O pré-carnaval já começou no Distrito Federal. Apesar de, nesse período, o samba e o frevo se destacarem, outros ritmos musicais têm crescido e ganhado o coração da população. Na capital, saindo do tradicional gênero carnavalesco, as festividades iniciam neste sábado (20) com o bloco Eduardo e Mônica, que se apresenta no Galpão 17, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Trazendo uma mistura que une desde o rock do Legião Urbana até o reggae do Natiruts, a apresentação se inspira na diversidade e energia de Brasília.
Inaugurado há quase seis anos, o Galpão se popularizou especialmente por ser o point para quem aprecia cerveja gelada, música ao vivo, motos e carros antigos. O ambiente, construído em uma área de quatro mil metros quadrados, conta com uma grande área externa aberta e um galpão coberto para receber clientes de diferentes idades. Entre os serviços, o local oferece cuidados automobilísticos, chopp artesanal, jogos na casa, produtos personalizados, wine bar, comidas variadas e drinks para diferentes gostos.
De acordo com Camila Aviani, diretora-executiva do Galpão 17, a ideia do estabelecimento nasceu anos antes dele ser materializado como projeto. Ela indica que o ambiente já tinha vida própria, mesmo quando ainda era um terreno destinado apenas para depósito de areia. “Era um local que despertava um desejo forte e constante, apenas por estar ali. Causava paz e descontração ao mesmo tempo”, conta. Segundo ela, esses sentimentos foram responsáveis por concretizar a criação do Galpão 17.
Esse feeling foi certeiro, visto que o espaço se consolidou positivamente na região apesar da sua localização ser alternativa de onde a diversão e o entretenimento costumam ocorrer na cidade. Já na inauguração, em 2018, o empreendimento realizou um evento que reuniu mais de duas mil pessoas em um único dia.
Contudo, apesar da animação para iniciar as operações, Camila recorda que, na época, o Galpão passou por uma situação inusitada e que os pegou desprevenidos: um problema no sistema de serviço de chopp. O contratempo acabou resultando em um dia de open bar surpresa para todas as pessoas que estavam no Galpão, no dia do show da Plebe Rude, banda brasileira de punk rock formada em Brasília, em meados de 1981.
Além da data, que ficou na memória, Camila também ressalta outros momentos importantes para a casa. “Já tivemos no Galpão luta medieval, transmissão do Super Bowl [jogo final do campeonato da NFL, a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos], transmissão do último episódio da série Game of Thrones e até campeonato de skate, em que reunimos públicos completamente diferentes com o mesmo propósito de se divertir e desfrutar do espaço”, indica.
Autosserviço de chopp
Além da variedade musical, um dos destaques da casa envolve o autosserviço em chopp. Com 39 torneiras instaladas logo na entrada – e com a previsão de mais quatro serem implementadas –, o Galpão buscou inovar a degustação da bebida. “Prezamos pela experiência do usuário ao ter contato com o chopp, desde o momento em que ele recarrega o cartão com o valor que quiser para ter acesso às bebidas até a possibilidade de ter todas as informações daquele produto, como origem, tipo de matéria-prima e o que esperar do sabor de cada um”, informa.
Camila explica que, no Galpão, a base dos produtos é a cerveja artesanal com produção, principalmente, local. Segundo a diretora, os fornecedores são majoritariamente do Distrito Federal e do entorno. “Movimentamos o mercado cervejeiro local com bastante força”, pontua. A iniciativa concedeu ao empreendimento o prêmio de melhor carta de cervejas da capital, entregue pela revista Encontro Gastrô Brasília.
Três perguntas para Camila Aviani, diretora-executiva do Galpão 17:
Por que o Galpão se tornou um point de referência para o rock em Brasília?
Primeiramente, porque não havia nenhum local deste porte, que abraçasse a cultura do rock com tanta firmeza, em Brasília. Em segundo, porque mesmo com cinco anos de casa em funcionamento, pós-pandemia e necessidade de muita transformação e adequação, mantemos a coerência e o propósito inicial com o nosso público. Além disso, talvez o Galpão seja uma das poucas – ou talvez única casa – independente e privada no Brasil que leva cultura gratuita para todo o público há mais de cinco anos todos os dias da semana em que a casa está aberta.
Até hoje, não temos nenhum tipo de incentivo, benefício ou investimento de terceiros para nos manter, uma condição que nos trouxe grandes e complexos desafios, mas que nunca nos colocou em uma posição de refém em nenhum contexto, sendo assim, penso que nossos clientes conseguem enxergar que, com o passar do tempo, a nossa evolução segue organicamente sem interferência ou imposições externas.
Como vocês definem a agenda da semana?
Temos um setor de produção e marketing interno que, de acordo com a estratégia adotada, busca bandas e públicos para cada dia e/ou semana, combinando sempre as oportunidades de fomentar a cultura do rock com a contratação de artistas independentes.
Além de shows e variedade de bebidas, o que mais o público encontra no Galpão?
Um local único em Brasília, no Brasil e no mundo. Tenho plena convicção de que não se encontra algo assim, pois a atmosfera criada pela energia do espaço só existe aqui. Fora isso, temos opções de lanches como comida árabe, hambúrguer artesanal, cachorro quente, petiscos e um novo parceiro com charcutaria e tira gosto suíno.