A pedido do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) realizou uma pesquisa sobre os impactos primários e secundários da covid-19 em crianças e adolescentes.
A partir dos resultados, foi comprovado que famílias com crianças e adolescentes são muito mais afetadas pela pandemia que outros núcleos familiares.
Conforme a pesquisa, 55% dos entrevistados afirmaram que a renda do lar diminuiu com a crise sanitária. Quando se olha para casas com crianças e adolescentes, a porcentagem sobe para 63%.
A desigualdade social também se acentuou nesta quarentena: 67% das pessoas com renda familiar de até um salário mínimo tiveram faturamento reduzido, enquanto essa taxa é de 36% entre brasileiros com renda familiar superior a 10 salários.
Além dos problemas financeiros, houve prejuízos no ensino. Apesar de uma grande parcela conseguir realizar atividades de forma remota, 9% das crianças e adolescentes que frequentavam escolas antes da quarentena não puderam continuar estudando. O que significa que perderam o direito básico à educação por não terem acesso à internet ou aparatos tecnológicos para acompanhar as aulas a distância.
O período de isolamento social também impacta diretamente a segurança alimentar e nutricional: 58% das famílias que vivem com crianças e adolescentes relataram que houve alteração nos hábitos alimentares. Desses núcleos familiares, 31% passaram a consumir mais alimentos industrializados, como macarrão instantâneo, bolachas recheadas, comida enlatada, entre outros. A má nutrição interfere diretamente no crescimento das crianças e pode causar diversos problemas de saúde.
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