Novidades sobre a mais recente polêmica do mundo dos concursos: a seleção da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O Ministério Público Federal confirmou à equipe do CorreioWeb na tarde desta quarta-feira (18/11) que vai instaurar um novo procedimento para apurar as recentes denúncias feitas contra a Funrio, organizadora do concurso da PRF. De acordo com o MPF, o grande número de candidatos que acionou o órgão e a gravidade das denúncias são suficientes para que seja feita uma apuração detalhada sobre os acontecimentos. O principal ponto a ser examinado é a hipótese de vazamento de gabaritos. A suspeita de fraude surgiu por causa de indícios descobertos e relatados ao MPF pelos próprios candidatos da seleção. São eles: 1. Os primeiros colocados que fizeram as avaliações no Rio de Janeiro conseguiram notas muito acima das notas dos aprovados em outros estados;
2. Alguns dos candidatos que obtiveram as melhores classificações realizaram as provas em salas extras, como indica o cabeçalho dos cartões de resposta;
3. Os cartões de resposta dos melhores colocados estavam preenchidos à mão e contavam, ainda, com a marca da impressão digital desses concorrentes, fatos que não são comuns;
4. Dois candidatos do Rio de Janeiro que, segundo indicado, deveriam realizar os exames em São Paulo, fizeram as avaliações em Cuiabá, no Mato Grosso – como pode ser observado no cartão de resposta desses concorrentes;
5. Um candidato que preencheu o cartão de resposta de forma incorreta, ao invés de ser eliminado, conseguiu obter classificação em uma das primeiras posições, de acordo com o resultado provisório divulgado pela Funrio. O MPF levará em consideração também o fato de que a Funrio eliminou 27 candidatos da seleção por “irregularidades no preenchimento dos cartões de resposta”, segundo a organizadora. Vale lembrar ainda que os concorrentes desclassificados estão entre aqueles que obtiveram as maiores pontuações na avaliação objetiva. Outras irregularidades contra a Funrio com relação ao mesmo concurso já haviam sido investigadas pelo Ministério Público Federal. Na ocasião, a Fundação acatou a recomendação feita pelo MPF de cancelar inscrições feitas mais de uma vez por um mesmo candidato. Depois disso, no dia 10 de novembro, o procurado do MPF responsável pela análise, Edson Abdon, concluiu as investigações e isentou a Funrio de culpa com relação às denúncias apresentadas. Na época, a entidade havia sido questionada a respeito da dispensa de licitação para realizar o concurso; o não ressarcimento de taxas de inscrição em duplicidade; a divergência entre o local de realização da prova e o da vaga disputada; e o tumulto na aplicação das provas na Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro. Desta vez, o Ministério Público Federal informou que, caso as denúncias de vazamento de gabarito sejam comprovadas, a seleção poderá ser suspensa. O caso está sob responsabilidade do procurador da República Carlos Alberto Bermond.
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E aí, concurseiros? Onde é que vocês acham que esta história vai parar?