Mato de ninguém

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O ataque é sorrateiro, de baixo para cima; os inimigos não voam nem pulam, mas têm uma resistência extraordinária e se agarram com incrível facilidade. É uma incursão militar, como se estivessem invadindo uma praia na Normandia. Centenas? Milhares? Uma miríade, incontáveis como estrelas e doloridos como espinhos cravados. É preciso voltar no tempo da narrativa. Nosso amigo foi aliviar […]

No caminho da roça

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Balão não pode mais e isso a gente compreende, até porque nessa época de seca, basta triscar duas bolas de gude que o mato pega fogo. Mas bandeirinha de papel de seda colorido não pode faltar em festa junina, uma tradição milenar apropriada pela igreja Católica de culturas pagãs que saudavam a chegada do verão do hemisfério norte. No mais, […]

Os inimigos estão por aí

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É difícil precisar quem foi o primeiro inimigo de Brasília, mas todos tinham em comum uma visão tacanha de mundo. Continua assim. Inventavam todo tipo de motivo para dizer que uma capital no centro do país seria inviável. Um intelectual, Gustavo Corção, chegou a vaticinar que o lago não iria encher por conta do terreno arenoso que ele nunca conheceu. […]

Alegria na música triste

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Amigo estrangeiro, forjado na rebeldia do punk rock, nunca conseguiu entender a tradição brasileira de se reunir para tocar e cantar músicas tristes. Fica impressionado com a melancolia das letras dos sambas que ouve nas rodas, com a festa formada diante de temas depressivos e até com a acedia das melodias dos chorinhos. Mal sabe ele que música triste é […]

Não vai dar tempo

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O mundo anda com muita pressa. Não bastasse ouvir os recados deixados no telefone com rotação acelerada para ganhar parcos segundos, agora a onda é ouvir música em velocidade mais rápida. Isso mesmo: o pessoal está com urgência que a música acabe. O artista gasta fosfato e talento – alguns nem tanto – para fazer uma canção e o gaiato […]

Poesia embebida em álcool

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O pintor irlandês Francis Bacon dizia que sua mente só funcionava bem para criar quando ele estava de ressaca e, por isso, bebia. O poeta alemão Charles Bukowski escrevia de garrafa na mão: “É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se […]