Nos últimos 10 jogos oficiais, contando o empate por 0 x 0 com o Equador no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, na estreia na Copa América Centenário, a Seleção Brasileira só venceu três. As vítimas: o Peru e duas vezes a Venezuela. Não adianta tapar o sol com a peneira contabilizando amistosos. A vida como ela é tem que ser contada com as partidas que valem três pontos. E elas continuam sendo a imagem de um poço sem fundo. Afinal, quando a gente achava que o fundo do poço era o 7 x 1, Dunga & Cia. foram dormir em Los Angeles fazendo conta, descobrindo que é preciso vencer — e bem — o Haiti na quarta-feira para não dar sopa ao azar. Ou melhor, ao próprio Equador, que terá pela frente o Haiti na última rodada.
Que segurança o time que poderia ter perdido para o Equador nos dá de que podemos vencer bem o Haiti? Nenhuma. Temos um ponto graças a um erro grotesco do árbitro ao invalidar o gol do Equador no lance que teria um frangaço de Alisson. Ganhamos um ponto e lambam os beiços. O primeiro tempo foi uma propaganda enganosa. Até eu acreditei que havíamos, enfim, achado um time. Mas o tempo foi passando e despertei do sonho. Gostei da vontade do Willian enquanto teve fôlego. Era o mais interessado na vitória até se machucar. Gostei de Gil e de Casemiro também,. Lucas, que chegou outro dia para ocupar a vaga do cortado Rafinha, quase se consagra em uma cabeçada que passou perto.
Por falar em cabeçada, tivemos de testemunhar cenas de terror na madrugada. Philippe Coutinho e Filipe Luís literalmente bateram cabeça à beira do campo. Uma lástima. Pior do que o 0 x 0 na estreia da Copa América é imaginar que o Brasil — sexto colocado nas Eliminatórias para a Copa da Rússia-2018 — vai enfrentar o mesmo Equador, em Quito, em 2 de setembro.
Pelo que vi ontem, Dunga vai ter que mexer no tal 4-1-4-1. Na minha opinião, Elias ou Renato Augusto terão de dar lugar a Lucas Lima ou Paulo Henrique Ganso. A Seleção abusa das jogadas pelas pontas, principalmente com Willian, pela direita. Faltam jogadas construídas pelo meio. Daí, a necessidade de ter um Lucas Lima ou um Ganso comandando o meio.
Vou encerrar dizendo o seguinte: enquanto a Seleção cultivar o velho vício de lançar um time diferente a cada jogo, vamos, sim, ficar fora da Copa de 2018. A escalação de ontem do Dunga não tem praticamente nada a ver com o da reestreia de Dunga em 2014. Muito menos com a formação inicial da estreia na Copa América de 2015. Como diria Muricy Ramalho, a bola pune quem vive montando e desmontando time, inseguro diante da crise.
Não está sendo fácil e nem vai ser. Amigos, é grave a crise…
A vida como ela é: os últimos 10 jogos oficiais da Seleção…
Brasil 0 x 1 Colômbia (Copa América)
Brasil 2 x 1 Venezuela (Copa América)
Brasil 1 x 1 Paraguai (Copa América)
Chile 2 x 0 Brasil (Eliminatórias)
Brasil 3 x 1 Venezuela (Eliminatórias)
Argentina 1 x 1 Brasil (Eliminatórias)
Brasil 3 x 0 Peru (Eliminatórias)
Brasil 2 x 2 Uruguai (Eliminatórias)
Paraguai 2 x 2 Brasil (Eliminatórias)
Brasil 0 x 0 Equador (Copa América)
Resumindo: 3 vitórias, uma sobre o Peru e duas sobre Venezuela; 5 empates; e 2 derrotas para Colômbia e Chile. Não adianta falar de amistosos, amigo. A realidade nua e crua é jogo oficial.
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