Felipe O contrato de Felipe com o Figueirense termina no próximo dia 31

Um bate-papo com o goleiro Felipe, ex-Flamengo

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Aos 31 anos, o goleiro Luiz Felipe Ventura dos Santos vive mais um período de expectativa na virada do ano. Depois de ter sido jogado para escanteio pelo técnico Vanderlei Luxemburgo no Flamengo, Felipe encontrou refúgio aqui em Florianópolis, no Figueirense. Ele só não esperava encontrar um concorrente à altura. Pretendido pelo Flamengo, Alex Muralha pegou muito em 2015. Titular absoluto, só permitiu a Felipe jogar três partidas na temporada — duas no Campeonato Brasileiro e uma na Copa do Brasil. Em um bate-papo por telefone com o blog, o torcedor rubro-negro assumido fala da saída conturbada do time do coração e da carreira depois da passagem pelo Flamengo. Além disso, elogia a atual diretoria do clube, com quem fez um acordo judicial para receber a grana a qual ainda tem direito.

 

MPL — Onde você vai jogar em 2016?

Felipe — Ainda não sei. Esperando convites. Chegaram alguns, mas ainda estou analisando. Não é para jogar em time grande, não, é para campeonatos estaduais de menor expressão.

Você foi reserva do Alex Muralha neste ano. Ele negocia com o Flamengo. Alguma chance de você assumir a camisa 1?

Acho difícil. O meu contrato termina no dia 31. Creio que eles não vão fazer grandes investimentos para o Estadual, não. Usam o Estadual como teste. Não querem gastar agora.

Aconselhou o Muralha a ir para o Flamengo?

Sim, com certeza. É um grande goleiro. Está em uma fase extraordinária. Eu só consegui jogar três partidas no ano. E não é porque estou mal, não, ele é que é muito bom (risos).

Acha que ele pode se dar bem no Flamengo?

Olha, o Flamengo está muito bem de goleiro. Não sei nem se precisa contratar o Muralha. Eu trabalhei com o Paulo Victor e conheço o César desde a base do Flamengo. Como torcedor do Flamengo e ex-jogador do clube, eu posso assegurar que o Flamengo está bem servido na posição. O que pode estar acontecendo é a contratação do Muralha para não queimar o César muito cedo. Se for isso, estão certos. Não podem perder o César. O moleque é muito bom, eu via lá nos treinos do Flamengo.

Você já superou a saída conturbada do Flamengo?

Foi difícil, principalmente a forma como eu deixei o clube. Infelizmente, o Vanderlei Luxemburgo deu ouvido a um monte de coisa que falaram de mim…

Que monte de coisa?

A história da festa… Que eu, Leonardo Moura e o Ronaldinho Gaúcho teríamos feito uma festa para comemorar a saída dele em 2012. Ele ficou com essa versão e me afastou do grupo depois, quando voltou a trabalhar lá.

Por que acha que ele o afastou?

Sei lá, acho que na cabeça dele, esperava que eu e o Leonardo Moura nos posicionássemos a favor da permanência dele. Mas ali, era uma situação delicada. A escolha era da diretoria. Qualquer decisão seria irreversível. Nenhum jogador, por mais moral que tivesse, conseguiria impedir a saída dele ou a do Ronaldinho.

Luxemburgo está na China, agora. Voltaria a trabalhar com ele se tivesse convite?

Sem dúvida nenhuma. É o melhor treinador com quem eu trabalhei. Foi o cara que me levou para o Flamengo. Eu só fui pra lá por causa dele, fui uma aposta do Luxemburgo no fim de 2010. Eu estava no Sporting Braga, de Portugal, e ele pediu a minha contratação.

Até que ponto a saída do Flamengo abalou você psicologicamente?

Chateação só. Eu sempre joguei e não estou acostumado a ficar sem jogar.

O clube esta pagando ou ainda vai pagar o que lhe deve?

Fizemos um acordo, está tudo certo. Uma coisa tem de ser dita. A atual diretoria do Flamengo é um exemplo. Cumprem o que prometem. Com essa nova diretoria, o Flamengo voltou a ser Flamengo. Só não recebi ainda o que tenho direito porque a justiça do nosso país é muito lenta, tem que passar por diversas varas, mas espero receber até fevereiro, que é o meu aniversário (risos).

Você chegou ao Figueirense a pedido do técnico Argel Fücks. Foi a melhor escolha?

Sim, e agradeço muito a ele. Vocês podem ter certeza de que está surgindo um grande treinador. Ele fez um ótimo trabalho no Figueirense e por muito pouco não classificou o Inter para a Libertadores.

Em algum momento pensou em se aposentar?

De jeito nenhum. Eu tenho 31 anos, muito tempo ainda para jogar.

Assinaria contrato com um dos três rivais do Flamengo no Rio?

Sou Flamengo e jamais deixarei de ser, mas sou profissional. Não tenho problema nenhum em jogar no Vasco, no Fluminense ou no Botafogo.

E se o Eurico Miranda telefonasse para você?

Acho difícil. O Vasco tem o Martin Silva. É um baita goleiro. Estava com o time na Série B em 2014 e creio que não terá problema nenhum para disputar a segunda divisão novamente em 2016.