?
A premissa que levo para minha vida de artista é estar sempre em movimento. Se organizar certinho, tudo se encaixa.