Do CorreioWeb A Justiça Federal determinou a suspensão imediata do concurso para professores da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). De acordo com ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), as provas dissertativas do concurso, realizadas em dezembro de 2010, não podem ser consideradas válidas, porque todos os candidatos tiveram que escrever o próprio nome na folha do exame, antes da correção feita pela banca do concurso. Normalmente, nesse tipo de prova costuma constar apenas o número de inscrição do candidato para dificultar a identificação dos participantes. O procurador regional Alan Rogério Mansur Silva explicou que a identificação dos candidatos pode comprometer a imparcialidade do concurso na hora da correção das provas. Além disso, o MPF também apontou a existência de indícios de vínculo impróprio entre o presidente da banca organizadora do certame e alguns candidatos. As nomeações relativas ao concurso também estão suspensas até decisão final da Justiça. [O outro lado] Em defesa, a UFPA alegou que não havia outra maneira de corrigir e lançar as notas dos candidatos a não ser pela identificação de cada um deles no formulário das provas discursivas. “Tal alegação não se sustenta”, afirmou a juíza federal Lucyana Said Daibes Pereira, responsável por ajuizar a ação do MPF no último dia 20. Para a magistrada, “não é crível” que a universidade não disponha de qualquer mecanismo que preserve a identidade dos candidatos para garantir a objetividade na avaliação das provas. Caso a UFPA não cumpra a decisão, ficará sujeita a multa de R$ 10 mil para cada item descumprido. [O concurso] Lançado em julho do ano passado, o concurso oferece 45 vagas distribuídas em 17 cargos de docência em várias áreas de atuação. Ao todo 1.799 candidatos se inscreveram para fazer as provas. De acordo com o edital de abertura, as remunerações iniciais variam entre R$ 2,9 e R$ 6,1 mil.