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ESG: porque o investimento nesta agenda é importante para as empresas

Por Andressa Santos

A famigerada sigla ESG, quando traduzida para o Português, significa Meio-ambiente, Social e Governança. É uma métrica essencial para consumidores e acionistas avaliarem empresas sob o aspecto de boas práticas para a sociedade em geral e de rentabilidade para investidores. Ou seja, é entender se a companhia tem o olhar voltado para o meio ambiente, para o desenvolvimento social e para a efetividade das suas medidas de governança a ponto de conhecer todos os riscos existentes nestas frentes.

Dentro desse viés, há a possibilidade de se avaliar se a empresa tem preocupação e ações para lidar, por exemplo, com mudanças climáticas, eficiência energética, com o desenvolvimento social, diversidade, inclusão, direitos humanos, bem como se atua com transparência e integridade na condução de seus negócios.

O pilar Meio-ambiente denota o quanto a empresa está focada em reduzir impactos ambientais, como gestão de resíduos, redução das emissões de CO ou, até mesmo, disseminação da educação ambiental. Vimos ultimamente o Brasil sofrendo uma forte onda de calor, a qual pode ter relação direta com ausência de compromisso com questões ambientais.

O “S” refere-se ao pilar Social, demonstrando qual o impacto positivo que uma empresa gera em benefício da sociedade, podendo se tratar inclusive de ações que vão além do apoio a causas sociais, como formação de jovens em assuntos e temais específicos que a empresa vá precisar no futuro, promoção da diversidade e inclusão, desenvolvimento de líderes mulheres,  ou investimentos na saúde e segurança, inclusive de colaboradores.

Já a Governança traz o conjunto de procedimentos, regulamentos e políticas internas que regulam o funcionamento e a gestão daquela empresa, visando evitar abusos e ineficácia e garantir transparência, integridade e prestação de contas.

Diferentemente do que acreditam algumas corporações, ESG não é excluir retorno financeiro. Aliás, muito pelo contrário, empresas que olham o ESG dentro de sua estratégia e sua gestão, alinhando com o compromisso de promover práticas sustentáveis e transparentes, tornam-se mais competitivas pois tem uma gestão de riscos robusta, com visão a longo prazo e estão mais atentas às novas demandas ambientais e sociais, que as tornam, portanto, mais preparadas para lidar com eventualidades e por isso tendem a ser mais longevas e rentáveis para seus investidores.

Pesquisas mostram, por exemplo, que consumidores estão dispostos a mudar suas compras para diminuir o impacto no meio ambiente; que colaboradores tendem a escolher trabalhar em empresas que compartilham os elementos do ESG, e que, 57% dos ativos europeus estão alocados em fundos que levam em consideração os critérios ESG até 2025, conforme pesquisa da PWC.

Assim, as práticas ESG significam manter a empresa competitiva e lucrativa, visto sua importância para consumidores, investidores e colaboradores. Na contramão disso, a não adoção de uma agenda ESG pode significar a queda de sua atividade ou até mesmo o desaparecimento de uma marca.

A implementação das práticas ESG deve ter foco nas três letras da sigla e se inicia a partir da construção de relatório de riscos existentes, desenvolvendo-se com a construção de planos de ação com metas e compromissos e criação de comitês ESG, tudo isso sempre alinhado com a missão e valores da companhia.

É perceptível o quanto o mercado está em transformação e o movimento ESG ganha relevância passando a fazer parte do valor agregado das companhias, ao passo que ter uma estratégia ESG eficaz parece ser cada vez mais vital para o sucesso empresarial sustentável a longo prazo.

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