Pandemia aumentou vulnerabilidade de animais

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O número de animais de estimação em condição de vulnerabilidade mais do que dobrou no Brasil entre 2018 e 2020. Esse é um dos resultados da mais recente pesquisa ACV (Animais em Condição de Vulnerabilidade), realizada a cada dois anos pelo IPB (Instituto Pet Brasil).
No primeiro levantamento, que teve como ano base 2018, o número de animais em condição de vulnerabilidade chegou a 3,9 milhões no país. Já em 2020, ano do início da pandemia, esse número saltou para 8,8 milhões – um crescimento de 126%.
A pesquisa considera como ACVs aqueles que vivem sob tutela das famílias classificadas abaixo da linha de pobreza, ou que vivem nas ruas, mas recebem cuidados de pessoas ao redor. Do total da população ACV, cães representam 69,4% (6,1 milhões), enquanto os gatos correspondem a 30,6% (2,7 milhões). Em 2018, cães eram 69% (2,69 milhões), enquanto os gatos correspondiam a 31% (1,21 milhão).
Para fins de comparação, a população pet no Brasil é de cerca de 144,3 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves e répteis e pequenos mamíferos. A maioria é de cachorros (55,9 milhões) e felinos (25,6 milhões), num total de 81,5 milhões de animais. Desses, 10,8% são Animais em Condição de Vulnerabilidade, o que representa os 8,8 milhões de pets.

Não estão incluídos entre os ACVs os animais resgatados por maus tratos e abandonados, que são aqueles que vivem por um determinado tempo sem um dono definido. A maioria dos pets abandonados e animais resgatados por maus tratos vive sob tutela de organizações não governamentais (ONGs). Percebe-se claramente uma mudança no perfil das ONGs, verificando que hoje elas detêm, em seu poder, uma proporção maior de animais resultados de maus tratos, perto de 60%, e os 40% restantes são resultados de abandonos.
Proteção animal no Brasil

O levantamento do Instituto Pet Brasil apurou a existência de 400 ONGs atuando na proteção animal – em 2018 o número era de 370. Das entidades funcionando hoje, 45%, ou 180 ONGs, estão na região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (18%), Nordeste (18%), Norte (12%) e, por fim, Centro-Oeste (7%). Essas instituições tutelam mais de 184 mil animais. Desses, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos.
As ONGs e protetores forneceram informações diversas sobre a sua capacidade de acolhimento e o acolhimento real do momento. Com base nesses dados, o IPB classificou as entidades e estimou sua capacidade máxima de acolhimento. As de pequeno porte conseguem abrigar até cem animais, as de médio porte, de 101 a 500, e as de grande porte abrigam mais de 501 animais.
O acolhimento máximo foi estimado de acordo com os critérios de classificação definidos pelo Instituto Pet Brasil, com base nesses critérios e observando as características das ONGS.
O Brasil possui hoje 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus tratos, sob a tutela das ONGs e grupos de Protetores. Dos mais de 184 mil animais tutelados, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos. Os abrigos de médio porte destacam-se por tutelar mais de 60 mil animais. Portanto, são responsáveis por mais de 40% da população de pets disponíveis para adoção.
De acordo com os dados, 0,23% da população total de cães (de 55,9 milhões) e de gatos (de 25,6 milhões) evolui efetivamente para a condição de abandono. Segundo esses números, 2,1% dos animais em condição de vulnerabilidade evoluem para o abandono completo.