Alguns cuidados ajudam a reduzir os riscos de um problema que é comum nos pets. Exames preventivos também são importantes para evitar doenças que levam à cegueira
Muitas pessoas não sabem, mas as doenças oftalmológicas em animais de estimação podem ser mais comuns do que se pensa. Esbarrar em móveis, dificuldades para localizar brinquedos e alimentos, farejar até chegar ao tutor quando é chamado, podem ser sinais de que o animal não está enxergando bem. Segundo o médico especialista em oftalmologia veterinária Anderson Gouveia, a cegueira, principalmente, em cães é algo comum e pode ocorrer ao longo da vida do animal.
Como identificar
Dificilmente a cegueira nos animais acontece de forma repentina. “O mais comum é que venha acometer o bichinho gradualmente, quando ele passa a apresentar sinais clínicos. Perceber problemas oculares em animais de companhia não é uma das tarefas mais fáceis, por isso é necessário ficar atento”, alerta o especialista.
Além disso, andar encostado nas paredes, piscar muito os olhos, ter coceira, manchas ao redor dos olhos, vermelhidão e sensibilidade à luz são alguns dos indícios que seu pet possa estar com algum problema de visão. “O comportamento do animal também pode ser alterado devido as doenças oculares. O pet pode ficar mais agressivo e pouco ativo”, explica Anderson.
O Médico Veterinário destaca ainda que dentre os principais males das doenças estão a catarata, os glaucomas, as inflamações palpebrais, a síndrome do olho seco e doenças de acometimento sistêmico como, diabetes, hipertensão arterial e até mesmo doenças transmitidas por parasitas. Algumas têm prevenção ou cura, outras podem levar seu animal à cegueira e precisam de tratamento. O importante é levar o seu bichinho para avaliação com um especialista pois alguns exames com equipamentos específicos podem prevenir casos de perda parcial ou cegueira.
Todas as raças de cães e gatos podem apresentar problemas nos olhos, até mesmo os saudáveis “vira-latas”, mas algumas raças são mais predispostas como os sharpeis, bulldogs, chowchows, pastor alemão, shihtzu, lhasaapso, pequinês e o gato persa.
Cuidados
Os cuidados com essa área sensível são essenciais para prevenir doenças. É aconselhável, em alguns casos, limpar todos os dias a região ao redor dos olhos com uma gaze e, sob prescrição médica, o uso de alguns colírios. “Prender os pelos mais longos no topo da cabeça do seu cão com um elástico para que eles não atrapalhem a higienização completa, é fundamental. Cuidados na hora do banho também são importantes, o shampoo usado para a cabeça não pode causar irritações e vermelhidão e em alguns casos o uso de colírios específicos para proteção”, destaca Anderson.
Conheça os sinais das doenças que podem acometer nossos pets:
Ceratoconjuntivite seca – Acomete cães de diversas raças e o animal apresenta um quadro de secreção ocular, opacidade e dificuldade para enxergar. Se não tratado pode levar à cegueira. As raças acometidas são: shih tzu, lhasa lapso, cocker spaniel, buldogue inglês, pug, yorkshire.
Catarata – A catarata merece atenção especial, pois é o principal motivo de cegueira reversível nos animais. As origens são variadas e podem ser genéticas, secundária ao diabetes, hereditária ou congênita. Essa doença forma uma opacidade no centro do olho do bichinho, bloqueando a visão. Se o seu pet for diagnosticado com essa doença, ele vai precisar passar por uma cirurgia para colocar uma lente que substitui o tecido natural dos olhos. Raças com maior risco: poodle toy, cocker spaniel inglês, schnauzer miniatura, yorkshire terrier, lhasa apso e os shih tzus.
Glaucomas – A doença é grave e pode deixar seu bichinho cego, caso ele não receba os devidos cuidados. O glaucoma acontece quando há um aumento da pressão dentro os olhos, afetando o nervo óptico e a retina do animal, principalmente nos mais velhos. Geralmente, os tutores só percebem o problema quando o pet vai ficando com os olhos turvos e esbranquiçados, além da dificuldade para enxergar. Quando descoberto no início pode ser revertido com uma drenagem. Raças com maior risco: cocker, sharpei, basset, basset hound, beagle, samoieda e husky, por uma questão genética.
É importante lembrar que visitas regulares ao veterinário especializado para fazer um check-up têm papel fundamental na identificação de possíveis doenças ainda em estágio inicial.Grande parte dos animais que chegam cegos aos oftalmologistas apresentam alterações que poderiam ter sido evitadas se diagnosticadas precocemente.