As levantadoras Macris e Roberta no treino da Seleção Brasileira para a Liga das Nações, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília
WhatsApp Image 2019-05-21 at 10.12.19 Macris e Roberta: amizade e disputa pela titularidade de levantadora da Seleção | Minervino Júnior/CB/DA.Press Abraço entre as jogadoras de vôlei Macris e Roberta em treino da Seleção Brasileira no ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Elas são as duas levantadoras do Brasil na Liga das Nações

Brasil estreia na Liga das Nações em Brasília; conheça a relação de Macris e Roberta com a capital

Publicado em Vôlei

A Seleção Brasileira feminina de vôlei está em Brasília para abrir uma temporada com cinco competições na agenda. O ponto de largada dessa maratona não terá a brasiliense Tandara, em recuperação de lesão no tornozelo esquerdo, mas contará com duas jogadoras com lembranças especiais da capital federal. Macris e Roberta voltam à cidade onde escreveram capítulo importante para estarem, atualmente, na disputa pela titularidade de levantadora do Brasil, que estreia na Liga das Nações (antigo Grand Prix), nesta terça (21/5), às 20h, contra a China, no Ginásio Nilson Nelson. Mais cedo, às 17h, a República Dominicana encara a Rússia.

Macris havia acabado de estrear na Seleção Brasileira quando chegou para jogar no Brasília Vôlei, no segundo semestre de 2015. Na ocasião, ela conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 com o time B do Brasil. “Era uma situação completamente diferente. Em uma posição de levantadora, que exige tanta rodagem, tanta experiência, seria impensável me imaginar em uma Olimpíada”, lembra Macris, de 1,78m.

A paulista de Santo André fora contratada para a Superliga 2015/2016 como o grande reforço do grupo brasiliense, que terminou na quinta posição, a melhor do time na competição. Foram duas temporadas representando a capital federal. “Tenho bastante afeto por Brasília, fui recebida com muito carinho sempre que voltei com outra equipe. Abrir a trajetória do Brasil por aqui é muito positivo”, diz. Agora, depois do segundo ano com o Minas, a jogadora de 30 anos veste a camisa verde e amarela com o moral de ter participado de uma temporada praticamente perfeita.

Em 2018/2019, o Minas foi campeão da Superliga, do Sul-Americano de Clubes, da Copa Brasil, do Campeonato Mineiro, além do vice-campeonato do Mundial de Clubes. “Com certeza, sou uma outra pessoa depois de disputar campeonatos internacionais com a Seleção e de ter jogado o Mundial de Clubes, em que pude absorver uma bagagem como titular”, analisa Macris. Aprendizado intensificado contra Istambul e Eczacibasi, da Turquia, que terminaram em primeiro e terceiro lugares, respectivamente. “Apesar de ter sido um torneio de clubes, jogamos contra times que são tão difíceis ou mais do que uma seleção de país”, avalia.

Na Superliga 2018/2019, Macris abocanhou os prêmios de melhor levantadora pelo sétimo ano seguido e de melhor jogadora de toda a competição. Além dela, seis jogadoras que disputaram a temporada com o Minas estão na Seleção. No pouco tempo de preparação, o entrosamento existente entre parte do time colabora para o trabalho de Macris.

“Macris fez uma excepcional Superliga neste ano. O time dela foi campeão e ela teve participação bastante efetiva na precisão e distribuição das jogadas. Fez grandes apresentações, inclusive no sistema defensivo. Realmente, foi um ano para ela não esquecer”
Zé Roberto, técnico da Seleção Brasileira

Uma final inesquecível

Aos 20 anos, a curitibana Roberta foi contratada pelo Rio de Janeiro para a temporada 2010/2011. Cinco anos depois, ela entraria no Ginásio Nilson Nelson para disputar a primeira final de Superliga como titular do time comandado pelo técnico Bernardinho, após ter desbancado a medalhista olímpica norte-americana Courtney Thompson, dona da posição até as semifinais. “Estrear como titular, com certeza, foi muito especial pela realização pessoal”, conta Roberta. “Jogar no Nilson Nelson foi muito bom, lembro que a torcida compareceu em peso, rolaram vários sentimentos”, completa.

Levantadora Roberta briga pela titularidade de levantadora na Seleção Brasileira feminina de vôlei
Roberta ganhou espaço na Seleção sob comando de Zé Roberto neste ciclo olímpico | Leandro Martins/CBV

Roberta havia sido chamada para a Seleção Brasileira principal um ano antes, quando ficou com o bronze no Grand Prix. Desde então, continuou sendo convocada por Zé Roberto, que tinha Dani Lins como a principal referência para a posição na equipe brasileira. Aos 34 anos, porém, a campeã olímpica pediu afastamento para cuidar da saúde. Apesar de abrir espaço para as concorrentes, a ausência de Dani Lins desperta saudade. “Não é para puxar sardinha, mas sempre adorei trabalhar com a Dani, ela é uma mãezona. Acaba virando uma briga muito saudável”, diz Roberta.

Agora, aos 29 anos, Roberta acumula o título de campeã do Grand Prix de 2016 e 2017 com a Seleção Brasileira. “Todo ano eu fico muito ansiosa pela convocação e muito feliz de ver o meu nome. O Zé vem gostando do meu trabalho, estou cada vez mais próximo do meu sonho que é Tóquio-2020”, comemora. Pelo Rio de Janeiro, a levantadora de 1,85m soma dois vice-campeonatos mundiais e seis títulos de Superliga. Nesta temporada, no entanto, a equipe carioca ficou fora da final nacional após 14 anos, ao ser eliminada nas quartas de final pelo Sesi/Bauru.

“A Roberta é uma jogadora que tem participado mais das convocações, jogado mais efetivamente que a Macris. Tem como característica ser muito acessível, tem um saque muito bom, um fundo de quadra excepcional e está melhorando cada vez mais na distribuição do jogo”
Zé Roberto, técnico da Seleção Brasileira

De olho no sonho olímpico

Diante de nove dispensas na convocação em 2019, o técnico José Roberto Guimarães não vê problema em ter mais de uma opção para o mesmo setor. “É uma luta importante pela posição, mas eu gosto mais de ter esse trabalho. Sei que vai ser uma dificuldade, mas ter duas jogadoras da qualidade delas vai ser importante para o crescimento do próprio time”, avalia Zé Roberto. Para a temporada atual, o treinador adianta que haverá um revezamento entre Macris e Roberta.

José Roberto Guimarães prepara as levantadoras Macris e Roberta para disputarem vaga nas Olimpíadas de Tóquio em 2020
“Vamos apostar no crescimento da Roberta e da Macris, temos de visar a Olimpíada de 2020”, diz José Roberto Guimarães | CBV

A dor de cabeça ficará para o ano que vem. “Vamos apostar no crescimento delas, temos de visar a Olimpíada de 2020”, explica o treinador. “Lógico que a estrada é longa, a trajetória é árdua e a classificação ainda não aconteceu, mas são duas levantadoras que estão brigando por uma posição na próxima Olimpíada”, completa. Tanto Macris quanto Roberta, portanto, terão o desafio de reerguer o Brasil após ter ficado fora do pódio da Liga das Nações do ano passado, quando terminou em quarto lugar, e de uma frustrante sétima posição no Mundial.

Dos 16 países participantes da Liga das Nações, seis avançam para a fase final, que ocorrerá na China até 7 de julho. “É uma competição desgastante, nem todos os times vão completos, mas dá para estudar várias seleções que estarão nas Olimpíadas”, pondera Roberta. Em 2019, o Brasil ainda disputa Jogos Pan-Americanos, Campeonato Sul-Americano, Copa do Mundo e o torneio pré-olímpico.

Programe-se

Liga das Nações feminina no Ginásio Nilson Nelson

1ª rodada
Terça-feira (21/5)
17h República Dominicana x Rússia
20h Brasil x China

2ª rodada
Quarta-feira (22/5)
17h China x Rússia
20h Brasil x República Dominicana

3ª rodada
Quinta-feira (23/5)
17h China x República Dominicana
20h Brasil x Rússia

Ingressos

– Setor superior: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia e desconto para cartões Ourocard Elo)

– Setor inferior R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia e desconto para cartões Ourocard Elo)

– Venda na bilheteria oficial do ginásio e na Central de Ingressos, no Brasília Shopping, das 10h às 21h.

– Venda pela internet (com cobrança de 20% de taxa de conveniência) pelo site Tudus.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*