Autor: Paloma Oliveto
Os pets estão vivendo cada vez mais em comparação ao passado. Segundo uma publicação da Sociedade Brasileira de Geriatria Veterinária (SBGV), a expectativa de vida de cães de porte grande, por exemplo, passou de sete para 12 anos. Alguns fatores podem promover esta maior longevidade, como uma melhor alimentação, constância nas visitas a médicos-veterinários, além do maior conforto proporcionado aos bichos.
A alimentação deve ser pensada para cada fase da vida, logo, também deve ser específica para quando os animais forem mais velhos. Uma das características das rações voltadas para esse segmento é a diminuição da quantidade de calorias, de forma que o cão não coma mais do que deve e, ao mesmo tempo, se mantenha saciado e nutrido, prevenindo a obesidade, já que é muito comum que os pets se locomovam menos e o metabolismo se torne mais lento ao envelhecerem
Para prevenir problemas que podem comprometer o bem-estar do pet, oferecer cuidados de saúde, atividades físicas e mentais regulares e o acompanhamento de um profissional de confiança são pontos fundamentais para que ele envelheça bem. Prevenção e diagnósticos rápidos podem, certamente, aumentar a expectativa de vida do seu cachorro.
Modificar a organização da casa pode trazer mais conforto ao seu “velhinho” de quatro patas, elevar bebedouros e comedouros, facilitar o acesso aos cômodos da casa, ter rampas, degraus baixos, podem diminuir o impacto e gerar comodidade. Oferecer atividades físicas e mentais, atenção, e sobretudo entender as limitações do pet são fatores importantíssimos para os cuidados dos pets mais velhos.
A variação de portes traz diferentes condições, isto é, um pet grande pode ser considerado idoso a partir dos cinco anos, enquanto os menores podem ser avaliados como jovens por um tempo mais prolongado. E há ainda mais fatores que podem variar a fase em que o pet se encontra, como a raça e as próprias individualidades do animal. Para entender melhor quando o pet alcança a fase idosa, podemos olhar para outros indícios, alguns deles podem ser semelhantes aos dos humanos, como pelos brancos e grisalhos; afinamento da pele; menos disposição; diminuição da audição e/ ou visão; comprometimento do olfato; problemas articulares; perda muscular; além de mudanças de comportamento em geral.
Há ainda as principais enfermidades, dentre as mais comuns em cães idosos estão a osteoartrite, que causa dor e problemas de locomoção; cânceres e tumores; comprometimento renal e cardíaco, além de alterações metabólicas capazes de causar endocrinopatias variadas.
Websérie Nossos Pets:Idosos
Pensando na necessidade de cuidados com animais na terceira idade, a Petlove lança o último episódio da websérie “Nossos Pets: Idosos”, documentário que conta com relatos de pais de pets com idade avançada e orientações emitidas por especialistas veterinários. A produção pode ser assistida gratuitamente no canal da Petlove,
Os coelhos são animais adoráveis e populares como animais de estimação, mas muitas vezes seus tutores não estão cientes dos cuidados especiais que eles requerem, especialmente quando se trata da saúde dental. A cenoura, por exemplo, sempre associada ao animal nos desenhos e na lembrança de todos, não deve ser o alimento que ele mais come. A veterinária especializada em pets não convencionais do Hospital Veterinário Taquaral (HVT) de Campinas, Raissa Natali, ressalta a importância de manter a saúde bucal dos coelhos para garantir seu bem-estar geral.
Um problema dentário em um coelho pode desencadear outros desajustes no organismo, impactando negativamente sua qualidade de vida. As disfunções dentárias são bastante comuns e merecem uma atenção especial. Além disso, existem outros fatores que podem levar um coelho a parar de comer, como obstrução gastrointestinal, questões reprodutivas, urinárias, oculares, entre outras.
Diferentemente dos humanos, os dentes dos coelhos crescem ao longo de toda a vida. Eles são da ordem de mamíferos lagoformos cujos dentes não possuem raiz, sendo fixados na gengiva por tecidos germinativos. Em média, os dentes dos coelhos crescem cerca de 1 cm por semana. Portanto, é crucial que eles desgastem seus dentes ao comerem e os alimentos fibrosos são os ideais, como capim, feno e folhas.
Os coelhos possuem um total de 28 dentes, e ao contrário do que vemos nas histórias e desenhos, são seis dentes na frente e não apenas quatro. O crescimento desalinhado dos dentes posteriores pode dificultar a alimentação do coelho. Em alguns casos, pode ser necessário realizar cirurgias para desgastar os dentes posteriores quando eles não se desgastam naturalmente.
Um coelho saudável é aquele que come regularmente, se movimenta livremente e tem uma função intestinal adequada. É altamente recomendável que os tutores procurem um veterinário especializado para obter informações prévias à adoção ou compra do animal, a fim de aprender sobre o manejo correto e o ambiente ideal para o animal viver. “Cerca de 80% dos atendimentos de coelhos que fazemos no hospital são motivados por erro de manejo e falta de informação. Os tutores evitariam essas preocupações se tivessem tido essa primeira consulta antes de ter o animal ou com o coelho ainda bebê”, destaca.
Raissa enfatiza que a ração não deve ser a base da alimentação do coelho, mas sim um suplemento. Ele é um animal herbívoro e a maior parte de sua dieta deve consistir em feno, capim, folhas escuras, ração, legumes e frutas, nesta ordem de prioridade. Outra possibilidade alimentar é a alfafa, porém é preciso ter cautela, pois seu consumo excessivo pode levar a alterações renais, uma vez que os coelhos já têm predisposição à formação de cálculos nos rins.
Restos de comida presos nos dentes podem levar ao acúmulo de bactérias e causar abscessos, o que provoca dor e pode fazer com que o coelho pare de comer, portanto, é importante a rotina de consultas periódicas para o veterinário verificar a condição bucal do paciente.
Raissa aponta uma curiosidade que não costuma estar associada ao hipercrescimento dentário dos coelhos: o aparecimento de secreção nos olhos. “O desenvolvimento rápido dos dentes pré-molares faz com que o conduto nasolacrimal seja comprimido, gerando escoamento de fluido na vista. É aí que muito tutor recorre à automedicação, pinga colírios e não trata a causa da inflamação”, alerta.
A expectativa de vida média de um coelho é de cerca de dez anos. Durante os primeiros cinco anos de vida, recomenda-se que as consultas veterinárias ocorram anualmente. Após esse período, as idas ao veterinário devem ser realizadas a cada seis meses para garantir a monitorização contínua da saúde bucal e geral do pet.
A desidratação dos melhore amigos é uma preocupação comum até durante os meses mais frios do ano. Mesmo no inverno, é fundamental que o tutor perceba os sinais de desidratação e esteja atento aos cuidados necessários para garantir a hidratação do pet, contribuindo para a sua saúde e bem-estar.
É possível reconhecer a desidratação em animais observando alguns sinais importantes. Um indicador é puxar suavemente a pele do animal e observar quanto tempo leva para ela voltar. Se a pele demorar mais que o normal para retornar à posição original, pode ser um sinal de desidratação. Outra forma é pressionar muito levemente a gengiva do pet até que ela fique esbranquiçada e depois soltá-la. Em condições normais, a gengiva deve voltar à cor rosada imediatamente. Se levar alguns segundos para a cor retornar, isso pode indicar desidratação. Apesar dessas dicas úteis, quem realmente saberá identificar se o seu pet está desidratado é o médico veterinário.
Existem outros sinais que podem ser observados quando a desidratação ultrapassa 5%. Esses sinais incluem cavidade oral e ocular pouco úmidas, gengiva e línguas secas, apatia, perda de apetite, respiração ofegante e falta de elasticidade da pele. É importante lembrar que esses pontos podem ser indicativos de outros problemas de saúde, além da desidratação. É extremamente recomendado buscar avaliação de um Médico-Veterinário para obter um diagnóstico adequado e receber orientações sobre cuidados e tratamento adequados.
Aposte na alimentação úmida
Durante o frio, muitos animais não ingerem a quantidade adequada de líquidos. Uma opção para estimular a hidratação é a alimentação úmida. Há opções no mercado de alimentos úmidos completos e balanceados, compostos em torno de 60% a 90% de água, o que ajuda a manter a hidratação dos animais. Os tutores podem oferecer apenas o alimento úmido ou o “mix feeding”, que é a combinação com o alimento seco para torná-lo mais atraente e palatável para o pet. Além de consultar um profissional para a indicação correta do alimento, de acordo com a necessidade do gato ou do cão, é essencial seguir a recomendação de quantidade descrita na embalagem do produto.
Incentive a ingestão de água
A desidratação pode ocorrer especialmente em animais que ingerem menos água, como os gatos. Embora o clima esteja mais frio, os animais precisam de hidratação adequada. Uma estratégia eficaz para incentivar a ingestão de água é distribuir recipientes pela casa, contendo água fresca e substituí-la diariamente. Alguns gatos se interessam por ingerir água corrente, nesses casos é recomendado disponibilizar uma fonte de água corrente, que costuma despertar mais interesse para o consumo.
Mantenha a alimentação regular
Independentemente da estação do ano, manter uma alimentação balanceada, com a oferta de alimentos secos e úmidos regularmente, colabora para a saúde dos pets. Mas lembre-se, é fundamental contar com o acompanhamento do Médico-Veterinário antes de qualquer modificação na dieta do seu pet.
O tártaro é um dos problemas de saúde mais comuns em cães e gatos e, apesar de parecer inofensivo, merece toda a atenção e o acompanhamento do tutor. Como nos humanos, seu acúmulo provoca a doença periodontal e traz mau hálito, dores, infecções, sangramentos e redução da gengiva do animal, prejudicando a estrutura dos dentes, que podem até cair nos casos mais graves. Além disso, ele também pode acarretar distúrbios em órgãos, como coração, fígado e rins, e nas articulações.
A prevenção do desenvolvimento do tártaro é sempre o melhor caminho e é importante que o tutor crie o hábito da escovação diária dos dentes dos seus pets. Hoje, há escovas e pastas específicas para animais de estimação, que devem ser usadas. Há biscoitos e snacks que também ajudam na limpeza e prevenção.
“Da mesma forma que nós, humanos, temos a necessidade de escovação diária, o pet também precisa. Sem a limpeza, em 48 horas, a placa bacteriana se consolida e a remoção vai ficando cada vez mais difícil e dolorasa”, explica o veterinário e cirurgião Hebert Justo, sócio e diretor da +Pet, rede de hospitais e plano de saúde veterinários.
Mesmo com a escovação diária, o tutor precisa ficar atento ao tártaro no seu bichinho porque, nos pontos difíceis de limpar, a placa vai se formar e só será removida por um especialista. “Com os pets, ocorre como em nós: por mais que a escovação seja boa, ela nunca atinge 100% e, periodicamente, precisamos ir ao dentista remover a placa bacteriana. A cada dois anos, em média, é necessário fazer essa profilaxia no animal. É um cuidado de toda a vida”, diz.
O veterinário ainda explica que, quando a profilaxia não é feita como rotina, os animais ficam sujeitos a extrações, exposição da raiz e retração da gengiva, que são mais dolorosas. As raças “toys”, como Yorkshire e Lulu da Pomerânia, são mais sujeitas ao tártaro e, de maneira geral, quanto mais senil o animal, maior a probabilidade de desenvolver o problema.
Outro passo importante do tutor é a escolha com cuidado do local onde o procedimento será realizado. Isso porque, em pets, a remoção do tártaro é mais difícil e precisa ser feita com os mesmos cuidados de uma cirurgia: o animal precisará de anestesia geral e de intubação.
“A intubação é importante para manter o animal ventilado na anestesia. E, se a gente tentar fazer o procedimento sem anestesia, há o risco de ele aspirar a placa bacteriana removida e desenvolver uma pneumonia broncoaspirativa, o que coloca sua vida em risco”, explica Hebert Justo.
A Piodermite é uma doença de pele de alta recorrência em cães e gatos, caracterizada por uma infecção bacteriana, que leva à formação de pus. Na maioria dos casos, ela acontece de maneira secundária, ou seja, como consequência de outra enfermidade ou condição preexistente. Considerada uma disbiose – ou seja, quando há um desequilíbrio entre as bactérias benéficas e patogênicas que habitam a pele – a Piodermite merece a atenção dos tutores para que seja diagnosticada e, principalmente, que as causas de base sejam identificadas e tratadas.
Quer saber mais sobre a Piodermite em cães e gatos, suas causas, diagnósticos e tratamentos? Então, acompanhe o texto!
O que é a Piodermite, seus sinais e sintomas?
A Piodermite é uma doença bastante comum, principalmente em cães, responsável por aproximadamente 10% dos diagnósticos dermatológicos. Geralmente é associada a outras doenças como as de origem endócrina e alérgica, por isso sua ocorrência é, em grande parte dos casos, secundária.
Dermatite Atópica, dermatite alérgica a picada de ectoparasitas (como pulgas), e dermatite alérgica por alimentos, além de doenças endócrinas, como o hipotireoidismo e hipercortisolismo, podem desencadeá-la. Isso ocorre porque essas doenças alteram a microbiota e a função de barreira da pele, facilitando a proliferação de bactérias patogênicas e culminando nas infecções, que são as piodermites. Apesar de ser considerada menos frequente em gatos, a Piodermite também pode acometê-los de forma secundária a outras condições, como a síndrome atópica cutânea.
Entre os sinais da Piodermite em cães e gatos, que podem ser identificados pelos tutores e avaliados por um Médico-Veterinário, estão as lesões caracterizadas por elevações vermelhas e infeccionadas na pele, que normalmente se rompem e podem liberar pus. Alopecia (queda de pelo), coceira e alterações na pigmentação da pele também podem estar presentes.
Quais as raças de cães e gatos com mais propensão à Piodermite?
A Piodermite em cães tem maior prevalência em animais SRD – sem raça definida -, mas raças como Golden Retriever, Pug, Dachshund, Rhodesian, West Highland White Terrier, Labrador Retriever e Buldogue Francês também representam uma parcela importante dos cães acometidos. É importante observar que tais raças também apresentam maior prevalência para dermatites alérgicas e/ou doenças endócrinas, que seriam as causas de base para a maior ocorrência da doença.
No caso das Piodermites profundas em cães, há algumas raças que parecem mais predispostas, como o Pit Bull, American Staffordshire, American Bully e Bull Terrier.
A Piodermite em gatos também apresenta maior incidência em animais SRD, mas pode-se destacar raças como o Abissínio, Birmanês, Persa e Himalaia, de acordo com alguns estudos.
Como diagnosticar a Piodermite?
O diagnóstico da Piodermite em cães e gatos se inicia pelo exame físico e histórico do animal. As lesões de Piodermites incluem elevações avermelhadas e infeccionadas na pele, formando colarinhos epidérmicos (lesões com bordas bem delimitadas). Essas lesões em pacientes que tenham uma doença de base já são um grande indicativo de que se trata de um caso de Piodermite.
Porém, algumas dessas lesões de pele são muito similares às provocadas por outras doenças, como as fúngicas. Portanto, a realização de exames complementares, como a citologia, é essencial para auxiliar o Médico-Veterinário a fechar o diagnóstico. Nos casos de Piodermites profundas, a realização de cultura e antibiograma é importante para direcionar o tratamento antimicrobiano.
Como tratar a Piodermite em cães e gatos?
Como a maioria dos diagnósticos de piodermite são de causa secundária, o mais recomendado é que a doença de base seja igualmente tratada. Por exemplo, se o animal tiver dermatite atópica, o controle das lesões com corticoides – ou outras medicações utilizadas constantemente – é importante e deve ser realizado em conjunto com o uso de produtos que reforcem a barreira da pele, diminuindo a entrada de alérgenos.
Especificamente para o tratamento das lesões de Piodermite, o mais recomendado é utilizar terapias tópicas com antissépticos, como sprays, diretamente sobre as lesões. O tratamento pode ser feito diariamente, com a frequência definida pelo Médico-Veterinário, com soluções à base de hipoclorito de sódio associado ao óleo de copaíba e bisabolol, por exemplo.
Os Veterinários evitam ao máximo o uso de antibióticos para Piodermites superficiais, já que isso pode propiciar a seleção de bactérias resistentes e dificultar o tratamento futuramente. Esses medicamentos devem ser reservados para casos específicos e, se utilizados, deve-se seguir criteriosamente a posologia indicada pelo Médico-Veterinário. Em grande parte dos casos, deve-se dar preferência ao uso de soluções tópicas para a Piodermite em cães e gatos.
A Piodermite é contagiosa?
Embora não seja transmissível, em virtude da alta incidência de bactérias, esses patógenos podem transitar dos pets aos tutores. Entre os animais, essa transmissão é mais baixa. Porém, isso não significa que o tutor irá ter piodermite porque seu cão tem ou vice-versa. Na verdade, significa que a pele do tutor e do cão irão compartilhar bactérias que possivelmente poderão causar alguma alteração posteriormente, dependendo das causas de base (imunossupressão, dermatite atópica etc.). Isso reforça a importância do diagnóstico correto e tratamento efetivo da Piodermite em cães e gatos, preferencialmente tópico e sem antimicrobianos, adotando o uso de soluções antissépticas, além do tratamento da causa base e dos cuidados com a microbiota da pele para evitar as recorrências do quadro.
Muitos tutores optam por aproveitar o período de férias para descansar e viajar com os melhores amigos, porém nem todos os animais se sentem bem, especialmente em viagens mais longas. Diante desse desafio, o que fazer?
Deixar o pet em casa sozinho, mesmo que com comida e brinquedos preferidos não é uma opção, adianta Jade Petronilho, médica-veterinária comportamentalista e coordenadora de conteúdo da DogHero e Petlove. Além de obviamente não receber os cuidados devidos e ficar desamparado, a médica-veterinária ressalta que deixar o animal sozinho poderia fomentar problemas como a ansiedade por separação, uma condição multifatorial em que o pet não foi habituado a ficar bem sozinho e sofre demais com a ausência de companhia.
“Cães podem manifestar essa condição de diferentes maneiras. Precisamos lembrar que eles são animais que vivem em grupos e, pra eles, não é nada natural que um membro deste grupo simplesmente saia e deixe os demais para trás…o fato de um cão passar o dia todo à espera do tutor ou dormindo, sem nada de atividade, já requer atenção, assim como aqueles que apresentam comportamento destrutivo e/ ou vocalização excessiva com latidos e uivos. Gatos também podem sofrer, porém, costuma ser mais difícil que as pessoas notem. A ingestão de produtos não comestíveis como plástico ou papel, automutilação, arrancar os próprios pelos, irritabilidade, tentativas de fuga e até mesmo passar parte do dia escondido são comportamentos que merecem atenção”, resume a médica-veterinária.
Portanto, em caso de longos períodos de ausência, fora do cotidiano, Jade Petronilho recomenda que o pet seja deixado com amigos, parentes ou cuidadores profissionais para que o animal tenha suas necessidades físicas e psicológicas atendidas.
Murillo Trauer, diretor da DogHero – maior empresa de serviços para pets da América Latina – explica que cuidadores existem justamente para suprir os momentos de ausência dos tutores e acrescenta que os heróis, como são chamados os parceiros profissionais da DogHero, são designados para manter a rotina e cuidados que o animal já está acostumado. “Os tutores querem aproveitar o momento de descanso e precisam de alguém em quem confiar para atender e cuidar do pet. Desta forma, a DogHero se apresenta como uma alternativa responsável e capaz de promover os cuidados necessários por categorias como pet sitter, quando o herói vai até a casa do pet, ou hospedagem e creche, quando o animal é recebido pelo anfitrião” ressalta o diretor.
A comportamentalista veterinária pontua que independentemente da forma de atendimento escolhida, os tutores devem preparar a mochilinha do pet e levar alguns pertences essenciais para os cuidadores como guia e coleira, brinquedos preferidos, ração, tapete higiênico, caixas de areia e medicamentos, caso faça uso, para que o animal tenha todos os elementos para uma estadia mais tranquila e recheada de bem-estar. “Quando pensamos em gatos, o ideal sempre será que eles fiquem em casa e contem com a ajuda de uma cat sitter, pois podem estranhar e até adoecer ao irem para outro ambiente”, pontua Jade.
Além disso, a profissional recorda o zelo com a saúde, importante não só para os momentos de estadia, mas também para o cotidiano. “É importante que o pet esteja vermifugado, com antipulgas e carrapatos em dia, com todas as vacinas essenciais, com consultas de rotina recentes”, recorda Petronilho.
Aroldo Salustiano, 73, é cuidador em Brasília e parceiro da DogHero desde 2018, encontrou na plataforma uma forma de trabalho e renda extra, e revela que, por conta da alta demanda dos períodos de férias, precisa lembrar os clientes de não deixarem o agendamento de seus serviços para a última hora, já que a disputa por uma vaga no período é grande.
“Em Brasília, há muitas alternativas de passeios de três, quatro dias, cachoeiras, chapadas na região, fora o pessoal que viaja para o litoral, para o exterior neste período de férias. Tenho clientes que deixam o pet comigo por mais de 15 dias comigo”, relata o anfitrião.
O cuidador reitera as recomendações de Petronilho e explica que, no momento de creche ou hospedagem, os tutores devem levar itens como a carteira de vacinação, ração com o pote que o cão está habituado, cama, tapetinho, tudo para não quebrar a rotina do pet e promover bem-estar.
Com a chegada das férias escolares, muitos tutores decidem viajar acompanhados dos pets. Afinal, eles são parte da família. No entanto, o deslocamento pode ser um momento desagradável para os animais – especialmente aqueles ainda não habituados ao transporte. “Estar em um ambiente considerado estranho é estressante para cães e gatos. Eles ficam agitados e podem ter enjoo. Para minimizar os efeitos negativos, a recomendação é oferecer alimentação para cães até 4 horas antes da saída e, para gatos, até 2 horas”, explica a médica-veterinária Juliana Novelli, gerente de produtos de Animais de Companhia da Pearson Saúde Animal.
O estresse da viagem pode prejudicar os roteiros feitos por avião, já que as companhias aéreas podem barrar a entrada dos pets nas aeronaves mesmo com a documentação regularizada se eles estiverem muito agitados. Caso seja viagem de carro, é necessário se atentar para o conforto deles. De preferência, sempre levá-los em caixa de transporte ou no banco de trás com cinto de segurança. As janelas devem permanecer fechadas e os animais presos para não atrapalhar a direção e evitar acidentes.
Existem maneiras de ajudá-los a passar por esse processo com menos sofrimento. A suplementação nutricional tem resultados positivos se contiver vitaminas que contribuem para a produção da melatonina e serotonina. “Fórmulas que incluem L-Triptofano, vitaminas e minerais, que ajudam na produção destes hormônios. A serotonina é o hormônio responsável por regular processos fisiológicos, como as funções cognitivas, estados emocionais e comportamentais. Já a melatonina atua em sinalizações cronobiológicas, como no controle de distúrbios do sono, fobias e ansiedade”, detalha Juliana Novelli.
Assim como os humanos, cães e gatos têm personalidades diferentes e características individuais. Pensando no bem-estar dos melhores amigos de quatro patas, a Pearson Saúde Animal desenvolveu Nutricore Zen. O produto é indicado para pets que ficam agitados em situações que fogem da rotina – como viagens e até idas ao veterinário. “Por ser considerado coadjuvante na redução dos sintomas de ansiedade e estresse, é recomendável que a dosagem de Nutricore Zen seja distribuída até 15 dias antes da viagem, para que na data marcada os animais estejam com sono regulado e adaptados a situações adversas. Paradas durante a viagem também são positivas para o relaxamento e fundamentais para os pets se alongar e fazer as necessidades”, conclui a médica-veterinária.
Apesar de Nutricore Zen não ser medicamento, é necessário sempre consultar profissionais da veterinária para adaptar os cuidados com cada animal, de acordo com suas necessidades e histórico de saúde e comportamento.
Cães farejadores podem representar uma maneira mais barata, rápida e eficaz de detectar a COVID-19 e ser uma ferramenta fundamental em futuras pandemias, sugere uma revisão de pesquisas recentes. O artigo, publicado no Journal of Osteopathic Medicine de De Gruyter, descobriu que os cães farejadores são tão eficazes, ou até mais, do que os testes convencionais de COVID-19, como o RT-
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Os cães possuem até 300 milhões de células olfativas, em comparação com apenas 5 ou 6 milhões em humanos, e usam um terço de seus cérebros para processar informações de cheiro, em comparação com apenas 5% dos humanos. Cães treinados para reconhecer compostos orgânicos voláteis específicos criados no corpo durante a doença identificaram com sucesso pacientes com certos tipos de câncer, Parkinson e diabetes.
O professor Tommy Dickey, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e Heather Junqueira, da BioScent Detection Dogs, revisaram 29 estudos em que cães foram usados para detectar a COVID-19. Os estudos foram realizados usando mais de 31 mil amostras por 400 cientistas de mais de 30 países, usando 19 raças diferentes. Em alguns estudos, os cães farejavam as pessoas diretamente, às vezes em locais públicos como um centro de triagem de saúde. Em outros, os cães cheiraram amostras de pacientes, como suor, saliva ou amostras de urina.
Na maioria dos estudos, os cães farejadores demonstraram sensibilidade e especificidade semelhantes ou melhores do que os testes de RT-PCR padrão-ouro atuais ou testes de antígeno. Em um estudo, quatro dos cães puderam detectar o equivalente a menos de 2,6 x 10-12 cópias de RNA viral por mililitro. Isso equivale a detectar uma gota de qualquer substância odorífera dissolvida em dez piscinas olímpicas e meia e é três ordens de magnitude melhor do que os instrumentos científicos modernos.
Os cães podem detectar COVID-19 em pacientes sintomáticos, pré-sintomáticos e assintomáticos, juntamente com novas variantes de COVID e até mesmo COVID longa. Um grande benefício de usar os cães foi sua velocidade – eles podiam fornecer um resultado em segundos a minutos e não exigiam equipamentos de laboratório caros ou criavam montanhas de resíduos plásticos, ao contrário das abordagens de diagnóstico convencionais.
“Embora muitas pessoas tenham ouvido falar sobre as habilidades excepcionais dos cães para ajudar os humanos, seu valor para a área médica foi considerado fascinante, mas não está pronto para uso médico no mundo real”, disse o Prof. Dickey. “Após realizar esta revisão, acreditamos que os cães farejadores merecem seu lugar como uma metodologia de diagnóstico séria que pode ser particularmente útil durante pandemias, potencialmente como parte de exames rápidos de saúde em espaços públicos. Estamos confiantes de que os cães farejadores serão úteis na detecção de uma ampla variedade de doenças no futuro”.
Dickey e Heather Junqueira acrescentaram que sentem que a impressionante pesquisa internacional de cães farejadores COVID descrita em seu artigo, talvez pela primeira vez, demonstra que cães farejadores médicos estão prontos para aplicações médicas convencionais.
Boa notícia para quem não abre mão de ir às compras com o melhor amigo: o Outlet Premium Brasília inaugura em 15 de julho uma área voltada especialmente para os pets. Localizado entre os blocos 07 e 08, em frente à L’Occitane, o Espaço Patinhas conta, além de uma estrutura pensada para o conforto e bem-estar dos cães de todas as raças e tamanhos, com equipamentos de agility, permitindo que os animais gastem energia e se divirtam enquanto aproveitam o espaço.
Além dos brinquedos que estarão de forma permanente no espaço, os tutores poderão, no fim de semana de inauguração da área, aproveitar um evento especial que promete agitar o empreendimento. Realizado em parceria com o McDonalds, o McPet oferecerá ao público um dia de atividades para os cães e seus tutores, como feirinha, comes e bebes, cãominhada, desfile de grife, sorteio de brindes, exposições, feira de adoção, dentre outros. A ação acontece das 11h às 17h.
O Espaço Patinhas estará aberto todos os dias, das 09h às 21h. O Outlet Premium Brasília funciona diariamente, das 9h às 21h.
Endereço: Rodovia BR 060, km 21, Alexânia/GO
Horário de funcionamento: Todos os dias, das 9h às 21h
Contato: (62) 3336-7300
O veterinário e adestrador Henrique Perdigão, mais conhecido como Perdiga Vet, conta que 90% dos cãezinhos que atende sofrem com a ansiedade de separação e que, muitas vezes, seus tutores não fazem ideia de que existe esse distúrbio. A notícia boa é que possível reverter o quadro. “A síndrome da ansiedade de separação é quando o seu cão apresenta comportamentos de pânico e descontrole excessivos. Isso desencadeia porque o pet cria uma dependência afetiva por seus donos por conta do convívio intenso no dia-a-dia,” explica o adestrador.
Nem sempre o tutor associa os sintomas à ansiedade. O veterinário sentiu isso na pele com a própria cachorrinha Ana Maria, de 4 anos. “Demorei um tempo para entender os sintomas da minha cachorra. Quando passava do horário de chegar em casa, ela destruía tudo! Móveis, fazia xixi fora do lugar e até mastigava dinheiro. Lembro que um dia desci no prédio e demorei 20 minutos para subir em casa. Minha esposa falou que ela tinha ficado o tempo todo chorando na porta depois da minha saída. E foi nessa hora que caiu a ficha. Minha cadela sofre de ansiedade de separação”, conta.
Segundo Perdigão, quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil de corrigir esse problema e achar a solução. “A verdade mais dura que os donos de pet não aceitam ouvir que os próprios tutores são os responsáveis pelo comportamento de seus cachorros e é nisso que sempre bato na tecla. Por isso, tratar e adestrar seu cão com bons hábitos muda todo o cenário a longo prazo”, diz. Se você quer saber se seu cãozinho sofre dessa síndrome, o adestrador lista quatro sintomas para se observar na rotina.
“O primeiro sintoma é quando o dono sai de casa para trabalhar, estudar e o cão late de forma excessiva. Pergunte ao vizinho e ele vai saber te responder como o seu cão se comportou. Em alguns casos, pode até uivar. O segundo sintoma é quando o cão destrói a porta de entrada da casa. Pode ser uma porta, um portão, mas é sempre no local de entrada da casa. O terceiro sintoma é quando o pet só erra o local de fazer suas necessidades, quando fica sozinho em casa. O quarto sintoma é quando ele pratica a automutilação, como, arrancar os pelos das patinhas, se morder”, explica.
Muita gente não sabe, mas existem casos raros em que o cão entra em hipertermia, ou seja, a temperatura corporal fica superior aos 40ºC podendo levar até a óbito. “Todos esses sinais são nada mais nada menos, do que um pedido de socorro do seu pet por conta dessa síndrome. Então, se você é um grude com seu cãozinho, e você sente que ele sofre ao ficar algumas horas sozinho, é um sinal de alerta”, conta.
Segundo o adestrador, existem algumas raças nas quais o distúrbio pode ter mais propensão para se desenvolver. “Na maioria dos casos, os cães de pequeno porte como Spitz Alemão, Maltês, Yorkshire, Shih Tzu e cães adotados, pelo fato de serem animais de colo, ou animais que passaram pelo processo de adoção e o dono sempre se culpa por algo que já aconteceu como o sofrimento do cão.”
Pets de qualquer idade podem ter essa doença, é comum em filhotes que têm que se acostumar com um novo lar e uma nova rotina. Uma das dicas do adestrador para evitar essa síndrome é o tutor não exagerar na hora de se despedir do cão ao sair de casa. “Essa é uma forma do cão se sentir mais seguro quando não tem tanto ‘drama’ ao ter uma despedida. Ao retornar, converse e aja naturalmente, passe tranquilidade. Assim, o cão percebe que é normal o dono sair e voltar”, explica.
É preciso praticar um processo de desapego e enaltecer atitudes positivas quando o pet fica sozinho em algum ambiente da casa. “Ele tem que aprender também a brincar e a ser sua boa companhia quando estiver sozinho. Se você saiu do ambiente que ele estava e o seu cão não se levantou, não chame. Deixe ele na própria companhia”, conta.
Outra dica importante é o de não recompensar atitudes erradas. “O cachorro filhote está ali dando leves mordidas na sua mão e, ao mesmo tempo, você faz carinho nele. As mordidas parecem inofensivas pra você, mas para seu filho, seu sobrinho, doem. Não estimule o mau comportamento que pode passar despercebido. Quando você sair de casa e o cão começar a chorar, você não pode voltar porque se não toda vez ele vai chorar porque tem a certeza de que você vai voltar”, finaliza.