Há quem tenha ficado chocado com o ministro Gilmar Mendes por ter dedicado um verso algo bruto, embora impecável, do poeta luso Manoel Maria Barbosa du Bocage para a despedida do PGR Rodrigo Janot. Diz o verso selecionado: “Que saiba morrer quem viveu não soube”. Podia ser pior. Bocage é conhecido por versos fesceninos, mas também por imagens impiedosas, como este trecho do poema Sátira.
És de rábula vil corrupta imagem;
Tu vendes o louvor, como ele as partes,
Mas ele na enxovia infâmias paga,
E tu, com tústios, que aos caloiros pilhas,
Compras gravatas, em que a tromba enorme
Sumas ao dia, que de a ver se embrusca,
Qual em tenra mãozinha esconde a face
Mimoso infante de papões vexado.
Útil descuido aos cárceres te furta,
À digna habitação de ti saudosa
(Digo, o Castelo), estância equivalente
Aos méritos morais, que em ti reluzem.
Em tempo: Sátira é uma resposta de Bocage a uma epístola que Antônio Crispiniano Saunier dirigiu a ele.
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