Desejos, esperanças e votos de tudo mudar quando vai-se embora o ano velho e chega feliz o ano novo são comuns a todos. O despertar, também e desta vez, com Jessica Biel.
Creio estar em boa companhia quando mantenho a esperança de tudo mudar no “ano que vem”. Bem, exageros à parte, nem tudo, apenas o que não saiu como eu queria nos 12 meses que se passaram. Absolutamente normal – afinal, descontentamentos e sonhos (quase) impossíveis existem e pensando bem, correr atrás deles ajuda a tocar a vida pra frente. Também entendo que há que se dar um prazo para que os desejos, votos e as esperanças se concretizem, sem falar que uma ajudazinha é obrigação de quem procura por tudo isso. Como ajudar? Se obrigando a uma pequena mudança de atitudes e de hábitos. Nada radical, apenas uma colaboração, uma “preparação de terreno” para melhor acomodar as novidades. Então está combinado. Só que não.
Explico: num balancete de fim de ano decidi pegar mais leve com algumas das muitas manias que tenho entre elas a já comentada paixão por séries. Ok. Por três dias consecutivos consegui ficar longe (mais ou menos) da Netflix. Me dediquei a prosaicas idas ao supermercado para abastecer geladeira e despensa; gastei horas checando saldo bancário, controlando agenda de pagamentos e buscando uma forma menos radical de viver minha vida de mãe, dona de casa (cruzes!) e funcionária pública. Cheguei a preparar um organograma onde sobrariam horas para eu me dedicar aos amigos ou a nada fazer, não importa. Tudo bem.
Passado o Dia de Reis, corajosa, de cabeça erguida e peito estufado cometi um erro estratégico – me sentei diante da TV para conferir no celular mensagens e notícias de amigos e, por que não, do mundo. Pronto, na televisão, justo na Netflix que eu tinha como projeto manter distância, me deparei com a maior tentação de todas: uma série nova – The sinner – magistralmente estrelada por Jessica Biel e Bill Pullman. Resolvi dar apenas uma olhada no primeiro episódio, matar a curiosidade, me inteirar do tema para civilizadamente e sempre de acordo com meus novos propósitos, ir assistindo aos poucos, um capitulo ou dois por dia, como gente normal faria.
Ledo engano – me envolvi na trama, me encantei com o desempenho da senhora Timberlake e reforcei certo carinho que sempre tive por Bill Pullman. Devorei a série numa sentada só. Como era de se esperar, cheia de remorsos pela recaída, saí da frente da telinha e voltei ao celular para me deparar com um frenético debate via redes sociais atacando quem? Anitta! Uma cantora que nunca ouvi, uma moça que não conheço, apenas vi atuando em dois comerciais e tive certeza de não querer conhecer.
Mais um ledo engano!!! Novo ataque de curiosidade, aquela terrível que matou o gato… Na ânsia de não ceder à tentação da bisbilhotice sai de casa para dar uma volta. Passo em frente a uma banca de revistas e o que vejo? Uma revista masculina, nada pornográfica, mais de moda, com Anitta na capa encimando os dizeres: “Ela é a mulher do ano. Alguém duvida?”
Deu-se a melódia. Comprei a publicação. Troquei um vício pelo outro e mergulhei fundo no mundo de Anitta. Mas esse assunto vai ficar para meu próximo texto porque tenho que fuçar em tudo o que se diz dela por aí para poder entender e talvez compreender o universo dessa moça que divide opiniões e provoca sentimentos controversos nas pessoas, que vão desde o fascínio até a adoração, passando por mal disfarçados preconceito e inveja. Desconfio que estou a um passo de virar fã de Anitta. Ou não.