Problema respiratório nos pets aumenta 60% com o tempo seco. Veja como minimizar os efeitos da baixa umidade, que pode levar muitos animais aos hospitais. O frio que está fazendo à noite também requer cuidados especiais
Com a umidade do ar em Brasília na faixa dos 30% e sem previsão de chuva tão cedo, a secura pode afetar também a saúde dos melhores amigos. Um levantamento da Petz indica que, nesta época do ano, há um aumento de 60% nos problemas respiratórios e oftalmológicos, para atendimentos ambulatoriais, inalação, oxigenioterapia e emergências. Assim como as pessoas, os pets apresentam sintomas como coceiras nos olhos, boca seca, cansaço, dificuldade para respirar e desidratação.
“Os bichinhos com focinho curto ou achatado, como o shi-tzu, o pug e os bulldogs, que já apresentam dificuldade para respirar, acabam tendo o problema agravado, assim como os filhotes em geral”, afirma a veterinária Karina Mussolino, gerente de clínicas da Petz.
Para evitar que eles tenham qualquer mal por causa do ar seco, Karina Mussolino orienta a tomar alguns cuidados. Veja a seguir:
Alterações que podem ocorrer:
. Os pets podem ficar mais ofegantes e sofrer de crise respiratória com ar seco. O ideal é evitar caminhadas longas e brincadeiras muito ativas nesses dias, principalmente das 10h às 16h.
. Aumenta o risco de contrair a traqueobronquite canina ou a rinotraqueite felina. Caso não sejam tratados adequadamente, esses transtornos podem levar a complicações e até a uma pneumonia.
. Pets de focinho curto ou achatados (braquicefálicos): com maior dificuldade de respiração e predisposição para esses problemas e, assim como filhotes, podem ter aumento de secreção nasal e até contrair gripe.
. Os olhos dos pets podem ficar mais vermelhos, lacrimejar e coçar. Isso pode fazer com que eles tentem aliviar a coceira com as patinhas, provocando lesões ou até levar bactérias para os olhos, causando a infecção chamada de conjuntivite.
Como amenizar os efeitos do clima
1 – Fique atento à alimentação, se o pet está se comendo bem, se continua ativo e brincando.
2 – Leve sempre recipientes de água para os passeios. Em casa, troque a água várias vezes ao dia.
3 – Deixe toalhas molhadas ou bacias com água próximas aos locais de descanso. Umidificadores de ar também são recomendados.
4 – Diminua quantidade de exercícios, principalmente entre 10h e 16h.
5 – Faça hidratação com produtos específicos para pets.
6 – A inalação pode e deve ser feita somente com soro fisiológico para animais com problemas respiratórios durante fases de tempo seco, pois umidifica as vias aéreas e facilita a respiração.
7 – A limpeza dos olhos deve ser feita com solução fisiológica, passando o algodão delicadamente.
8 – Mantenha a vacinação contra a gripe em dia, assim como todas as outras, além do reforço anual.
9 – Fique atento a qualquer sinal de tosse, secreção nasal e ocular e dificuldade respiratória grave.
10 – Leve o pet para um check-up, que ajuda na prevenção e também no diagnóstico precoce de qualquer problema.
Cuidados no frio
Além da seca, Brasília tem passado por noites e madrugadas frias. A baixa nas temperaturas pode desencadear problemas nas articulações, dores musculares, traqueobronquite canina e rinotraqueite felina. A partir dos 7 anos, o animal já tende a desenvolver doenças hormonais, articulares e a diminuir a musculatura, agravado pela diminuição das camadas de gordura eliminadas pelo organismo. “Desse modo, ele fica muito mais suscetível ao frio e ao vento gelado, característicos dessa estação”, alerta a médica veterinária Mariana Mauger, da rede DrogaVET.
Para não expor os animais ao frio, ela dá algumas dicas:
- Mantenha o ambiente fechado e arejado, em temperatura amena
- Vista o pet com roupinhas de lã quentinhas
- Coloque cobertores e mantas em sua caminha/casinha
- Forneça alimentação adequada e pote de água sempre cheio
- Fortaleça o organismo com uso de suplemento nutricional (verifique a possibilidade com seu veterinário)
Se o pet precisar usar medicamentos para combater as doenças do frio e outras enfermidades, Mariana Mauger explica que é possível fazer a manipulação de maneira eficaz. “O medicamento é manipulado na dose certa para cada tipo de animal, levando-se em conta seu porte, raça e características biológicas”, diz. Segundo ela, numa mesma manipulação o medicamento pode reunir diferentes princípios ativos com o objetivo de tratar não só a doença principal, mas também aquelas associadas às características do pet, tais como a idade, a obesidade ou alergias. “Nesse último caso, é possível tratar, por exemplo, a osteoartrose em forma de biscoito hipoalergênico. Já um animal obeso pode ser medicado com biscoitos que ajudam no emagrecimento, incluindo, na fórmula, os ativos chitosan e berinjela. Aos idosos com osteoartrose, a manipulação veterinária permite associar a condroitina e um complexo antienvelhecimento como a coenzima Q10 e o Ômega 3”, exemplifica.