Não sou mais uma jeune fille en fleur e a prova disso é que, nos meus aniversários, há algum tempo, na hora do parabéns, do bolo, as tradicionais e delicadas velinhas foram substituídas por outras nada sutis que escancaram a idade e nem são graciosas – são números de 1 a 10 que estão disponíveis em tamanho nada delicado e cores de tonalidades pastel.
Por que? Por dois motivos: cabem melhor no centro do bolo e não exigem do aniversariante um sopro digno de fôlego de nadador olímpico.
Isto posto, vamos em frente. Com a idade “avançando”, me vi na obrigação de fazer check up. Pronto! Me transformei em assídua frequentadora da Clinicordis e do Sírio Libanes, excelentes centros de medicina onde bato o ponto de tempos em tempos e assim será para sempre, me parece.
Pois não é que na última visita à Clinicordis meu cardiologista, o querido Dr. Getro, descobriu que minha pressão arterial anda com saliências e se põe alta sem aviso prévio!!! Absurdo dizer que deixei pra lá. Chateei-me. Quase me revoltei, mas, como existem coisas com as quais não brigamos, resignei-me e me entreguei a um tratamento que obriga minha pessoa a reavaliar atitudes.
Já que assim tem que ser, por que não aproveitar a deixa e também mexer um pouco com o estilo de vida? Me parece boa ideia e já começo a planejar o que fazer depois de passado o mês de ventania e cachorro louco – o tal de agosto.
As decisões foram tomadas. Vou obedecer direitinho o pode-não-pode da pressão alta. A listinha de não pode é uma loucura e nela estão incluídos alimentos e bebidas que fazem – ou melhor dizendo – faziam minha alegria. Da relação do pode constam itens que se encaixam perfeitamente na definição de sem-graças mas se é assim que tem que ser, será.
Comprometo-me, então, com uma mudança de atitudes à mesa numa reavaliação de hábitos que me leva a fatalmente mudar meu estilo de vida, encarar o cotidiano com mais leveza, alegria e, absolutamente, sem rancores.
Afinal, como dizem que do mundo nada se leva, há que se viver intensamente os bons momentos e deixar os maus no esquecimento, não dar bola para eles.
Por tudo isso, quando setembro e a primavera chegarem vou tomar um avião para ver TODOS os meus sobrinhos-netos, seus pais e meus irmãos. Vou para São Paulo assistir a minha irmã no teatro; dar um beijinho na Valentina, no Guigui e na Duda. Vou leva-los para tomar sorvete, comer as guloseimas que quiserem, passear onde eles bem entenderem. Depois vou para Miguel Pereira distribuir paparicos ao Pedro e ao Edu que, como todos os meus outros sobrinhos-netos, são adoráveis e muito bem-educados.
Como o mar não está pra peixe, vou atrás de bilhetes de avião já. Apesar da antecipação não ser lá dessas coisas porque setembro está na bica de acontecer, vale tentar encontrar alguma promoção. Tudo é possível nesse mundo!
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