Um fim de semana bom para cachorro

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(por Alexandre de Paula/especial para o Correio)  (fotos Ed Alves/@cbfotografia )

 

O brasileiro ama cachorros. A paixão é tanta que o número de cães no país é maior até do que o de crianças. Segundo o IBGE, são 52,2 milhões de bichinhos e 42 milhões de pequenos. Setor que movimenta bilhões por ano no Brasil, o ramo pet mobiliza pessoas em busca de informação, produtos e diversão para os bichos. Quem faz parte desse time de apaixonados pelos cães pode aproveitar o domingo para visitar o Brasília Dog Weekend, que ocorre no Minas Hall, na L4 norte.

Organizado pelo Kennel Clube Brasília — instituição que promove a cinofilia (dedicação a animais de raça) no DF —, o evento traz apresentações, competições, produtos, serviços, palestras e lançamentos do setor. Em uma área de 3000 m² foram montadas três pistas para as exibições dos cães e cerca de 40 expositores  participam do evento, que começou na sexta (26/8). A expectativa é de que mais de 30 mil pessoas passem pelo local até domingo (28).

Para o organizador do Brasília Dog e presidente do Kennel Clube, Leonir Bampi, existe uma carência por esse tipo de evento na capital. “O mercado ainda tem poucos desses encontros, são raros os  que ocorrem. Por isso, a iniciativa é importante para oferecer ao público informação, feiras, apresentações”, elenca.

Bampi aponta que o mercado está em crescimento no país e na capital, mesmo em tempos de crise. “Quando a maioria dos setores diminuiu, o pet cresceu e deve crescer ainda neste ano difícil. Brasília é uma das capitais que mais cresce e que tem uma das maiores relações de cães por habitantes”, explica.

As palestras com especialistas em temas como saúde e nutrição canina são uma oportunidade de conhecer mais profundamente os assuntos, acredita o organizador. “Trazemos pessoas que estudam muito a área, são especialistas que dão informações que dificilmente você conseguirá em outros lugares. Não é algo que se acha com uma busca na internet”, garante.

O casal Argleydson Leão, 34 anos, e Larrisa Silva, 25, aproveitaram o sábado para visitar o evento e buscar informações sobre o universo canino. “É muito bom para conhecer melhor as raças, ver novos produtos”, disse o professor. Larissa destacou a oportunidade de conhecer profissionais qualificados do ramo. “É um lugar onde a gente pode conhecer quem faz um trabalho sério, tanto canis quanto ongs”, explica. Os dois são donos dos bulldogues Dave, 1 ano e meio, e Oreon, 1 ano e 9 meses, e aproveitaram também para levar os cães para passear.

A reunião de amantes dos animais e seus bichinhos é sempre uma oportunidade para fazer novos amigos, acredita o gerente de operações José Vidal, 30 anos. “Os pets são uma tendência mundial cada vez mais forte e isso aproxima muito as pessoas. Fiz muitos amigos por causa deles”, conta.Acompanhado pelo pequeno bulldogue francês Bud, de cinco meses, Vidal conta que foi ao evento para conhecer e saber mais sobre raças. Ele elogiou a organização do festival. “Eu acompanhei eventos parecidos em outras cidades e aqui realmente está muito diferente, muito bem organizado.”

O estudante Adrian Carvalho, 18, sonha em ser veterinário desde os 5 anos, quando ganhou o primeiro cachorro da mãe. Ontem, ele foi ao evento com Thor, um mastim napolitano de 3 anos. “Acredito que é uma chance de aprender mais, de conhecer novas raças, aprender muito sobre elas”, acredita. Carvalho também elogia a organização do Brasília Dog Weekend e lamenta que não ocorram mais eventos do tipo durante o ano. “Eu aproveitei para trazer o Thor para ter contato com outros cães, para mostrá-lo e apresentar a raça às pessoas”, conta.

Números

3000 m²-Área reservada para o evento no Minas Hall

40-Estimativa de expositores no evento

 

SERVIÇO

Brasília Dog Weekend

Evento com expositores, apresentações e palestras sobre o mundo canino.

Amanhã (domingo 28.08), das 9h às 18h. Minas Hall (SCEN – L4 norte). Entrada gratuita. Informações: (61) 9 9976-0432

Confira as fotos:

 

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Precisamos de zoológicos?

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(por Ana Luiza Carvalho, da Revista do Correio)

Presos em espaços pequenos, longe da vegetação e do clima nativos, sem contato com outras espécies e, muitas vezes, sem qualquer companhia. Segundo ativistas, essa é a realidade enfrentada pelos animais de zoológico. Nesses espaços, eles estariam ainda expostos a maus-tratos e doenças, argumentam os críticos. Em suma, os zoos seriam instituições obsoletas, ainda muito parecidas com seus equivalentes do século 18, cujo objetivo era o entretenimento e a exibição ao público.

Uma vez organizadas, essas “coleções de animais” seriam difíceis de desmontar. Dificilmente, consegue-se reinserir os bichos no habitat natural, posto que eles se desconectaram da coletividade e, muitas vezes, não desenvolveram instintos necessários à vida selvagem. Pesa ainda o fato de que as áreas de origem podem estar degradadas, com comida escassa, poucos corredores migratórios e proximidade de rodovias. Muitos espécimes são visados por caçadores em busca de couro e pele. Nesse sentido, os zoos são um “mal menor”.

Os críticos, porém, cada vez mais tendem para um outro modelo de “tutela animal”, o dos santuários, já bastante difundido na Tailândia e nos Estados Unidos. O principal diferencial seria a extensão da área de inserção, abolindo em definitivo jaulas e gaiolas. O Brasil não tem essa tradição, mas isso deve mudar em breve: está em fase de implantação o Santuário de Elefantes do Brasil, no Mato Grosso. A propriedade tem 1.100 hectares (cerca de 11 km²) e capacidade para até 50 elefantes. Como o cerrado guarda semelhanças morfológicas com as savanas africanas, a adaptação é facilitada. A expectativa é que o lugar receba outras espécies silvestres no futuro.

No início do ano, o Zoológico de Buenos Aires foi fechado e deu lugar a um jardim botânico e centro de resgate de animais exóticos. Esses animais serão enviados para santuários — o Santuário de Elefantes do Brasil já se candidatou a parceiro. “No caso, são duas elefantas, uma africana e uma asiática, que, infelizmente, não podem ficar juntas. Elas estão numa situação muito triste porque ficam presas a maior parte do tempo”, explica Junia Machado, presidente do Santuário de Elefantes do Brasil e embaixadora brasileira do ElephantVoices.

Animais resgatados de circo também se beneficiam desse modelo. As futuras primeiras moradoras do Santuário de Elefante do Brasil têm esse perfil. Maia e Guida são asiáticas, têm cerca de 40 anos e foram criadas num circo de Minas Gerais. Em 2010, elas foram levadas para o zoo de Salvador e, hoje, estão em um sítio, à espera do novo lar. Para que a viagem ocorra, o Santuário dos Elefantes precisa levantar R$ 140 mil até o fim de setembro.

Os efeitos do cativeiro parecem ser especialmente nocivos aos elefantes. Eles têm almofadas nas patas projetadas para grandes caminhadas e bolsa de armazenamento de água, um sinal de que o corpo deles pede movimento. Quando ficam parados em recintos fechados, geralmente de cimento ou chão batido, pisam na própria urina ou fezes e desenvolvem infecções nas patas. Essas infecções são uma causa frequente de morte.

 

 

Uma boa causa

A organização lançou uma campanha de financiamento coletivo on-line para alcançar o objetivo de arrecadar o valor. Vários famosos, como as atrizes Fiorella Mattheis, Thaila Ayala e Yasmin Brunet, aderiram à causa. O dinheiro cobrirá as despesas com câmeras de monitoramento, pagamento da equipe e dois containers projetados especialmente para o transporte. As elefantas vão percorrer cerca de 1.600 km, de Paraguaçu até a Chapada dos Guimarães. A expectativa é que a viagem dure entre 3 e 7 dias, dependendo do cansaço das viajantes.

foto: Santuario dos Elefantes/Divulgação.
foto: Santuario dos Elefantes/Divulgação.

                                                                Além do mero entretenimento

Zoológicos modernos têm o importante papel de abrigar animais em situação vulnerável. Com estrutura e grandes equipes envolvidas, essas instituições mudaram sua filosofia: atualmente, privilegiam o bem-estar do bicho em vez do entretenimento. O Jardim Zoológico de Brasília, por exemplo, alega ter feito a transição. Entre outras ações, a equipe do zoo resgatou um tatu-bola — a família o criava em cativeiro para abate (infelizmente, o bicho não pôde ser devolvido à natureza, pois não se adaptaria). Outro indício dos novos tempos: quando o leão Dengo morreu em maio deste ano, não se cogitou substituí-lo. “Não vamos retirar um animal do habitat natural para expor”, diz o diretor do zoo, o biólogo Érico Grassi.

Grassi diz estar ciente das críticas e que a instituição candanga não está fechada ao debate. Tanto é que o Jardim Zoológico planeja um amplo debate sobre o tema a partir de 4 de outubro, Dia Mundial dos Animais. A intenção é aprofundar a discussão, que, segundo Grassi, ainda é muito superficial. “A pessoa vê o animal no recinto e fala: ‘Está preso’. Coloca-se no lugar dele, mas podemos garantir que o Zoológico não é um depósito de animais.” Ele reconhece que o setor passa uma reavaliação e que o Zoo foi fundado em um contexto diferente, em que o entretenimento dos visitantes estava em primeiro plano. “Se o zoológico tivesse surgido em 1972, com as discussões de Estocolmo, talvez a situação fosse outra.”

Outro ponto positivo para os zoológicos seria a questão educacional. A Superintendência de Educação do Jardim Zoológico de Brasília já teria atendido mais de 570 mil pessoas, sendo 300 mil alunos de escolas públicas. As visitas são monitoradas e os animais, apresentados por nome, origem e trajetória individual. As visitações têm regras. O Zoo Noturno, por exemplo, passou por um período de reformulações. Antes o programa funcionava segundas, quartas e sextas-feiras, sem limite de visitantes. Agora, o Zoo Noturno está limitado a quartas e quintas, com turmas de, no máximo, 60 pessoas. Foi feito, inclusive, um estudo para saber o impacto sonoro da caminhada para os animais.

Esse é um ponto que, na opinião de Grassi, deixa os santuários em desvantagem, já que a visitação não é permitida. Ele questiona como seria feita a fiscalização desses locais. “O que existe na lei brasileira são zoológicos e mantenedores, e alguns desses mantenedores se autodeclaram santuários, porque é um nome mais suave”, critica.

 

Novos parâmetros

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972, mais conhecida Conferência de Estocolmo, abriu uma nova perspectiva sobre a preservação dos recursos naturais. Dela resultou uma importante declaração, que, entre outras coisas, repudia a exploração dos animais pelo ser humano.

 

A morte inútil de Harambe

O debate sobre os zoológicos foi reavivado após o abate do gorila Harambe no zoo de Cincinnati, nos Estados Unidos. Uma criança entrou na jaula do animal e o procedimento do zoológico foi abater o gorila a tiros. O caso dividiu opiniões e setores do ativismo animal, indignados com o que qualificaram de “morte desnecessária”. Os responsáveis pela instituição alegaram que o uso de dardos tranquilizantes não era possível — poderia irritar o bicho ou, ainda, ele poderia tombar sobre o menino.

 

ENTREVISTA// JADER SOARES

Na opinião do doutor em ecologia pela Unicamp e professor titular do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília, é possível conciliar os vários modelos de proteção animal existentes, porque os objetivos de cada um são diversos.

 

 

Qual é a opinião do senhor sobre o sofrimento animal em zoológicos?

Do meu ponto de vista, é uma postura bastante equivocada achar que zoológicos devam ser extintos. Um argumento forte das associações que defendem essa ideia é que os animais sofrem no zoológico, mas isso não é verdade. Existem mecanismos e linhas de pesquisa justamente sobre o bem-estar animal. Os pesquisadores trabalham e adquirem informação sobre técnicas e meios que temos para enriquecer os ambientes em que esses animais vivem, de modo a tornar interessante a vida deles no zoo. Para que não seja apenas confortável no senso de que tem comida, cuidados médicos, mas um desenvolvimento neuromotor e psicológico satisfatório, com integração e benefícios psicossociais. O público em geral vê zoológicos como locais para ver representantes da fauna brasileira e do mundo, mas poucos conhecem de fato o que é uma estrutura necessária para manter esses animais em bom estado de saúde física e bem-estar geral. Trata-se de uma estrutura cara, dispendiosa, mas que rende muitos frutos. Felizmente, não temos aquela situação de animais confinados em pequenas jaulas. Num comportamento estereotipado, ainda pode existir aqui e acolá, porque mudar esse tipo de paradigma demanda conhecimento técnico-científico e massa crítica dos profissionais.

 

Como os zoos adquirem animais?

Hoje em dia, nenhum zoo obtém animais diretamente da natureza — eles vêm de outros zoológicos, por permutas. Portanto, nasceram em cativeiro e jamais poderão ser repostos na natureza. Eles não têm estrutura social, pais e irmãos com quem possam aprender comportamentos importantes para a sobrevivência — fornecer isso a eles seria absurdamente caro. Há ainda apreensões de animais que vêm de centros de triagem e de situações de resgate. Por exemplo, uma sucuri que estava sendo criada na casa de um sujeito que a capturou no mato, mas deu conta de cuidar. Nesses casos, o tutor doa ou então entrega à polícia florestal, e esse bicho provavelmente não se encontra em condições de voltar à natureza.

 

Qual é a principal função dos zoológicos hoje em dia?

Eles servem para estudos e para que o público crie laços e vínculos que tragam respeito à fauna e à natureza de um modo geral. Quem vê um urso panda em um zoológico não tem como não se encantar com esse animal — isso cria vínculos entre as pessoas e a vida silvestre. É uma oportunidade de apresentar a magnificência desses organismos e traduzir isso numa atitude positiva. É uma função de educação. Os bons zoológicos são uma grande fonte de informação e, ao contrário do que se possa imaginar, muitos aspectos da fauna brasileira são pobremente conhecidos. São coisas como ciclo de vida, quanto dura a gestação de um animal, o cuidar dos filhotes etc. Estudos na natureza raramente propiciam esse tipo de informação, pois não possibilita o acompanhamento do espécime. Além disso, os zoos cumprem hoje um papel importantíssimo em relação à conservação. Hoje, há várias espécies que têm populações maiores em zoológicos do que na natureza. Se um exemplar nasceu em cativeiro, podemos fazer o cruzamento com animais da natureza, de modo a recuperar genes que estavam praticamente extintos.

 

O santuário teria então alguma função nesse contexto?

São funções complementares, eu diria. Não dá para ter somente esse modelo de santuário porque a observação, o contato com os animais, ficaria muito restrito. Outro problema é que a gente não tem como reproduzir integralmente a savana africana ou a Patagônia no Brasil. Também não dá pra reproduzir exatamente a floresta tropical úmida em uma região temperada. Então, nem tanto ao mar nem tanto à terra — são coisas complementares. Para a conservação, faz todo o sentido ter um santuário, mas, para a manutenção de algo acessível visualmente a um grande público, não é esse o modelo. Devemos respeitar diferentes linhas de atuação e pensamento, aproveitando o que elas têm de melhor e traçando a complementaridade de ações e abordagens.

 

 

Solte os bichos

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(por Ailim Cabral, da Revista do Correio) (fotos Zuleika de Souza, da editoria de fotografia do Correio Braziliense)

 

O sedentarismo não é um hábito saudável para os animais de estimação. Assim como acontece com os humanos, a condição pode trazer uma série de complicações, inclusive emocionais, e, por isso mesmo, deve ser combatida. O excesso de peso, em geral, é apenas uma das consequências que os hábitos pouco ativos podem trazer aos pets. O médico veterinário Josélio Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV), explica que é difícil determinar um quadro único de disfunções que o sedentarismo traz, pois cada animal e espécie reage de uma forma. Entre as mais comuns, ele destaca os transtornos cardíacos, ortopédicos e problemas articulares e de coluna. “Esses podem dificultar a locomoção e fazer com que o animal entre em estágio de letargia, o que pode ocasionar depressão e outros desvios de comportamento”, alerta.

O presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), Bruno Alvarenga dos Santos, reforça o aviso: “Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”, revela. Comportamentos como lamber excessivamente pés e mãos, ingerir as próprias fezes, automutilação ou destruição de itens da casa são alguns sinais que podem indicar estresse provocado pela falta de atividades físicas.

Bruno afirma que a verticalização das moradias reduz o espaço para os animais brincarem e correrem dentro de casa. A carga de trabalho cada vez maior dos tutores diminui o tempo para atividades em família e, como resultado, vemos o animal mais parado. “Um cão ou gato confinado sem ter atividades é como uma criança cheia de energia em um pequeno quarto. Naturalmente, surgirão transtornos comportamentais”, completa o veterinário.

Quando o sedentarismo leva ao excesso de peso, os desdobramentos negativos na saúde só aumentam. Artrites, diabetes e dificuldades respiratórias somam-se à lista de riscos aos quais o animal está exposto, diminuindo potencialmente a expectativa de vida do pet.

Se ele adoece, o tratamento, inicialmente, é focado na patologia apresentada, como a obesidade ou a obstrução cardíaca, mas, em seguida, é importante que os donos mudem o estilo de vida do animal, estimulando os exercícios e as brincadeiras. A fisioterapia surge como uma das opções mais procuradas para os bichos que já apresentam dificuldades de locomoção. Existem ainda programas fitness em algumas clínicas para donos que não têm tempo para se exercitar com o pet.

“Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”
Bruno Alvarenga dos Santos, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa)

Amanda Gomes com seu pug, Bart: preguiçoso, ele não faz exercício, mas tem dieta controlada para evitar obesidade.
Amanda Gomes com seu pug, Bart: preguiçoso, ele não faz exercício, mas tem dieta controlada para evitar obesidade.

Para cães e gatos

Na hora de prevenir o sedentarismo é importante diferenciar o tratamento para cachorros e gatos. Os felinos têm hábitos noturnos e não apreciam tanto os passeios de coleira ao lado dos donos. Em geral, os que vivem em casas optam por caminhadas solitárias à noite. Os moradores de apartamento não têm a mesma liberdade e, caso não aceitem sair com os tutores, devem ser estimulados de outra forma.

Atividades com varas e fios com brinquedinhos na ponta, que façam o gato correr, pular e aticem o instinto de caça são os mais recomendados. Os gatos castrados tendem a diminuir as caminhadas e a perder o impulso de caçar. Nesses casos, a atenção do dono é ainda mais importante e ele deve insistir para que o animal se exercite.

Já os cães, mais empolgados e afeitos aos passeios, facilitam um pouco a vida dos donos. “Ele cobra que seu cuidador o leve para os exercícios. A prova disso é que quando o proprietário pega a guia e se dirige para a porta de saída da casa, o cão costuma dar pulos e correr para ser o primeiro a sair”, declara Josélio.

Alguns animais copiam os hábitos do dono e preferem ficar em casa, porém. Nessas situações, o veterinário Bruno Alvarenga alerta que é preciso mudar o próprio estilo de vida. “Pessoas sedentárias costumam ter animais semelhantes. Além de criar uma rotina de exercícios, é interessante não agradar o animal apenas com petiscos, mas também com brincadeiras de pegar e correr que estimulem o gasto de energia”, sugere.

Já no caso de animais com temperamento mais quieto ou com limitações de idade ou de saúde, as atividades físicas devem ser mais moderadas e os passeios mais curtos, nos momentos em que o sol está mais ameno. “Em Brasília, principalmente na época mais seca, deve-se evitar exercícios em horários de baixa umidade do ar”, recomenda Josélio.

O pug Bart, 11 anos, sempre foi mais quieto. Gordinho, gosta de ficar em casa e não é muito de brincar com outros cães. “Quando algum filhote ou cão mais sociável vem pular nele, se afasta devagar, não briga, mas também não gosta de bagunça”, conta, rindo, a dona dele.

A estudante de direito Amanda da Cunha Gomes, 25 anos, garante que está sempre de olho na saúde do pug, mas, mesmo com pequenos passeios diários, desde muito novo, o cão prefere ficar em repouso. “Ele sempre foi assim, não é muito ativo e acaba sendo sedentário. Hoje, já é bem velhinho, então, não forçamos”, afirma.

Bart, apesar de preguiçoso, é muito saudável. Está sempre em dia nas consultas ao veterinário e, para evitar o sobrepeso comum à raça, a família controla a dieta dele. “Quando era mais novo ele comia besteira com a gente. Adorava pão, cenoura, frutas. Mas a veterinária pediu para evitar e hoje ele faz dieta. Controlamos assim o peso dele, já que não é muito de se exercitar”, argumenta Amanda.

Campanha contra raiva vai imunizar cães e gatos a partir de 27 de agosto

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(da editoria de cidades do Correio Braziliense)

Cerca de 271 mil cães e gatos, 80% da população desses animais no Distrito Federal, devem receber a vacina contra raiva durante campanha organizada pela Secretaria de Saúde. Em 27 de agosto (sábado), 200 postos funcionarão em 17 áreas rurais de Brasília. Em 10 e 17 de setembro (também sábados), serão 1.640 pontos de vacinação na área urbana, a maioria em frente a centros de saúde.
O único caso de raiva em uma pessoa no DF aconteceu em 1978 e, em cães e gatos, em 2000 e 2001, respectivamente. “No entanto, o fato de estar controlado não significa que os animais não precisem ser levados para vacinar. Pelo contrário, é extremamente necessário, para nos mantermos sem a doença, que tem 100% de letalidade”, frisa o veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, Laurício Monteiro. Podem ser imunizados cães e gatos a partir de 3 meses, que estejam saudáveis, incluindo fêmeas prenhas e aquelas que acabaram de ter filhotes. A Vigilância Ambiental recomenda que os cachorros sejam levados com coleira e, aqueles mais agressivos, de focinheira; os gatos, se possível, abrigados em uma caixa. A raiva pode ser transmitida ao homem por meio da saliva e de secreções do animal infectado, principalmente pela mordida.

Gato com câncer terminal é adotado e levado para fazer todos os passeios que sempre sonhou

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( do Cat Club via ANDA )

 

Tigger e Adriene em uma de suas aventuras na praia (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)
Tigger e Adriene em uma de suas aventuras na praia (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)

 

 

 

A maioria dos animais mais velhos que buscam um novo lar nunca são adotados e passam seus últimos dias em abrigos para animais. Esse seria o destino do gatinho Tigger, que foi abandonado aos 21 anos por sua família. Mas, por sorte, sua vida se encontrou com a de Adriene Nicole.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tigger tira um cochilo em seu lugar preferido: a praia (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)
Tigger tira um cochilo em seu lugar preferido: a praia (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)

 

 

Ela viu a história de Tigger na internet e decidiu adotá-lo como um amigo peludo para seu outro gato, Stuart, de seis anos. Porém, não demorou para que Adriene descobrisse que o novo mascote sofria de falência dos rins e tinha um tumor do tamanho de uma bola de golfe. Foi aí que ela e o namorado decidiram criar uma lista de aventuras para realizar com Tigger, que adora passear na rua e, principalmente, na praia.

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Tigger à caminho de uma nova aventura (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)
Tigger à caminho de uma nova aventura (Foto/Tigger’s Story- The 21 yr. Old Cat & His Bucket List)

 

“A parte mais importante é que a história de Tigger mostra quão incrível é adotar um mascote geriátrico e oferecer a eles os melhores últimos dias! Ele mudou para sempre nossos corações e esperamos que também mude os corações de outros na hora de adotar animais mais velhos“, escreveu ela na página do Facebook dedicada ao gato.

 

Projeto Cão-Guia do DF vai entregar mais dois cães a deficientes visuais

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O próximo dia 26 de agosto será especial para o brasiliense Leonardo Moreno, 32, e o pernambucano Arthur Calazans, 46.

Os dois são deficientes visuais e estarão na Associação dos Delegados da Polícia Federal, em Brasília, às 14h, para uma cerimônia onde irão receber seus novos cães-guia.

Desta vez, tratam-se de dois jovens cães-guia que irão substituir os Labradores Cirus e Jasmin, que cumpriram com dedicação cerca de 9 anos junto a Leonardo e Arthur.

Os dois cães também são da raça Labrador, e passaram por todo o preparo de praxe de cães-guia do Projeto. “Eles viveram com famílias hospedeiras voluntárias por cerca de um ano, até atingirem a idade para o treinamento técnico.

O Projeto Cão-Guia já entregou 47 animais para deficientes visuais no DF e outros Estados desde 2002. Em média, ocorrem três entregas por ano e a ação de preparo envolve o esforço de muita gente.

Atualmente, existem 8 cães em fase inicial de treinamento, 3 cães prontos e uma lista de espera de 300 pessoas aguardando um cão-guia pelo Projeto.

 

Foto: Projeto Cão-Guia de Cegos DF / PremieR pet

 

Serviço

Entrega de cães-guia do Projeto Cão-Guia de Cegos do DF

Data: 26 de agosto

Horário: 14h

Local: Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal

Endereço: Shis Qi 7 Conjunto 6, Casa 2 – Lago Sul, Brasília – DF

Mais informações: http://projetocaoguia.com.br/

A dor e a delícia de ser o que é

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(por Ailim Cabral, da Revista do Correio) (fotos Zuleika de Souza/@cbfotografia)

 

O excesso de dobras; a aparência, até meio emburrada, do focinho encolhido; o andar cheio de rebolado e as tentativas de correr com as pernas curtas são características que conferem ao buldogue um imenso carisma. No entanto, os traços que atraem muitos compradores e adotantes podem indicar sérios problemas genéticos, que afetam a saúde da raça. Um grupo de pesquisadores do Centro de Companheiros da Saúde Animal da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, acaba de concluir que, justamente a busca pela reprodução do buldogue inglês somente entre os representantes mais puros da raça tem perpetuado certas especificidades genéticas que podem comprometer a qualidade de vida desses cachorros.

Segundo a tese, a seleção artificial feita ao longo dos anos e a partir de poucos indivíduos da raça — a reprodução começou em 1835, com 68 buldogues ingleses — contribuiu para que os problemas genéticos, como a displasia de quadril, dificuldades respiratórias pelo formato do crânio, câncer e cherry eye (condição na qual o cão tem um pequeno cisto na pálpebra interna do olho), se estabelecessem com muita frequência nos animais considerados de raça pura.

A partir do estudo realizado com 102 buldogues, sendo 87 deles dos Estados Unidos e 15 de outros países, os pesquisadores concluíram que a ausência de diversidade genética na raça pode ter chegado a um nível crítico e que a saúde apresentada pelos cães atuais não tem perspectiva de melhora. Significa dizer que os genes problemáticos que esses animais têm hoje serão mantidos e transmitidos aos filhotes. Assim, o resultado do estudo americano levanta a reflexão quanto ao verdadeiro valor de raças puras e se manter um certo padrão físico é realmente saudável para os animais.

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A médica veterinária Lorena Andrade Nichel tem muitos buldogues ingleses como pacientes. Apesar de ser apaixonada pela raça e de duvidar que eles possam ser extintos, ela concorda com o alerta do centro americano. “Com a popularidade da raça, houve muita cruza sem estudos e os problemas foram sendo propagados. Acredito que não temos mais para onde ir no melhoramento genético do buldogue inglês”, explica.  Lorena acrescenta ainda que a incidência de falhas genéticas aumenta as despesas e leva ao abandono de muitos filhotes. “As pessoas os compram de sites não confiáveis e de criadores que não têm responsabilidade para buscar um preço menor. Com isso, acabam abandonando o cão com problemas, que traz uma série de despesas”, lamenta a veterinária.

Dona de dois buldogues ingleses, Margot e Rover, a servidora pública Karla Cristina Rocha Botão, 40 anos, se compadece do sofrimento de seus cães: os dois apresentam problemas genéticos. Margot tem 2 anos e sofre com displasia de quadril e deslocamento de patela, ambas doenças ortopédicas genéticas muito comuns na raça. A cadelinha tinha apenas 6 meses quando começou a fazer fisioterapia e acupuntura para se preparar para uma cirurgia. Graças aos cuidados da dona com a saúde dela, a operação não foi necessária, mas Margot nunca poderá abandonar a acupuntura.

Apesar de ser saudável ortopedicamente, Rover, de 1 ano e 11 meses, tem cherry eye e doenças de pele com características genéticas. “Escolhemos a raça pelo temperamento, e sabíamos das chances de eles terem essas doenças, mas sempre achamos que não vai acontecer”, conta Karla. Ela também acredita que a busca pela pureza genética, da forma como tem sido feita, é prejudicial para a saúde dos cães, mas defende que, se houver uma mistura de buldogues com outras raças, muitos donos não vão querer os cães mestiços. Apesar das patologias, ela afirma que seus cães são felizes. “Isso nunca os impediu de correr, brincar, levar uma vida relativamente normal porque cuidamos muito da saúde deles e ficamos sempre atentos.”

Criador de buldogue inglês há 15 anos, o advogado Gilberto Pires Medeiros Filho discorda da conclusão dos pesquisadores americanos. “Acredito que a informação é metade verdadeira. É baseada em pessoas que reproduzem e vendem sem cuidado ou seleção genética, propagam os problemas e denigrem a imagem da raça”, explica.

Gilberto considera que o buldogue inglês nunca será um cão esportista, por exemplo, pois tem limitações naturais, mas que, quando reproduzido com responsabilidade e seleção genética, leva uma vida normal e saudável. “Hoje, existe uma preocupação dos criadores sérios. Cruzamos cães que tenham as narinas maiores para diminuir a dificuldade respiratória, buscamos um palato mole mais alongado, fazemos vários exames para evitar a displasia e temos o cuidado de castrar animais que apresentem muitas alterações genéticas”, defende Gilberto.

O criador acrescenta ainda que os concursos atuais da raça não consideram apenas o padrão da raça, mas sim a saúde. Gilberto explica que os juízes responsáveis observam as rugas ao redor dos olhos, o tamanho das narinas e diversos aspectos do físico do animal. “Os concursos têm colocado esse aspecto em pauta e a saúde do buldogue inglês é uma preocupação dos criadores sérios”, completa.

“Com a popularidade da raça, houve muita cruza sem estudos e os problemas foram sendo propagados. Acredito que não temos mais para onde ir no melhoramento genético do buldogue inglês”
Lorena Andrade Nichel, médica veterinária

 

Confira os eventos pet do fim de semana

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Várias feiras de adoção para você adotar seu bicho.Confira!

 

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Feira de adoção ATEVI

Sábado 13.08 das 09 às 15h

Quadra 101 do Sudoeste

 

 

 

 

 

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Feira de Adoção Consciente

Sábado 13.08 às 09h

CSB 09 lote 04 loja 08 – Taguatinga

 

 

 

 

 

 

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Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna

Sábado 13.08 das 11 às 16h

108 Sul

 

 

 

 

 

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Feira de adoção Projeto São Francisco

Sábado 13.08 das 10 às 15h

SIA trecho 2 ao lado da Gravia

 

 

 

 

 

 

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Feira de adoção Projeto Rua Nunca Mais

sábado 13.08 das 10 às 15h

308 Sul

 

 

 

sabadoedomingo

 

Bazar Beneficiente da ATEVI

Sábado 13 e Domingo 14 da 08 às 18h

Parque Olhos D’Água

 

 

 

 

 

 

domingo2

 

Pet Day do Projeto São Francisco

Domingo 14.08 às 09h

Eixão 208 Sul

 

 

 

 

 

domingo1

Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna

Domingo 14.08 das 11 às 15h

SIA trecho 2,ao lado da Gravia

 

Meu pai é animal

Publicado em Deixe um comentáriobichos

(da Revista do Correio)

 

O mundo animal é guiado pelos instintos e pelo desejo de preservação da vida: da própria e da prole. Por causa da necessidade de reproduzir e dar continuidade à espécie, as fêmeas, normalmente, tomam para si o papel mais ativo na criação dos filhotes. Na maior parte dos casos, os machos só ficam ao lado delas no período da reprodução. Depois, saem em busca da próxima conquista sexual, com o objetivo de espalhar o seu gene e ter como certa a sobrevivência ao longo dos anos.

Alguns, porém, seguem seus caminhos solitários. No caso dos ursos marrons, por exemplo, os machos não participam de nenhuma atividade com a fêmea, exceto o momento do acasalamento, e podem até matar os próprios filhotes por engano, se, por acaso, encontrá-la novamente.

Apesar disso, algumas espécies, porém, possuem uma organização familiar diferenciada, na qual os pais têm um papel ativo no cuidado dos filhotes. As responsabilidades são variadas e vão, desde alimentar, proteger, incubar os ovos, a até mesmo gerar a vida. Acredite: alguns papais bichos também engravidam.

 

Foto: Flickr/Reprodução.
Foto: Flickr/Reprodução.

 

 

 

Pinguim-imperador

O pai pinguim-imperador cuida dos seus filhotes no frio da Antártida enquanto as mães vão se alimentar no mar. No período em que elas estão fora, os machos incubam os ovos e “amamentam” os filhotes com uma substância superenergética, por meio de uma glândula do esôfago. Segundo o biólogo e professor de comportamento animal do UniCEUB, Raphael Corrêa, os pinguins passam meses sem comer e perdem quase 50% da massa corporal durante esse processo.

 

 

 

 

Foto: Freeimages
Foto: Freeimages

 

 

Raposa vermelha

Os machos dessa espécie, normalmente encontrada no hemisfério Norte, podem ser considerados verdadeiros “paizões”. Quando os filhotes estão ainda pequenos, são eles os responsáveis por alimentá-los, além de cuidar da fêmea e defender a família de predadores. Mesmo depois do amadurecimento da prole, os pais ainda têm um papel essencial: quando as crias deixam a segurança do núcleo familiar e seguem, sozinhos, seu próprio caminho, o pai as acompanham de longe e deixa carcaças de animais pelo trajeto para que não passem fome.

 

 

 

Foto: Prefeitura de Ipojuca/Divulgação.
Foto: Prefeitura de Ipojuca/Divulgação.

 

Cavalos-marinhos

O cavalo-marinho está entre os melhores exemplos de espécies em que os machos assumem uma postura importante na criação dos filhotes. Afinal, são eles quem engravidam. Eles possuem uma bolsa especial na região da barriga, na qual fêmeas depositam os ovos. Assim, são os machos que carregam, ali, os ovos fecundados até os filhotes nascerem.

 

 

 

 

 

Foto: Rick Sammon
Foto: Rick Sammon

 

 

 

Jaçanã (Jacana jacana)

“Nessa espécie, as fêmeas formam verdadeiros haréns de machos que são os responsáveis por cuidar dos filhotes”, conta Raphael. Estão entre as

atribuições masculinas a incubação e

a proteção dos filhotes.

 

 

 

 

 

Foto: Flickr/Reprodução
Foto: Flickr/Reprodução

 

Peixe esgana-gato (Gasterosteus aculeatus)

Esse peixe apresenta um comportamento muito protetor. “Ele faz um alto investimento na defesa e na manutenção do ninho, movimentando a nadadeira próximo aos ovos para deixar o local mais oxigenado. Também defendem bravamento o ninho contra o ataque de outros machos”, explica o biólogo Raphael Corrêa.