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Lições de Salomão, concursos e Covid-19, por William Douglas

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William Douglas, juiz, professor e escritor – A pandemia pode nos confundir, mas também estimula evoluções. Afinal, como diz o ditado, “mar calmo não faz bom marinheiro”. Obter clareza em meio ao caos exige buscar pela sabedoria para escolher os bons caminhos e superar a adversidade. O país, os governantes, as empresas, as pessoas têm a chance de saírem dessa situação maiores do que eram.

Pessoas respeitáveis têm sugerido soluções diametralmente opostas. Uns mandam ficar em casa, em quarentena, outros dizem que a vida deve seguir normalmente. Você, sua família e seus sonhos ficam no meio da discussão. Mas há atitudes certeiras que podem ser tomadas. Ficando em casa ou precisando sair, por exemplo, é preciso lavar as mãos, manter distância dos interlocutores, não esfregar olhos e boca e seguir as demais recomendações médicas. É válido, ainda, reatar ou aumentar o contato com Deus.

A melhor bússola para indicar rumos, a Bíblia, é muito mal compreendida. Muitos deixam de usá-la por preconceito. Trata-se de um livro milenar de sabedoria que pode orientar qualquer pessoa, independentemente de ter ou não religião.
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Entre os autores da Bíblia, o rei Salomão se apresenta como dotado de impressionante atualidade perante o atual momento. Em Provérbios, ele propôs a reflexão sobre o comportamento das formigas que, assim como nós durante a pandemia do novo coronavírus, jamais podem ficar paradas, letárgicas ou imobilizadas pela sucessão confusa dos fatos. Tampouco, ensinou Salomão, é possível ficar esperando alguém o motivar, animar ou cutucar. Cabe ao próprio indivíduo assumir a liderança da própria história e seguir em frente.
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Uma última lição de Salomão para a crise atual é que, assim como a formiga, que se prepara para o inverno durante o verão, devemos também aproveitar o momento para nos prepararmos. Mas seria o caso de usar o inverno, que chega na forma de quarentena total ou parcial, para prepararmos o verão que queremos. Diferente das estações do ano, no entanto, um futuro melhor não acontece se ficarmos sentados esperando. É preciso se movimentar e tomar as rédeas da própria vida. O seu verão, a sua maturidade, sua aprovação no concurso depende de você agir.

No meio do caos, devemos rever nossos conceitos e definir o que realmente importa. É agora que você, ao invés de desperdiçar tempo com coisas improdutivas, precisa reorganizar a casa, fazer uma limpeza de alma e de gavetas, preparar o material de estudo, as questões, os exercícios e os simulados. Essa é a sugestão para você se reinventar em meio à pandemia ou a qualquer outra tempestade que aparecer. Aprenda com as formigas e com Salomão: cuidar do formigueiro, tomar a iniciativa, preparar a próxima estação, levantar da cama e agir.

Mas, será que vai haver concurso? Eles já estavam ocorrendo antes e vão continuar. A crise e as políticas de um ou de outro governo podem afetar a quantidade de concursos, mas não sua existência. Temos União, estados, Distrito Federal, municípios, administração direta, indireta e fundacional, sempre demandando servidores. Não bastasse isso, cremos que a pandemia tenha lembrado aos governantes a importância dos servidores em quantidade e qualidade suficientes para enfrentar as demandas naturais (e as excepcionais) da sociedade. Tenha uma certeza: ainda que o ritmo possa ser afetado pela crise, o país vai voltar a crescer e demandará novos servidores.

Em meio a tudo isso, alguns podem escolher ficar prostrados na cama, letárgicos, pessimistas ou até rodando as redes sociais sem nenhum objetivo. Nesse mesmo instante, alguns estão sendo sábios e estão construindo seus formigueiros. São os futuros servidores públicos, os que se levantaram e estão estudando e treinando, mesmo em meio à crise. Precisamos de pessoas dispostas e com iniciativa para melhorar o serviço público. Eu aposto que você, neste exato momento, pode escolher se quer, ou não, usar o inverno para preparar seu verão. Se ainda não o fez, levante! Lidere-se! Formigue-se!