Série da Netflix Quem matou Sara? chama a atenção por ganchos e pelo suspense, mas tem cara de novela mexicana e um final decepcionante
A série mexicana Quem matou Sara? tem chamado a atenção da audiência brasileira na Netflix. Suspense e novela mexicana andam de mãos dadas na produção dirigida por José Ignacio Valenzuela. Mas a atração tem causado polêmica é por causa de alguns probleminhas no roteiro e, especialmente, pelo final digamos que polêmico. Quem matou Sara? é aquele típico caso do “é ruim, mas é bom” que nos fisga de uma maneira inexplicável.
Quem matou Sara? começa com Alex (Manolo Cordona) saindo da cadeia após 18 anos preso por um crime que não cometeu: o assassinato da irmã dele, Sara (Ximena Lamadrid). Ele era jovem à época do crime e assumiu a culpa pelo acontecido para livrar a cara de Rodolfo (Alejandro Nones), melhor amigo dele e namorado de Sara.
Rodolfo faz parte da poderosa família Lazcano, chefiada pelo patriarca César (Ginés García Millán), que é quem convence Alex a assumir o crime prometendo que os advogados dele o tirariam da prisão em alguns meses. A promessa não é cumprida e Alex sai da prisão disposto a esclarecer tudo que aconteceu no “acidente” de barco que matou Sara e a se vingar dos Lazcanos.
O clã ainda tem a mãe, Mariana (Claudia Ramírez); o filho do meio, José Maria (Eugenio Siller), casado com Lorenzo (Luis Roberto Gusmán); e a caçula Elisa (Carolina Miranda), que era criança quando tudo aconteceu. Além disso, há a esposa de Rodolfo, Sofia (Ana Lúcia Dominguez), e o faz tudo da família Elroy (Marco Zapata).
Confira quatro motivos para você assistir (ou não) a Quem matou Sara?
(Atenção! A partir de agora o texto tem alguns spoilers!)
Drama à mexicana e suspense – A dobradinha funciona em Quem matou Sara?. O drama à mexicana aparece em toda a trama que envolve a família Lazcano: desde traições descobertas com uma mulher grávida de um homem que fez vasectomia escondido até escândalos para encobrir o romance gay do filho que quer ter um bebê via barriga de aluguel. O suspense marca presença na investigação de Alex, que conta com a ajuda de uma figura misteriosa, que se autointitula “Diana, a Caçadora” e cuja identidade Alex e o público só conhecem no fim da temporada.
Ganchos de um episódio para outro – O roteiro de Quem matou Sara? não é um primor – está longe disso, por sinal. Mas uma coisa há de se louvar: os chamados ganchos de um episódio para o outro. Há sempre uma pulguinha que fica atrás da orelha, aguçando a curiosidade do espectador e fazendo com que ele queira assistir ao próximo episódio.
Reviravoltas – Alex sai da prisão com a certeza de que entendeu tudo o que aconteceu, ou seja, que Rodolfo está por trás da morte da irmã. Mas a cada pista revelada ele se afasta dessa teoria e é surpreendido por podres dos Lazcanos que surpreendem até ele mesmo. Por outro lado, ele também descobre que Sara não era tão certinha e ingênua como ele imaginava. Cada episódio é uma emoção diferente e isso é bom.
Poder xingar o final enquanto espera a segunda temporada – Adianto logo que a pergunta do título da série não é respondida na primeira temporada, o que gera uma certa frustração. Ao mesmo tempo, nos leva a aguardar a segunda temporada, prevista para 19 de maio, com mais atenção. O maior problema do final da série não está aí, mas na quantidade de perguntas sem respostas ou muito mal respondidas que vai se acumulando com o passar dos episódios. O final é digno da pergunta “mas acabou?”, que atrai um público, mas afugenta outro. O jeito é esperar 19 de maio e torcer para uma milagrosa boa explicação para a descoberta da última cena.