Do CorreioWeb A Polícia Federal desencadeou nesta quarta-feira (16/6) a Operação Tormenta, para desarticular uma quadrilha que fraudava provas de concursos públicos em todo o Brasil. A ação prendeu 12 pessoas. Ainda serão cumpridos 34 mandados de busca e apreensão. Desse total, 21 serão em São Paulo (SP); três em Campinas (SP); nove na baixada Santista, no litoral paulista e um no Rio de Janeiro (RJ).
A quadrilha cobrava entre US$ 50 mil e US$ 150 mil para que os candidatos tivessem acesso aos cadernos de questões. A PF iniciou as investigações por meio de informações obtidas durante a etapa de investigação social do concurso para Agente de Polícia Federal de 2009. Seis alunos do curso de formação do concurso da PF, suspeitos de envolvimento no crime, foram desligados da turma e terão de devolver o dinheiro ganho durante a capacitação. Eles podem responder pelos crimes de estelionato e receptação. A PF começará a ouvir os envolvidos na tarde desta quarta. Eles poderão ser indiciados por formação de quadrilha, violação do sigilo funcional e falsificação de documento público, além de estelionato e receptação. De acordo com a PF, a empresa organizadora das provas não tem envolvimento com a fraude. Como funcionava Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (16/6), os agentes revelaram que o grupo aliciava pessoas que tinham acesso ao caderno antes da prova e repassavam respostas por ponto eletrônico durante a realização do concurso. Outras estratégias eram indicar uma terceira pessoa mais preparada para fazer o concurso no lugar do candidato e falsificar documentos e diplomas exigidos pelo certame. Além de acessar questões do concurso da PF, o grupo conseguiu as provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e do concurso da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994). A PF identificou pelo menos 53 candidatos que tiveram acesso à prova de Agente Federal e 26 à da OAB. Há indícios de que 41 concorrentes conseguiram os cadernos de provas da Receita Federal. Outras tentativas Mesmo após a descoberta do vazamento da prova da OAB, o grupo criminoso tentou, sem sucesso, fraudar os concursos da Caixa Econômica Federal, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Santa Casa de Santos e da Defensoria Pública da União (DPU).