Categoria: redes sociais
(da Revista do Correio)
Cor e estampa são preferências estéticas, mas itens de segurança para os pets exigem outro tipo de critério na hora de escolher. Seu cão é pequeno, dócil e obediente? Ou pula de um lado para outro no carro? Durante o passeio, quer correr para brincar com outros cães e adora saltar nas pessoas ou se comporta perfeitamente, caminhando a seu lado? Perguntas assim devem nortear a seleção dos equipamentos usados para garantir um transporte seguro, tanto para os animais quanto para os tutores e para as pessoas nas ruas.
Há, por exemplo, inúmeras guias disponíveis. Entre as mais usadas, estão a tradicional e a peitoral. De fato, elas são as mais indicadas para a maioria das raças, mas é importante saber apontar as diferenças de cada uma. A tradicional pode ser de tecido, náilon, couro ou outras variações que existem no mercado, vai ao redor do pescoço do cão. Com ela, é possível treinar o animal mais facilmente, independentemente da raça. Nas primeiras vezes que o filhote sai para passear, ele deve entender quem manda. A coleira tradicional possibilita esse comando com mais facilidade, uma vez que o dono pode puxar o animal delicadamente para que ele se mantenha ao lado ou atrás. Com a peitoral, isso é mais difícil. Mesmo quando o proprietário realiza o comando de segurá-lo ao seu lado, o cachorro ainda pode jogar o tronco para frente, dando a impressão que está no controle. Por esse motivo, é indicada somente depois que houve o adestramento do animal.
“O proprietário conhece a índole do seu cachorro, sabe se ele é capaz de atacar ou avançar em outra pessoa e, a partir disso, ele escolhe melhor a coleira para ter total controle sobre o mesmo”, comenta a veterinária Camila Albuquerque. O maior erro dos donos é confiar que o bichinho é comportado e não vai correr ou atacar ninguém, pois muitos acidentes acontecem a partir disso. Os animais podem se assustar, correr atrás de algum bicho ou simplesmente querer brincar. Por isso, Camila acrescenta que o uso da coleira em qualquer passeio é indispensável, já que o comportamento do animal pode sempre surpreender.
Outro modelo de coleira é a enforcadora. Ela é usada para conter o animal e se aplica mais a cães de guarda, como rotweiller e pastor-alemão. Ou a qualquer outro que tenha muita força ou um comportamento mais bruto. Do lado inferior da coleira, existem alguns ganchinhos que ajudam a controlar o cão ou que deslizam, apertando mais o pescoço. Mas, segundo a veterinária, esse tipo de coleira não causa nenhum mal ao animal, ela apenas o incomoda e o faz parar.
Anna Carolina Prates é aviadora e tem três shih tzus — Thor, Bella e Shoyu. Por morar em apartamento, ela passeia com seus cães pelo menos duas vezes ao dia e conta que sempre optou pela coleira peitoral por sentir mais segurança na hora do passeio. “Tenho medo de puxar a coleira e machucar ou dar falta de ar porque eles são muito pequenos, e sei que, com a peitoral, isso não acontece.” Anna Carolina já teve outros dois cachorros da raça labrador e conta que, neles, ela preferia usar a coleira tradicional de pescoço, por causa da força que os animais tinham durante o passeio. “Era mais fácil conter os dois com a de pescoço para que eles não me derrubassem”, conta a aviadora.
Na rua e no carro
Os tutores têm um medo infundado: acreditam que a focinheira só pode ser usada em cães ferozes ou de guarda, e que o acessório machuca ou limita a respiração. Mas a realidade é que a focinheira é indicada para qualquer raça, em qualquer passeio. O correto seria sempre usar a coleira em conjunto com a focinheira, obrigatória, de acordo com lei distrital, sobretudo para cães de grande porte, como dobermann e pit-bull.
Também é obrigação do dono, estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro, transportar, nos carros, os cães dentro de caixas adequadas ao tamanho do animal, casinhas ou presos ao cinto de segurança adaptado. Caso isso não seja respeitado, os motoristas estão sujeitos às penalidades da legislação, como multas e pontos da carteira de motorista.
Apesar disso, muitas pessoas levam seus animais soltos no veículo, com a janela aberta ou no colo de alguém, mas, assim como um ser humano, o cãozinho pode causar algum acidente quando está livre, ou até mesmo correr risco de óbito caso haja uma batida. “O peso do cachorro pode ser triplicado em caso de acidente e isso pode machucar alguém ou ele mesmo”, ressalta a veterinária Camila Albuquerque.
Giulia Pires é estudante de comunicação organizacional e dona de Napoleão, da raça sealyham terrier. Ela diz que sempre usou a coleira peitoral em seu cachorro e o cinto de segurança em todos os passeios de carro. “Pensando na segurança dele, comprei o cinto logo no dia que ele chegou em casa. Tenho medo que aconteça algo e ele se machuque. Já sabia da existência da cadeirinha adaptada para carro, mas fui ao petshop atrás de algo do tipo que ele tivesse mais liberdade e não ficasse totalmente imóvel, e me indicaram o cinto que fica ligado a coleira.” Napoleão se acostumou muito bem com o cinto de segurança e ela deixa a guia mais curta, mas com distância suficiente para que ele possa olhar pela janela.
É o mesmo caso de Letícia Brazil, estudante de pedagogia e dona de Aladdin, um shih tzu que não passeia solto no carro. “O Aladdin é muito agitado. Antes do cinto de segurança, quando ele passeava de carro, ficava muito animado e pulando em todos os cantos. Tinha muito medo de que algo acontecesse com ele, e agora ele fica bem comportadinho.” Caso haja impacto, o cinto trava, impedindo que o animal se machuque.
FEIRA DE ADOÇÃO DA ATEVI
Dia 28.05 das 10 as 16H
Local: 408 Sul – Pet House
Feira de adoção SHB
Dia 28.05 das 10 as 16h
Na Petz-SIA Trecho 2
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Dia 28.05 das 11 as 16h
Na 108 Sul
FEIRA DE ADOÇÃO PET CÃES
DIA 29/05
TAGUA PARQUE (entrada principal)
Mutirão de Limpeza Abrigo Flora e Fauna
Mais informações entrar em contato via site ou Facebook
(por LUIZ CALCAGNO, do Correio Braziliense)(fotos CARLOS VIEIRA- @cbfotografia)
O Correio contou a história da ave em 2 de março, dias depois do resgate. O espécime, que à época parecia abatido, ontem estava ativo e irritadiço com a manipulação dos cirurgiões. Zazu pôde passar pela operação após o período de tratamento, em que o veterinário Sílvio Lucena cuidou do animal. Com uma pinça, ele alimentava o pássaro com carne, ração e frutas, e ministrava antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos, para curar a ferida causada pela fratura do bico. No fim do procedimento, a ave despertou com uma versão mais leve e resistente do membro, mantendo as cores do antigo e pronto para ser apresentado a uma fêmea que também vive em cativeiro. Após o período de readaptação, o casal ficará separado por uma grade até que se acostumem com a presença um do outro.
Quando Gabriella o resgatou, percebeu que o tucano possuía uma anilha na pata. O anel indicava que ele é um espécime documentado e criado em cativeiro.
Mesmo tendo convivido com humanos durante toda a vida, a ave — que leva o nome do mordomo da animação O Rei Leão — tem a personalidade forte e arredia. Detesta ser pega. Na casa de Sílvio, ficava feliz ao vê-lo se aproximar com a comida, mas o ameaçava para afastá-lo assim que estivesse saciada. “O tratamento só foi possível porque ele nasceu em cativeiro. Se se tratasse de um animal de vida livre, provavelmente morreria pelo estresse causado pelo tratamento”, observou Sílvio.
Sábado 21.05
Feira de adoção ATEVI
das 10 as 16h no Armazém Rural da 409 Sul.
Café da manhã com palestra sobre alimentação natural
As 09h na Pet Shop Armazém Rural 409 sul
Feira de adoção Projeto São Francisco
Das 10 as 15h no SIA trecho 2 lotes 65/95
Feria de adoção Abrigo Flora e Fauna
das 11 as 16h na
108 Sul
Domingo 22.05
Feira de adoção Responsável
das 10 as 16h no Taguaparque
Bazar (Feira livre) ATEVI
das 9h às 18h na 115 norte EIXAO.
Feira de Adoção Abrigo Flora e Fauna
das 11 as 15h no
SIA trecho 2- Petz
(da Revista do Correio) (fotos Arquivo Pessoal)
Muitas vezes, não se avalia o bem que um animalzinho de estimação pode proporcionar a pessoas com necessidades especiais. Existem diversas terapias que contam com a participação de bichos, como a equoterapia, feita com cavalos. Mas há também um ganho notável com o convívio de mascotes na intimidade do lar — sobretudo em processos de recuperação de doenças ou problemas psicológicos.
Um caso que causou comoção na internet foi o de Iris Grace, 6 anos, e seu gato, Thula. Autista, ela quase não falava e pouco saía de seu mundo particular. Aos 4, porém, Iris ganhou o felino de presente dos pais e viu sua vida mudar completamente. A menina inglesa começou a interagir, conversar, sorrir… Um verdadeiro renascimento.
Hoje, a ciência já reconhece os benefícios trazidos pela relação homem-animal. Os pets promovem saúde física e emocional e, quando se trata de pessoas especiais, eles podem verdadeiramente auxiliar no desenvolvimento psicomotor e na linguagem.
Alaíse Zimmermann é mãe de Alexandre, 11 anos. Ele tem autismo e é dono do Tody, um cachorrinho da raça daschshund.
“O Alexandre gosta de atiçar o cachorro. Não pode vê-lo ali quietinho que vai brincar. Ele adora correr atrás do Tody e os dois se divertem”, conta a mãe. Mas, quando Alexandre está bravo ou leva bronca, também briga com o animal. “Muitas vezes, ele quer bater no Tody, quer descontar a raiva nele. Só que o Tody não deixa. Ele rosna como quem diz que não gostou da atitude, e o Alexandre se aquieta e sai de perto.”
Os pais de Alexandre sempre o ensinaram a dar ração e água ao cãozinho. Quando o assunto é o incentivo da fala, Alaíse afirma que houve mesmo uma melhora, ainda que discreta. “Quando o Tody está calado no canto, o Alexandre gosta de ficar mandando e desmandando nele. Ele diz: ‘Para, Tody, fica quieto’. E eu acho graça”. Mesmo com repetições ou poucas palavras, o estímulo é claro.
“Uma vez estávamos todos deitados para dormir e o Tody começou a latir. Logo falei: ‘Fica quieto, Tody!’. Alguns segundos depois, o Alexandre, que já estava deitado na cama dele, repetiu a mesma coisa”, descreve. Alaíse fala também sobre a relação de seu sobrinho, Victor Chiba, 20 anos, com sua cadelinha, que faleceu este ano. Victor tem síndrome de Down e sempre foi muito próximo da tia. Na casa dele, os cachorros sempre marcaram presença, mas viviam no quintal, pois eram de porte grande e a mãe do menino não os queriam dentro de casa.
Quando Victor tinha 9 anos, pediu à mãe um cachorro que pudesse ficar com ele o tempo todo, e assim ganhou Biba, uma poodle. “Desde o primeiro dia de Biba em casa, Victor teve todos os cuidados com ela. Sempre gostou de dar comida, água e passar o tempo todo ao seu lado. Só largava a cadela na hora de dormir”, conta a tia. A ligação dos dois era enorme. “Quando Victor estava triste, ele se trancava no quarto com a cadela e só saía quando estivesse se sentindo melhor.”
Cães são muito observadores. Prestam muita atenção nos hábitos dos donos. Quanto mais ele conhece uma família, mais terá condições de perceber quando precisam de sua presença afetivamente. Psicóloga e especialista em terapia assistida por animais, Marinez Rangel confirma a importância dos bichinhos na área de saúde. Ela relata que o cachorro tem um grande instinto que, além de ajudar nos tratamentos, também auxilia em casa. “Quando percebem que algo não está certo, eles se aproximam mais do dono, como se quisessem carinho. Alguns deles não podem ver a pessoa chorar que querem lamber as lágrimas. Tudo isso é uma forma de afeto”, conta a psicóloga.
De fato, os cães têm grande influência no comportamento das crianças especiais. Os níveis de estresse tendem a diminuir e a sociabilidade, como condutas afetivas e contato visual, a aumentar. A agressividade, tanto verbal quanto física, e o isolamento também são minimizados. Tainá tem 26 anos e é autista. A mãe, Cláudia Martiningo conta que a filha sempre gostou de cachorros e logo quando adotaram a cadela Cindy foi fácil perceber a ligação da menina com os animais. “Ela tinha só 10 anos e o encantamento foi imenso! Sempre ia brincar e fazer carinho. Ela adorava e não desgrudava.”
Quando decidiram ter a cadela da raça akita, foi pensando em uma possível melhora no desenvolvimento da filha. Cláudia procurou conhecer melhor o assunto e buscou a opinião de terceiros. Além disso, a mãe pensava que a filha era muito sozinha, pois estava sempre quietinha e não gostava de conversar. Hoje a família tem Nalu, uma golden retriever de um pouco mais de 1 ano, que é a melhor amiga de Tainá. As duas se deram muito bem desde o primeiro contato e são apaixonadas uma pela outra. “Quando ela chega em casa da escola, a primeira coisa que faz é ir lá e falar com a Nalu. Ela já começa a latir e vai correndo pegar a bolinha.” Cláudia conta também que a cadela é o refúgio de Tainá. Nos momentos em que ela está triste, a Nalu é seu primeiro destino. A menina senta-se do lado da cadela e fica conversando, contando tudo que acontece. Ela tem a cachorrinha como uma confidente.
A mãe relata a melhora da jovem. Trouxe calma e, além disso, ajudou no desenvolvimento da fala, uma vez que Tainá conversa muito com a mascote, manda pegar a bolinha e diz palavras de carinho. “Penso que cada criança especial é de uma forma, mas não custa nada tentar uma aproximação com os animais para ver como ela responde”, acrescenta Cláudia.
“Os pets promovem saúde física e emocional e, quando se trata de pessoas especiais, eles podem verdadeiramente auxiliar no desenvolvimento psicomotor e na linguagem”
Feira de Adoção ATEVI
Sábado 14.05 das 10 as 16h.
Amor de Bicho na 101 do Sudoeste
Feira de Adoção de Cães e Gatos do Casa Park
sábado 14.05 das 11h às 15h
Estacionamento externo do CasaPark – SGCV Sul lote 22
Entrada gratuita
Feira de adoção da PetCães
sábado 14.05
Colônia Agricola Vicente Pires-Chácara 135
Fone 33534251
Feira de Adoçãso Abrigo Flora e Fauna
Sábado 14.05 das 11 as 15h
SIA trecho 2 ao lado da Gravia
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Sábado 14.05 das 11 as 16h
108 Sul
4 Cãominhada Solidária
Domingo 15.05 à partir das 09h no estacionamento 11 do Parque da Cidade
Feira de Adoção da SHB
Domingo 15.05 das 10 as 16h
Sia Trecho 2 ao lado da Gravia
“Estavam paralisados”, diz frei que fotografou cachorros assistindo à missa
(por Ana Karina Giacomelli do Diário Gaúcho)
Uma cena inusitada, que aconteceu na Capela da comunidade Nossa Senhora das Graças, da Paróquia São Judas Tadeu, em Porto Alegre, chamou a atenção dos fiéis que participavam da missa no domingo, dia 1º de maio.
Frei Irineu Costella realizava a cerimônia quando viu quatro cachorros parados na porta da igreja acompanhando o sermão. Naquele momento, o religioso pediu para que os fiéis olhassem também. O frei Gilmar Zampieri, que acompanhava a celebração, conseguiu fazer um registro dos animais.
— A cena foi emocionante. Eles estavam muito atentos, bem disciplinados. Não entraram na igreja, não latiram, não atrapalharam em nada. Estavam paralisados, sem fazer um movimento sequer — disse Gilmar.
O religioso explica que, durante as missas, os cães costumam ficar em um pátio separado, para não atrapalhar as pessoas que frequentam a capela.
— Nesse dia, eles conseguiram se soltar e foram direto para a porta da igreja. Foi um acontecimento simbólico. Se isso acontecesse em qualquer outro ambiente não chamaria tanto a atenção. É uma cena para se refletir — salienta.
Frei Gilmar conta que a imagem fez sucesso no Facebook:
— Recebi muitas mensagens e manifestações carinhosas. As pessoas ficaram bastante comovidas com a situação. Todos se encantaram com a foto — relata.
Libertação animal
O zelo pelos animais é tão forte que frei Gilmar lançou um livro sobre o assunto, em parceria com o frei Luiz Carlos Susin. Com o título A vida dos outros — Ética e teologia da libertação animal, a obra apresenta, de uma maneira simples, uma nova visão do relacionamento dos seres humanos com os outros seres animais.
Os frades abordam o sofrimento dos animais de circo, zoológicos, touradas, rodeios, farra do boi e outros onde a dor está presente em mutilações, privações e maus-tratos diversos, e dos bichos usados como cobaias em testes e pesquisas.
Em um trecho da obra, os religiosos enfatizam:
“Os animais são os outros dos humanos, que apelam, a seu modo, para a nossa consciência moral e religiosa. Uma ética e uma teologia inspiradas pelo ‘princípio compaixão’, pelo ‘princípio libertação’ e pelo ‘princípio cuidado’ não podem ficar indiferentes ao sofrimento e morte de nenhuma criatura inocente. Os animais, os ‘outros do humano’, são criaturas inocentes em permanente sofrimento e morte, esperando compaixão, libertação e cuidado.”
(da Revista do Correio)
Os detetives particulares, além de não serem coisa de filme, prestam um serviço importante para donos de pets. O principal motivo para a investigação especializada é o furto premeditado dos animais de raça. Felizmente, esses casos costumam ser de mais fácil resolução que desaparecimentos comuns, já que, segundo o detetive particular Deusdete Corrêa, geralmente é possível descobrir algo por meio de testemunhas ou de câmeras de segurança.
De acordo com o detetive Edilmar Lima, os malfeitores geralmente buscam lucro vendendo o bicho ou usando-o como reprodutores. Há cerca de nove anos, Lima e sua equipe descobriram uma “fábrica de filhotes” no entorno do DF. Os cães não tinham procedência clara e o responsável pelo local acabou condenado na Justiça. A pena foi o pagamento de cestas básicas. Lima diz que as habilidades de um detetive pet são as mesmas de um profissional convencional. Tudo começa com perguntas na vizinhança e fotos do desaparecido. “Apesar de acharem que cachorro não deixa pistas, deixa sim. Alguém sempre vê, é quase o mesmo trabalho”, explica. Lima conta ainda que a denúncia anônima é uma aliada. “Às vezes, o empregado da casa reconhece os patrões com um cão desaparecido e denuncia — ajuda muito também.”
Ele se especializou na área há mais de 20 anos, a partir de um caso “familiar”: o cão de sua companheira havia fugido na primeira vez em que desceu do apartamento. Na ocasião, Lima já trabalhava como detetive e foi questionado por que não poderia ir atrás do animal, já que buscava pessoas. No fim das contas, o filhote foi localizado na casa de quem o vendeu! É que o cãozinho ainda se lembrava do endereço anterior. “Foi assim que peguei gosto pela coisa”, resume.
Deusdete Corrêa ressalta o potencial afetivo da atividade. “Entrei no ramo nem tanto pensando em ganhar dinheiro, mas em ajudar o próximo, porque o bicho de estimação hoje é como se fosse um filho”, observa. Para quem está em busca de uma mascote “desaparecida”, ele sugere distribuir cartões com o contato e oferecer uma recompensa pelo paradeiro. O valor, porém, não deve ser explicitado, pois poderia incentivar o sequestro de animais. Detetives também ajuda nesses momentos, pois estão preparados para resolver situações em que a outra parte tente agir de má-fé. Laudirene Pereira, 35 anos, está apostando nos serviços de detetive particular para encontrar Bob. O shih tzu, 1 ano, desapareceu em 7 de janeiro, quando visitantes esqueceram o portão da casa da empresária aberto, em Samambaia Sul. Ela imprimiu cartazes, entregou panfletos em todas as casas da quadra em que mora e também na vizinhança, além de contratar um carro de som e fazer anúncios na internet. O investimento não foi baixo: só o uso diário de um carro de som pode ultrapassar R$ 250. Ela estima ter gastado cerca de R$ 3 mil.
Desde o sumiço de Bob, a empresária passou a olhar classificados on-line diariamente em busca de alguma pista do shih tzu. Várias vezes, acreditou estar perto de recuperar o filhote e, recentemente, acabou decidindo comprar outro cão da mesma raça. Laudirene, porém, reconhece que não é possível substituir Bob. “Eu não tinha noção desse universo. Fui em muitas casas, recebi muitas ligações. Tem muita gente que passa pela mesma situação”, diz. Laudirene acredita que o cão não retornará. “Minhas filhas até hoje choram. Eu sei que há muitos canis clandestinos por aí…”, lamenta.
De fato, com o passar dos dias, a missão fica cada vez mais difícil. Edilmar Lima, porém, conta que existem casos de pets que são encontrados depois de meses, e que os tutores não devem perder a esperança. “Não recomendo desistir”, sentencia.
Alguns dos obstáculos incluem o vínculo que pode surgir entre o animal e a nova família. “Às vezes, a pessoa que recupera na rua não tem intenção de ficar, pega para proteger, mas, com o passar do tempo, toma afeto”, observa o detetive. Laudirene, porém, é categórica ao tratar de pessoas que se recusam a devolver um pet perdido ou roubado: “É mais fácil dizer para minhas filhas que o Bob está bem, com alguém que está cuidando e gosta de animal, mas quem faz isso não gosta. Quem gosta sabe que existe uma família esperando, que daria qualquer coisa para tê-lo de volta”.
Os valores para a contratação de um detetive podem ser elevados. É possível prestar o serviço por diárias, que podem variar entre R$ 300 e R$ 600, ou fechar um pacote por um período de cerca de 90 dias. Deusdete Corrêa explica que, nesses casos, o custo total fica em torno de R$ 3 mil, e metade do valor é pago antecipadamente.
Ajuda on-line
Segundo o detetive Edilmar Lima, uma das medidas mais eficazes que os tutores podem tomar paralelamente às investigações profissionais é divulgar informações e espalhar cartazes. As redes sociais também têm um papel importante no processo, devido ao grande alcance.
O Procura-se Cachorro é um site que cataloga cães perdidos e encontrados com base no sistema de localização do Google.Os sites Pet Vale e Procure 1 Amigo tratam de várias temáticas pet, mas contam com uma área exclusiva de anúncios de animais perdidos. Sem qualquer custo, o tutor pode cadastrar uma foto da mascote desaparecida e deixar um telefone de contato.
Existem ainda aplicativos, como o brasiliense Pinmypet, que facilitam a identificação do animal. No caso, todo bicho cadastrado no app ganha um perfil, que pode acessado a partir de um tag na coleira.
Anote o endereço completo dos sites mencionados:
http://www.petvale.com.br/cachorros-perdidos/ Pet Vale
http://www.procure1amigo.com.br/animais_perdidos.aspx Procure 1 Amigo
Você viu o Bob?
O cãozinho shih tzu desapareceu em janeiro em Samambaia, mas pode estar em qualquer lugar do DF. Se tiver informações, entre em contato com a dona dele, Laudirene Pereira: (61) 8634-4061.
Caso de legítima defesa de animais abre nova página na Justiça brasileira
(Por Neusa Gatto Pereira / Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais)
O Júri da Comarca de Tatuí, interior de São Paulo, abre uma nova página na Legislação Brasileira em relação a crimes cometidos em defesa dos animais.
Em julgamento realizado no dia 26 de abril deste ano, os jurados deram uma pena menor a Moacir Soares da Silva por ter matado a tiros seu vizinho, do que Mateus Buscarini, em agosto de 2010, por ele ter envenenado seis cães que viviam na chácara onde ele era caseiro.
De acordo com Moacir, no dia do crime, “os cães estavam vomitando sangue e o vizinho tinha carne moída nas mãos e portava uma faca, e que, ao ver a cena, pegou um revólver e fez os disparos”.
Moacir foi condenado a 8 anos de prisão por crime de homicídio privilegiado, que não é considerado crime hediondo, o que levou à redução da pena, que seria de 30 anos caso o júri acatasse a denúncia do Ministério Público de crime hediondo, com motivo torpe, duplamente qualificado.
Para o advogado de Moacir, Paulo Cesar Bernardo (Gracia Bernardo Filho Advogados), – “ os jurados consideraram que o crime foi cometido em momento de emoção porque o réu teria presenciado a morte dos seus animais que viviam com ele num vínculo familiar “. É a primeira vez na jurisprudência brasileira, que se equipara a relação homem e animal à relação paterna.
Moacir vai ficar preso em regime fechado com possibilidade de liberdade com um sexto da pena cumprida. Como já passou um ano e dois meses na cadeia por causa desse crime, esse tempo será descontado da pena total, restando poucos meses para obter progressão para o regime semiaberto.
Para o advogado Paulo Bernardo, a grande conquista neste julgamento foi abrir um precedente para casos semelhantes onde a dor de presenciar a morte de um animal é equiparada a dor de perder um filho. Diz o advogado: “Além da conquista jurisprudencial, existe a conquista legislativa. Com o aumento do número de casos em que animais são equiparados com seres humanos, aumenta as chances de termos alterações na Legislação vigente com uma lei que trate os animais como seres portadores de direitos” ,conclui o advogado.