Mau humor, mau atendimento, irritabilidade, preços altos — Um difícil porém inevitável cotidiano de compras

Compartilhe

As agruras obrigatórias de quem tem que encarar um difícil, porém inevitável cotidiano nas compras

Ninguém escapa do dia-a-dia, seja ele movimentado ou paradão. Todos temos compromissos diários, obrigatórios ou não e eles têm que ser cumpridos. Afinal, depois de escolher como levar a vida, há que aprender a conviver com os outros e tentar contornar, superar o difícil porém inevitável cotidiano. É um exercício que pratico algumas vezes com bom humor, outras, nem tanto.
No fim de semana que passou, por exemplo, tive que fazer das tripas coração para espantar do coração a vontade de voar no pescoço de uma atendente do centro de compras que uso para abastecer a despensa e deixar limpa a casa em que vivo. Foi por pouco, muito pouco.

A história é a seguinte: trabalho a semana toda e por conta disso, o sábado se transformou no dia de “fazer mercado”, como dizem por aí. Sigo a rotina que me impus: acordo, tomo café, banho, checo despensa e geladeira, preparo lista do que falta e parto para as compras que em tese deverão ser suficientes para sete dias de manutenção e funcionamento do meu lar.
Como sou mulher de manter intactos alguns hábitos, tenho estabelecimentos comerciais de predileção e procuro deles não abrir mão – conheço os atendentes, sei onde encontrar os produtos e até finjo não perceber os aumentos semanais nos preços dos bens obrigatórios de consumo. Em resumo, deixo fluir o comodismo a que tenho direito vez por outra.

Pois muito bem, sábado passado fui cumprir com o cotidiano que me impus e de listinha na mão, me dirigi ao centro de compras que há quase três anos frequento semanalmente. Enchi o carrinho de itens necessários – o mar não está pra peixe – e me dirigi ao caixa. Ao passar por uma gôndola com chocolates vi que havia um de minha predileção à venda em caixa fechada ou por unidade, ambos pelo mesmo preço.

Achei estranho mas podia ser promoção da casa, uma forma de esvaziar o estoque, sei lá. Boba não sou – tratei de me abastecer com a caixa inteira, of course. Até aí, tudo bem. Só que não – na hora de pagar, a maquininha que registra os preços não reconhecia a compra!!!!!

Era como se não existisse a mercadoria. Diante da confusão da funcionária cobradora, fui buscar o cartãozinho com o preço da mercadoria. É claro que havia aí um erro porém, já se sabe, não era meu e a solução encontrada foi chamar a autoridade competente, a superintendente dos caixas, uma senhora enorme, amedrontadora que chega, arranca de minha mão a etiqueta que indicava o preço e, sem olhar para mim, diz com energia exagerada ter sido “erro do rapaz que arruma as prateleiras”.

Ok. Mas e eu com isso? E a tal história que o cliente e os hóspedes, por piores que sejam são sempre melhores que os donos da casa? Atrás de mim se avolumava uma fila com pessoas querendo pagar suas compras e ir para casa. Como já estava com a mercadoria toda empacotada, engoli a indignação, reconheci minha insignificância e fui-me embora. Com raiva por não ter tido coragem de criar uma quizumba daquelas que a gente chama o gerente e ameaça ligar para o Procon mas não quis arriscar o emprego da mal-humorada e grosseira superintendente.

De uma coisa tenho certeza: nesse centro de compras que promete preços bons, é perto de minha casa e garante felicidade ao comprador, não piso mais. Isso certamente não fará diferença alguma para o estabelecimento mas para mim, faz. Todos merecemos respeito!

Mariza de Macedo Soares

Publicado por
Mariza de Macedo Soares

Posts recentes

Como bloquear um perigoso banzo dando um pulo em São Paulo

Uma batalha vencida por mim sem grande esforço, em sete dias de alegria que mandaram…

7 anos atrás

Rir (ainda) é o melhor negócio

Quando a tristeza tenta se instalar abrindo espaço para uma depressão, o melhor negócio não…

7 anos atrás

Beleza não põe mesa

De Portugal veio o provérbio ‘Beleza e Formosura não dão pão nem fartura’. Entre nós…

7 anos atrás

Patrocinadores de sonhos – Parte 3

Com a coluna, teço loas a Thomas William Selleck, que me faz feliz com seu…

7 anos atrás

Patrocinadores de sonhos – Parte 2

Continuo o tema a descoberta de pessoas que me fazem feliz com seu trabalho, os…

7 anos atrás

Patrocinadores de sonhos

A alegria de descobrir que existem pessoas que têm o dom de esparramar felicidade, de…

7 anos atrás