Em cartaz com o longa-metragem Eu sinto muito, a brasiliense Carolina Monte Rosa contou sobre a carreira e para onde deve seguir no futuro
Entretenimento independente e participações em grandes produções internacionais. A carreira da atriz brasiliense Carolina Monte Rosa, 38 anos, conseguiu abranger os dois polos do que muitos artistas dos palcos só conseguem sonhar. Agora, em cartaz com o filme Eu sinto muito (com sessões no Pier 21), Carolina se arrisca como a policial Marta Medeiros na película que investiga o transtorno borderline pelo diretor Cristiano Vieira.
A atriz bateu um papo com o Próximo Capítulo para contar um pouco mais sobre a rica experiência de carreira e projetos do futuro. Dá uma olhada:
Pontapé inicial
A carreira de Carolina começou ainda em Brasília com projetos esporádicos em peças e musicais. Mesmo com a formação em jornalismo e administração, a atriz fez a grande estreia no Festival de Brasília com o curta O beijo da meia da noite (de Jefferson Matoso). No mesmo ano, ela se mudou para os Estados Unidos e vocação ficou clara: dedicação em tempo integral para os palcos. “Em 2008, o curta O beijo da meia noite entra no Festival de Brasília e no final do ano me mudo para os EUA para fazer um mestrado em arte. Foi quando decidi mudar o rumo da minha vida em todos os aspectos”, conta.
De Brasília para Sterling Cooper
Enquanto estudava em Nova York, Carolina teve uma chance e tanto: participar de um concurso que tinha como prêmio uma ponta na série Mad men. Para ganhar, a atriz “só” precisava de uma contundente campanha on-line, e conseguiu com o apoio de outras celebridades: “Eu era fã da série. Morava em Baltimore. Estava fazendo meu mestrado no Hopkins e cursos de atuação em Nova York. Fiquei sabendo do concurso e resolvi me inscrever no último dia. Deu certo! Postei no Facebook, na época, e o Victor Leal (do Melhores do Mundo) abraçou minha “campanha” e a levou para os grandes blogs. Logo estava no Kibe Loco, Jacaré Banguela e a coisa toda explodiu”.
No centro do mundo das grandes estrelas, a ponta de Carolina foi inesquecível: “Foi uma experiência daquelas meteóricas, sabe? Quando eu gravei a participação na série, eu estava recém-chegada em Los Angeles. Foi surpreendente o tamanho da produção, o trabalho minucioso da equipe de arte, cenografia, figurino e, claro, o Don Draper cruzando a rua comigo de manhã depois de um “good morning, girls”. Após gravar minha participação, pedi para ficar lá observando tudo. Eu estava atenta, maravilhada”.
No bolso, Brasília
Quando questionada sobre o que levou da cidade para as experiências nas artes cênicas, Carolina é assertiva: “Brasília para mim tem um ar melancólico. Talvez pelos espaços vazios, as grandes distâncias… Eu morei em casa grande parte da minha vida e tive contato com um certo isolamento, o que acaba sendo muito criativo! Enfim, acho que existe um lugar emocional em mim de introspecção que algumas vezes levo para os personagens”.
Isso fica mais claro com a percepção da atriz de que, mesmo estando em pontas de produções como Mad men e Star Trek, as experiências favoritas foram no Brasil: “Andei, andei e vim me realizar aqui. Um deles (os projetos favoritos) ainda está para ser lançado, não quero queimar largada. Mas gosto muito do romance dramático que fiz com Bernardo Felinto em Me deixe não ser (de Kleber Macedo). Fiz um outro projeto muito especial em que interpreto a enfermeira Anna Nery, num filme de realidade virtual do Filipe Gontijo e do Henrique Siqueira. Tenho tido um feedback surpreendente (sobre o papel) por onde o filme passa”.
Eu (não) sinto muito
Orgulhosa, Carolina explana com emoção a participação no longa Eu sinto muito, em que interpreta Marta, uma policial que sofre com transtorno bordeline: “É um documentário dentro do filme. Para mim, ele trata de relações humanas, de questões mentais, de ética, da necessidade de olhar para o outro, de sentir muito, em excesso. A Marta é uma profissional exemplar que apresenta descontrole emocional na vida afetiva. Ela explode com enorme facilidade; a agressividade é a forma com que ela lida com sentimentos de rejeição, inadequação, contrariedade. Para além dos estouros, está o sentimento de vazio e pensamentos repetitivos, o que faz com que ela esteja constantemente em ação. Ela busca na adrenalina do trabalho policial uma válvula de escape. O filme vai mostrar se ela se sai bem”.
Futuro
Como todo bom artista em ascensão, Carolina explica que os projetos existem, mas não tenta apressar nenhum resultado: “Planos são muitos! Porém, são projetos que levam tempo e dedicação. Tenho um projeto meu que pretendo me dedicar agora. Além disso, um novo longa da Cibele Amaral que deve ser lançado no ano que vem”.
Quer seguir mais sobre a carreira de Carolina? Que tal começar com o longa Eu sinto muito? O filme está em cartaz no Pier 21. Veja o trailer: