A Era dos Biohackers – Os Perigos de Brincar de Deus

Publicado em

A Interpretação de que ao homem foi dada a “Outorga Divina”, para reinar sobre todos os demais seres da face da Terra, nos trouxe ao estado de caos e desequilíbrio sistêmico que nos encontramos atualmente. Deveríamos atentar para o verdadeiro sentido judaico-cristão que traduz dominar, reinar, em se responsabilizar, cuidar, zelar com autoridade, das espécies desfavorecidas de razão e consciência. Este Artigo faz um paralelo entre a intervenção na Natureza e a intervenção que passamos a fazer no próprio Ser Humano e suas consequências.

Intervir no sentido de Hackear algo, tem o sentido de estudar o funcionamento das coisas e interferir para que funcione conforme a conveniência de alguém. Estas interferências humanas ou hackeamentos, são observadas desde os desvios de rios, incêndios de florestas para obtenção de pastos para gados, plantio de grãos destinados a engordar bichos e lucrar mais rápido na ciranda insana de consumo, até as transgenias desmedidas das indústrias que passaram a receber royalties pelas sementes e grãos que consumimos. Alteraram (hackearam) a genética dos grãos das plantas, dos animais, de tudo que puderam em nome de uma escala maior de produção em menor prazo de tempo. A urgência, a justificativa de que temos crescimento vertiginoso populacional, se confronta com o fato de 690 milhões de seres humanos passarem fome, segundo o último Relatório da ONU sobre segurança alimentar e nutrição. Ocorre que nem de longe a subtração deste direito básico de sobrevivência se dá pela dificuldade de se produzir alimentos saudáveis para o atendimento da demanda mundial. As intervenções no DNA dos animais e das Plantas, a Transgenia desenfreada, além de não alimentar à todos, pode apresentar uma fatura impagável num futuro próximo. Está mais do que clara, a relação direta entre os que controlam o Hackeamento da Vida e a concentração de renda mundial.

No segmento da tecnologia da informação, o monitoramento das pessoas e o estimulo permanente à conectividade tem gerado dependência das redes e mídias sociais, onde a monetização se dá à partir do entendimento individual dos padrões de comportamento expressos na navegação de cada um. Para tanto, a quantidade de interações, o tempo de conexão, os interesses mapeados, as ideias e pontos de vista rastreados, o interesse por bens, serviços, resulta em ganhos trilhionários aos seus controladores, portanto sofisticam a cada dia novas maneiras de nos manterem viciados e dependentes. O Hackeamento já alcançou o estado intuitivo, pois baseado em evidências e padrões, as tecnologias preditivas comportamentais são capazes de antecipar desejos ou induzir decisões que o internauta supõe serem suas. Uma sofisticada Inteligência Artificial consegue perceber você, melhor que você mesmo, trata-se do “deep learning” ou aprendizagem profunda, hacheando sua mente e gerando estímulos para te manter conectado o tempo todo, independente do convívio social real e das paisagens mais belas que te possam cercar num mundo fora das telas. Chamo isso de “Hackeamento do Livre-Arbítrio”. Nossos pensamentos, nosso tempo, nossos sentimentos traduzem-se em tráfego, consumo, dados que geram lucros incessantes. Por este motivo, a indústria da Inteligência artificial, do Big Data e das ferramentas de garimpagem de informações, chamadas de Business Intelligence são consideradas as torres de perfuração do Novo Petróleo, chamado: “Dados” e o poço somos todos nós.

A decifração do DNA ocorrida no ano 2000, os avanços da Inteligência Artificial e as novas fronteiras da Neurociência com diferentes mapeamentos e hackeamentos cerebrais, inauguram uma fase mais avançada no Game chamado “Brincar de Deus”, vejamos:

Hackeamento da Memória
Segundo matéria da BBC, de Fevereiro de 2019, cerca de 150 mil pessoas já teriam passado por tratamentos experimentais com implantes DBS (da sigla em inglês, Deep Brain Stimulation. O texto traz uma declaração da Dra. Laurie Pycroft, pesquisadora do departamento de ciências cirúrgicas na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Segundo ela, em 20 anos será possível “capturar” os sinais que constroem a memória, turbinando-os e redirecionando-os de volta para o cérebro. Ela adverte, porém, sobre o risco de hackeamento da memória, com possível controle comportamental de um implantado e até sequestro da memória em troca de resgate. Isso ficou provado num experimento feito com pesquisadores da Universidade de Oxford e de Berkeley, em 2012. O alvo do hackeamento utilizava um Óculos de Realidade 3D e um fone de ouvido, para jogos. Mapearam as suas ondas cerebrais e desvendaram informações privadas como as senhas do cartão de crédito dele.
Alertas sobre os riscos de manipulação, incluem tanto apagar como inserir memórias. O MIT (Massachussetts Institute Technology ) em 2013 criou ratos cujas memórias poderiam ser ativadas (criadas) ou desativadas (apagadas) através da utilização de luzes

Hackeamento de Dispositivos
Recentemente, 465 mil marca-passos considerados vulneráveis ao Hackeamento, precisaram passar por um Recall a pedido das Autoridades Americanas. Imagine ameaças, como o desligamento das bateria, alterações ritimicas etc !

Hackeando Sonhos
Cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, colocaram voluntários para dormir em máquinas de ressonância magnética, monitoraram as atividades cerebrais e detectaram a presença de 20 elementos em seus sonhos, como (carro, mulher, comida, rua etc), confirmados pelos sonhadores da experiência através de seus relatos espontâneos.

Hackeamento Genético
A optogenética (alteração dos neurônios através da infecção por vírus, geralmente um adenovírus), já se mostrou eficiente em experiências em que foram acoplados genes estimuladores da ropsina, encontrados nos olhos, gerando fotossensibilidade (conversão de luminosidade em sinais elétricos) em camundongos e macacos, permitindo certo controle sobre eles por tornar os neurônios sensíveis a Luz. A introdução de vírus optogenéticos por via venal, associada a utilização de ultrassom em um ser humano, pode permitir seu hackeamento e controle do comportamento através de estímulos luminosos, segundo experiências do Dr. Mickail Shapiro, professor de engenharia química do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
Especialistas como a professora de Filosofia da Universidade Federal do ABC Luciana Zaterka, aponta que a transitoriedade biológica, com a colaboração da ciência e da tecnologia pode proporcionar a criação de “genes” em laboratório, via manipulação genética, com modificação dos códigos genéticos, capazes por exemplo de tornar as células imunes a ataques de vírus, bem como o surgimento de uma nova espécie biológica através da modificação gradual do Genoma
Movimentos de Biohackers independentes estão a se espalhar vertiginosamente sob a alegação de que benefícios no uso por exemplo, do CRISPR (Edição do DNA), que podem possibilitar a regeneração genética, assegurando desde a locomoção de tetraplégicos, a cura de cegueiras e reversão de centenas de doenças de origem genética, estão sendo centralizados nas mãos das grandes indústrias, quando estas patentes deveriam estar à disposição da humanidade como fez Albert Sabin, ao abrir mão de sua patente da vacina contra a poliomielite. Graças a esta atitude humanista a doença foi praticamente erradicada no mundo. Manifestos globais estão sendo impulsionados em relação a Vacina do Covid 19, por exemplo, para que os laboratórios igualmente declinem de suas patentes em nome da universalização de acesso à saúde que todo ser humano tem direito.
Até onde o domínio de um conhecimento de interesse humanitário se justifica como propriedade de uma Corporação? A ambição do “Homo Economicus”, não tem limites e sua frieza exploratória precisa ser urgentemente contestada. Que consequências as regulamentações protecionistas para os Grupos controladores dos potencializadores e regeneradores de DNA podem trazer para a humanidade? Uns privilegiados com capacidade de assegurarem a juventude eterna, a imunização de doenças, poderes extra-humanos, ou seja, uma super raça com alterações neurais, conectadas em sistemas avançados de IA, uso de implantes etc que lhes privilegiem de se diferenciar de uma maioria excluída? Por outro lado, os Biohackers independentes que agem com o espírito libertário comum aos membros de uma contracultura, mas não necessariamente éticos, podem gerar prejuízos incalculáveis aos ecossistemas e seres humanos em que estão a intervir, incluindo a eles próprios. Insetos Transgênicos evitar a malária, Roedores com o “gen” alterado para evitar que se proliferem, são exemplos positivos aparentemente, de algumas alterações genéticas, mas quem é capaz de assegurar, garantir que tais intervenções em determinadas espécies não serão capazes de impactar todo um ecossistema onde estão inseridos?

A Sagrada Pausa Planetária!
Diante da Pausa Global gerada pelo COVID19, precisamos revisar nossa postura e compreensão acerca do papel do Ser Humano no Ecossistema Planetário.
Quando despertamos para a Imagem e Semelhança que Somos, da Criação Primeira e compreendermos que a Abundancia, o Amor, a Harmonia e a Plenitude, Somos nós e que o exercício de convivência coletiva com a nossa e com as demais espécies, constituem a mágica experiência vivencial do Ser, tornar-se-á impossível prosseguir com o Afastamento de Nós Mesmos e dos demais, pela via da dominação, controle e do subjulgamento! Somos UM! O ideograma japonês: “間”, cuja pronúncia mais próxima é MA é representado pelo sol (日) no meio de um portal (門). É interpretado como Intervalo de Tempo ou de Espaço entre dois elementos! Gosto da Ideia da Sincronicidade em que naquele exato tempo e espaço simbolizado pelo Portal, o Infinito se manifesta no Finito, Iluminando! Eis a nossa Missão, eis o Propósito Humano na Terra, manifestar com humildade o Infinito de Luz que Somos, na moldura aparente do finito que pensamos Ser! Vamos aproveitar este Intervalo?
Namastech !

(Acesse gilbertonamastech nas Redes Sociais)

2 thoughts on “A Era dos Biohackers – Os Perigos de Brincar de Deus

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*