Para chamar a atenção da sociedade em relação aos cuidados com a saúde mental, em janeiro é celebrado o movimento Janeiro Branco, que neste ano tem como tema “A vida pede equilíbrio!”. O assunto ainda é visto com receio por muita gente, mas é de extrema importância ter um olhar atento aos assuntos relacionados à saúde mental, inclusive dos animais.
Segundo Laura Ferreira, que atende pela plataforma de medicina veterinária de família Guiavet, os pets também desenvolvem doenças mentais como depressão, ansiedade, transtornos obsessivos compulsivos, redirecionamento de emoções e estresse crônico. “Ainda é bastante desafiador na medicina veterinária diagnosticar, com certeza, qual doença mental o animal apresenta. Mas já sabemos que há, sim, diversos transtornos mentais nos pets muito similares aos dos humanos”, explica.
Os problemas podem ser surgir quando os animais ficam muito tempo sozinhos em casa ou ao se sentirem abandonados, quando os tutores viajam. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais sutis. Ao perceber que o seu pet está mais quieto do que o normal, evita interações, come compulsivamente, arranca pêlos ou se automutila, não consegue relaxar, está com o sono e apetite alterados ou fica muito ativo e inquieto, busque ajuda de um médico veterinário especializado em comportamento e psiquiatria animal.
Há doenças mentais que podem, inclusive, desencadear doenças físicas, como dermatites, cistites (inflamação nas vias urinárias) e queda na imunidade. Já o tratamento vai depender dos sintomas apresentados por cada animal, como explica a Dra. Laura: “Em geral, busca-se restabelecer o equilíbrio e a qualidade do ambiente. Isto é, organizar os itens básicos, como ração, água e brinquedos, manter a limpeza do ambiente e estabelecer uma rotina, além de incentivar interações positivas e de bem-estar entre o tutor e o pet. Contudo, em alguns casos, principalmente nos mais crônicos ou graves, é necessário intervenção com medicamentos psicoativos para reabilitar mais rapidamente o emocional desse animal”.
Como perceber os sinais
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Lamber excessivamente patas ou outras regiões do corpo, podendo arrancar pelos e se ferir;
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Ficar sem comer por longos períodos, com o tutor ausente ou presente;
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Ficar mais quieto do que o costume;
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Apresentar medo excessivo de coisas ou situações que antes não incomodavam (barulho, pessoas etc);
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Apresentar alteração de comportamento, podendo ficar agressivo sem motivo aparente;
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Adoecer de forma aguda, mesmo com os cuidados preventivos em dia.
Rotina de cuidados
A veterinária explica que os cuidados são bem simples, mas exigem a criação de uma rotina de alimentação, passeios e brincadeiras com o animal. São eles:
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Realizar atividades físicas e brincadeiras com frequência. Reservar de 15 a 20 minutos para caminhadas ao ar livre (em horários de temperaturas amenas), duas vezes ao dia, no mínimo, é ótimo para estimular a mente e o corpo do pet;
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Ter momentos de socialização com o cão para que ele tenha contato com outras pessoas e animais.
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Os gatos podem gostar de socializar, mas precisam que o tempo dele seja respeitado. O tutor não deve não forçar a interação;
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Reservar um tempo para brincadeiras e brinquedos é essencial. Alguns pets têm brinquedos espalhados pela casa e não brincam porque, mesmo que seja um brinquedo muito legal, precisam ser estimulados;
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Oferecer alimentação adequada, optando por ração ou alimentação natural. Isso vai depender da conversa com um profissional, que orientará sobre as necessidades nutricionais de cada pet. A nutrição em dia faz com que o animal tenha uma boa saúde mental.
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Ter tempo de carinho. O tutor não precisa ficar o tempo todo junto, mas é preciso deixar o pet sentir o amor por ele. Por isso, é importante fazer muito carinho e conversar com seu animal.