Os concurseiros que já estão se preparando para o novo concurso público da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já podem esperar uma boa notícia em relação aos salários. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “não vai brecar o aumento de ninguém“. Segundo ele, o mesmo percentual que será dado aos policiais civis, poderá ser concedido aos militares. ” O mesmo percentual para PM e Civil a gente conversa. O dinheiro é do fundo, eu não vou discutir. Eu não vou brecar o aumento de ninguém, mas PM e Civil juntos”, afirmou em declaração ao Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), na entrada do Palácio da Alvorada, local onde o presidente costuma conversar com a população.
A declaração esquenta a expectativa para o novo concurso da PCDF que vai oferecer 2.100 vagas para agentes e escrivães. Atualmente o salário inicial dos cargos se aproxima de R$ 9 mil. Mas, com a paridade das carreiras policiais, essa remuneração sofrerá reajuste e passará a R$ 12 mil iniciais e pode chegar a R$ 18 mil com benefícios.
A remuneração do concurso é um grande incentivo para Karen Cherem Cassimiro, de 29 anos. A estudante, que está se preparando para a seleção há dois meses, garante que as expectativas dela para o lançamento do edital são as melhores possíveis. ” Além da remuneração que é um grande incentivo, a carreira da PCDF promete ser incrível. Essa declaração com certeza gera ansiedade nos candidatos. Quem está parado, já deve começar a correr contra o tempo para se preparar”, disse.
“Esse aumento é muito esperado para a PCDF, porque é preciso reajustar o salário. Então é um grande incentivo pra gente que está almejando esse cargo incrível nessa Instituição. Espero esse concurso há anos. Posso imaginar a ansiedade das pessoas também”, afirma.
A advogada Helóisa Pinto, de 33 anos, também pretende se candidatar ao concurso. “Além da estabilidade da carreira, os salários chamam muito atenção. Estou ansiosa pelo edital. Acompanhei o trâmite de aprovação para o concurso, a escolha da banca e já estou me preparando desde o mês passado, para a prova e para o TAF”, afirma.
Categoria pede recomposição
Segundo o Sinpol-DF, a proposta de recomposição salarial da categoria (37%) foi anunciada em fevereiro pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para ser paga em seis parcelas, a partir de abril deste ano. Isso dependeria, apenas, da assinatura de uma Medida Provisória por Bolsonaro, uma vez que o Fundo Constitucional, embora gerido pelo GDF, é composto por recursos da União.
Com isso, mesmo com a declaração de Bolsonaro, o sindicato da categoria é contra que o mesmo reajuste seja feito para PC e PM. O Sinpol-DF argumenta que desde 2003 até 2018, a PMDF recebeu reajustes maiores que a PCDF – exceto em 2004 e 2006. “Nunca existiu paridade salarial entre a Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do DF. Pelo contrário, a diferença de tratamento dispensado às forças militares é latente”.
Em nota, a entidade afirmou que “os policiais civis do DF amargam mais de dez anos sem reajuste, acumulando uma defasagem salarial de mais de 50%. Enquanto isso, as outras duas forças e demais carreiras do serviço público receberam reajustes em índices acima da inflação acumulada no período.”
Além disso, o Sinpol-DF explica que a contribuição previdenciária atualmente da PCDF é de 11%, enquanto da PMDF é de 7,5%. Após a Reforma, o percentual da PCDF passará a 16,5% e 19% e o da PMDF será de 8,5% em 2020 e 10,5% em 2022.
Ainda segundo o Sinpol, com a declaração sobre o aumento dos salários fica bem claro que ele tem conhecimento da pauta da segurança pública do DF, principalmente sobre a defasagem salarial dos policiais civis. “Não foi falado em nenhum momento sobre aguardar a reforma da previdência, uma vez que o Presidente tem plena consciência de que o Fundo Constitucional é a fonte dos recurso desse investimento na folha da polícia civil”.
Após a alegação, a diretoria do Sinpol esteve reunida, na tarde de segunda (7/10), com o diretor geral, Robson Candido e o diretor adjunto, Benito Tiezzi, a fim de cobrar celeridade na publicação de uma medida provisória que garanta a recomposição salarial dos policiais civis.
Da mesma forma, cobrou-se maior engajamento dos Secretários da Fazenda e da Segurança Pública do DF, bem como do próprio governador Ibaneis Rocha para que seja publicada a medida provisória de recomposição salarial da PCDF.
No domingo (6/10), cerca de 200 policiais civis do DF protestaram durante a cerimônia de substituição da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes, para defender a recomposição salarial.
Após a manifestação, o presidente do sindicato compareceu à convenção nacional do MDB, a fim de conversar com o governador Ibaneis . “Em rápida conversa com Ibaneis, ele afirmou que nosso pleito salarial está avançando bem. Portanto, mais do que nunca, é preciso que a categoria fique atenta às comunicações oficiais de seu sindicato e atenda duas convocações. A diretoria do Sinpol continua trabalhando, diuturnamente, com foco na recuperação das perdas salariais dos policiais civis e de outras pautas de interesse da categoria”, disse.
Concurso da PCDF autorizado
A PCDF está autorizada a abrir 600 vagas imediatas para agente da corporação e 1,2 mil para cadastro de reserva. Além destas chances, também serão abertas 300 oportunidades pra o cargo de escrivão.
Atualmente o salário inicial dos cargos se próxima de R$ 9 mil. Entretanto com a paridade das carreiras policiais, essa remuneração sofrerá reajuste e passará a R$ 12 mil iniciais e pode chegar a R$ 18 mil com benefícios.
Um novo certame busca diminuir o problema de efetivo. De acordo com dados do Portal da transparência do DF, há atualmente 4.673 postos vagos na Polícia Civil. Sendo, agente policia de custódia (379), agente de polícia (3.109), escrivão (628), papiloscopista (100), perito médico legista (82), delegado (147) e perito criminal (228).
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2.100 vagas: aprovação no concurso PCDF 2019 pode garantir salário de até R$ 18 mil