Vera Batista – Do Correio Braziliense A Comissão Nacional dos Excedentes da Polícia Federal, formada por aprovados ao cargo de agente da PF no concurso de 2012 e não chamados, apresentou, esta semana, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um parecer argumentando que a decisão de dispensar 236 selecionados resulta em prejuízo aos cofres públicos. Além disso, contraria as previsões do Departamento de Polícia Federal (DPF) de realizar seis concursos entre 2010 e 2013. Os membros da comissão questionam o processo de seleção deste ano. De acordo com eles, 736 pessoas concluíram a primeira etapa do concurso (provas objetiva e discursiva, teste de aptidão física, exame médico e avaliação psicológica). Desses, foram convocados para a segunda fase (curso de formação) apenas 500, como previa o edital. Os 236 demais acabaram eliminados. O grupo quer que esses aprovados não chamados sejam considerados para novas vagas, levando em conta que a PF precisa reforçar o quadro de pessoal. Dados levantados pela comissão mostram que o concurso para a PF de 2009, com oferta de 600 chances, foi avaliado em R$ 2,676 milhões. Já a seleção de 2012 não saiu por menos de R$ 9,557 milhões. “No concurso deste ano, cada aprovado teve custo de R$ 12,8 mil. Multiplicado por 236, chega a R$ 3,019 milhões. O valor será desperdiçado caso o DPF não convoque os excedentes”, aponta o parecer apresentado ao ministro José Eduardo Cardozo. O Departamento de Polícia Federal admitiu que há 2.164 cargos disponíveis para agentes e lamentou que, apesar das seleções de 2001 e 2004, com nomeações até 2009, o incremento não foi suficiente. “Ainda que o DPF tenha oferecido 3.674 vagas para agentes, o efetivo aumentou, entre 2000 e 2010, em apenas 1.629 servidores”, diz o parecer. Cardozo se comprometeu, recentemente, a analisar o assunto. Mas, de acordo com ele, a maior dificuldade é uma questão jurídica, já que a incorporação dessas pessoas no curso de formação contraria o edital.