O tesouro de Neil Young

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Não é só Geddel que tem tesouros guardados em casa. Neil Young está trazendo ao mundo o disco Hitchhiker, gravado há 40 anos, um de seus períodos mais profícuos como compositor. O disco traz 10 canções criadas e registradas no Indigo Ranch, em noites de lua cheia entre 1975 e 1977, num estilo que precede as gravações minimalistas do produtor Rick Rubin, apenas com violão e voz, exatamente como foram compostas. A exceção é The Old Country Waltz, em que ele toca piano e gaita.

O produtor David Briggs acompanhou todas as sessões de criação e gravação das canções e disse que o processo de Young foi único. “Não estou falando de sentar com caneta e papel; estou falando sobre pegar o violão, sentar-se, me olhar na cara e, em 20 minutos… Pocahontas”, disse, citando uma das canções do disco (que, aliás, já tinha sido apresentada no disco Rust Never Sleeps).

As músicas foram gravadas em uma noite apenas. “Foi uma peça completa… Toquei todas as canções em sequência, parando apenas para maconha, cerveja ou coca”, lembrou-se no livro A Memory of Life and Cars. Na época os executivos da gravadora Reprise recusaram-se a lançar o disco – como fizeram com outras gravações do mesmo Neil Young – mas muitas das canções, além de Pocahontas, foram aproveitadas.

Na verdade, apenas duas canções permaneceram inéditas: Hawaii e Give Me Strengh. Pouco importa. Captain Kennedy, que também aparece no disco Hawks & Doves (1980), Hitchhiker (de Le Noise, 2010), Human Highway (de Comes a Time, de 1978) e as outras gravações soam como novas em folha e, embora acústicas, ganham energia extra.

Fica a torcida para que haja muitas malas com fitas como estas na casa de Neil Young.

Paulo Pestana

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Paulo Pestana

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