Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
O senador José Antônio Reguffe fez, ontem, uma declaração pública forte pelas redes sociais: “Forças ocultas estão agindo no meu partido para inviabilizar a minha candidatura a governador”. Pareceu um pouco o discurso de Jofran Frejat, nas eleições de 2018, quando o ex-secretário de Saúde pegou todo mundo de surpresa, até aliados próximos, ao desistir de uma candidatura com chance de vitória. No caso de Reguffe, segundo a mensagem, o partido é que está deixando dúvidas.
Partido cobiçado
E quem são as forças ocultas? Reguffe não quis dar nenhum detalhe além da postagem publicada ontem. Ele disse: “Tramam para que eu seja candidato a deputado. Não serei! Prefiro sair da política. Acho e acredito que não acontecerá, mas, se acontecer, saio da política de mãos limpas e de cabeça erguida, assim como entrei”. Segundo quem acompanha as conversas, o União Brasil — pela força que detém como o maior partido e dono da maior bolada do Fundo Eleitoral — tem sido cortejado pelos pré-candidatos ao governo. A direção da legenda conversa com José Roberto Arruda (PL) e foi procurada por interlocutores do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Silêncio
A crise na candidatura do União Brasil ao GDF acabaria se algum dirigente local ou nacional dissesse uma frase simples: “Reguffe é o nosso candidato ao governo do DF até o fim”. Mas, ontem, não surgiu nenhuma manifestação pública nesse sentido. Integrantes do partido disseram à coluna que cabe a Reguffe esclarecer essa questão.
Relações políticas
É certo que o União Brasil tem relações com diversos políticos. O partido nasceu de uma fusão do PSL com o DEM, que, no DF, abrigou José Roberto Arruda, Paulo Octávio e Alberto Fraga. O presidente regional do União Brasil, Manoel Arruda, tem uma relação próxima com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.