Chega ao STJ pedido de anulação da Operação Tenebris

Compartilhe

ANA MARIA CAMPOS

Os advogados do conselheiro André Clemente, do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), deram entrada nesta tarde (04/02) na reclamação que vai discutir a competência da investigação relacionada à Operação Tenebris.

Clemente está representado no recurso por experiente trio de advogados: Eduardo Toledo, Cleber Lopes e Marcel Versiani. Eles defendem que as buscas e apreensões deveriam ter sido apreciadas pelo STJ e não por uma vara criminal de primeira instância, como ocorreu.

O recurso deve tramitar na 3ª Seção do STJ, que decide temas relacionados a conflitos de competência criminais. Até o momento o processo ainda foi distribuído a um relator.

Na petição, os advogados pedem a anulação da Operação Tenebris, que apura supostas irregularidades na contratação do Instituto Idheias para a instalação da ornamentação do Natal de 2021, projeto intitulado Brasília Iluminada.

A defesa diz que não há dúvidas de que realização da segunda etapa da Operação Tenebris, com busca e apreensão no gabinete de Clemente no TCDF, deveria ter sido autorizada pelo STJ, que é o foro para processar e julgar conselheiros de tribunais de contas.

O crime investigado nessa segunda fase, deflagrada quarta-feira (02/02), teria sido em tese praticado quando Clemente já era conselheiro. Ele é suspeito de ter obtido informações privilegiadas sobre a ação cautelar que pedia busca e apreensão em sua casa e local de trabalho.

Na peça, os advogados afirmam: “Não há dúvidas que, ao menos na segunda fase da operação Tenebris, há escancarada usurpação da competência deste Colendo Superior Tribunal de Justiça”.

E acrescentam na Reclamação: “A realização de diligências invasivas dentro do Tribunal de Contas, no Gabinete do Reclamante, com a apreensão de computadores usados no local, possivelmente patrimônio do próprio Tribunal, denotam com clareza solar a afronta à competência do STJ”.

Mesmo na primeira fase, segundo os advogados, Clemente teria foro especial porque nunca esteve sem cargo no período das investigações. Saiu da função de secretário de Economia para  exercício do cargo de conselheiro, em 23 de dezembro. A ação cautelar foi proposta em 24 de dezembro.

A seguir mais informações.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

Posts recentes

Poupança-Escola, programa criado no DF, vira Bolsa Pé de Meia

Sancionado ontem pelo presidente Lula, o projeto que ficou conhecido como “bolsa pé de meia”…

4 meses atrás

Plano de policiamento da Esplanada: previsão é de paz no próximo 8 de janeiro

Está tudo pronto no plano de policiamento da Esplanada dos Ministérios para o 8 de…

5 meses atrás

Em uma semana, quase 800 mil pessoas aderiram ao Celular Seguro

Um dos programas de destaque do Ministério da Justiça e Segurança Pública é o Celular…

5 meses atrás

De olho em 2026: Celina desponta como possível candidata, mas vice é dúvida

Por Luana Patriolino (interina) - O ano ainda nem acabou, mas as movimentações para as…

5 meses atrás

Damares pode prejudicar Celina se decidir concorrer ao Buriti

Entre os possíveis candidatos ao Palácio do Buriti em 2026 está a senadora Damares Alves…

5 meses atrás

Kokay foi única parlamentar do DF a votar a favor do fim da desoneração da folha

A deputada federal Érika Kokay (PT) foi a única parlamentar do DF a votar a…

5 meses atrás