Raphaela Peixoto* — O Instituto Brasileiro de Georografia e Estatística conta com 144.634 recenseadores temporários trabalhando no Censo 2022. Entretanto, a Associação e Sindicato Nacional dos Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ASSIBGE) afirma que o número de efetivos é insuficiente.
“O número de temporários é bem mais que o dobro dos efetivos. Nestas condições, precisaremos repensar a atuação de nossos núcleos, o cotidiano de nossas lutas e engajamento e participação para construção de unidade necessária para mudar o rumo das coisas, sejam elas as melhorias salariais, concursos e condições de trabalho” apontou a ASSIBGE em relatório em agosto deste ano.
Este déficit é reconhecido pela própria autarquia, visto que em abril quando foi enviado o pedido de novo concurso com 2.503 vagas efetivas o IBGE argumentou que o último certame, realizado em 2015, não garantiu a quantidade mínima para a manutenção das atividades.
Na ocasião foi apontado também que 25% do total de servidores atualmente já podia, à época, requerer aposentadoria. “Esse quantitativo pode ser ainda maior, uma vez que, para esse levantamento, foi computado, exclusivamente, o tempo de trabalho no IBGE registrado no SIAPE (sem considerar o tempo de contribuição destes servidores fora desta Fundação)”, explica o IBGE.
Segundo o prazo previsto, o resultado deve ser homologado em abril de 2023. De acordo com o pedido encaminhado pelo IBGE, o quantitativo de vagas será distribuído da seguinte forma:
O documento também traz a previsão de gastos com salários, caso o concurso seja autorizado, sendo R$ 8.488,47 para o cargo de analista, R$ 9.389,06 para pesquisadores e R$ 3.677,27 para técnico em informações.
A proposta do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 foi apresentada em 31 de agosto. O anexo V do PLOA prevê 55.189 vagas, sendo 3.427 para criação distribuídas nos três poderes, no caso do Executivo são previstas 47.834 vagas (46.657 para provimentos e 1.177 para criação).
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Todavia, a ASSIBGE explica que “a previsão de concursos é inserida de forma genérica no orçamento e caberá ao próximo governo definir para quais órgãos irá autorizar concursos, levando em conta que quase todos estão alegando falta de pessoal e muitas aposentadorias em vista”.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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