São Paulo e a repetição de fórmula no plano de resistência ao Botafogo

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Há um padrão de comportamento dos adversários do Botafogo nas visitas ao estádio Nilton Santos na tentativa de resistir taticamente ao melhor time do Brasil: Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo usaram linha de três zagueiros (ou, se preferir, cinco defensores sem a bola), sofreram muito e saíram do popular Engenhão com resultados diferentes em compromissos pelo Campeonato Brasileiro ou pela Libertadores. Corinthians, Palmeiras e Flamengo perderam. O São Paulo teve mais sorte do que juízo e contou com uma certa crise de ansiedade alvinegra nos acabamentos para voltar “vivo” do Rio de Janeiro.

O São Paulo conseguiu empate heroico por 0 x 0 no duelo de ida das quartas de final do torneio continental configurado no sistema 3-4-2-1. Alan Franco, Arboleda e Sabino eram as três torres tricolores para os combates com os infernais Luiz Henrique, Savarino, Almada e Igor Jesus. À frente do trio de beques, Luis Zubeldía montou um cinturão de segurança alinhado com Rafinha, Bobadilla, Luiz Gustavo e Wellington. Lucas Moura e William Gomes baixavam para fechar espaços e o centroavante Calleri ficava isolado na frente.

Foi difícil resistir. O Botafogo fez um primeiro tempo impecável. Empilhava finalizações em um bombardeio contra a meta do goleiro Rafael. Homem de sorte, o goleiro viu a bola chocar-se duas vezes com a trave. Faltou pontaria ao time alvinegro em várias finalizações. O Glorioso parecia ansioso na tentativa de abrir o placar mais rapidamente possível e não conseguiu. Os 64% de posse de bola não se traduziram em um resultado positivo. Foram impressionantes 10 arremates alvinegros contra apenas um tricolor na etapa inicial. O duelo terminou com 22 finalizações a seis.

Zubeldía não renunciou aos três zagueiros em nenhum momento. Trocou Alan Franco por Ferraresi e manteve a proposta até o apito final. O Botafogo teve menos volume de jogo no segundo tempo quando Artur Jorge trocou Luiz Henrique por Tiquinho Soares. Apesar do equívoco do técnico, seguiu rondando a área. O São Paulo teve chance de vencer em dois lances. No primeiro, John defendeu chute fraco de Bobadilla. No segundo, o centroavante Calleri chutou por cima do gol o cruzamento de Michel Araújo. Estava só na pequena área.

A resistência do São Paulo tem a ver com a opção por três zagueiros, mas também com um dado a ser destacado: o tricampeão da Libertadores tem a defesa menos vazada desta Libertadores. Foi vazado apenas três vezes. Não sofre gol há cinco partidas consecutivas no torneio desde a vitória por 3 x 1 contra o Cobresal na fase de grupos.

O plano de jogo de Zubeldía repetiu o que fizeram três adversários do Botafogo dentro da casa alvinegra. Abel Ferreira montou o Palmeiras com três zagueiros (Vitor Reis, Gustavo Gómez e Murilo) no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores e perdeu por 2 x 1. Tite voltou para o segundo tempo com três zagueiros (Fabrício Bruno, Léo Ortiz e David Luiz) no clássico pelo Campeonato Brasileiro e foi goleado por 4 x 1. Coincidência ou não, Ramón Díaz incomodou o Glorioso no último sábado com três zagueiros (André Ramalho, Gustavo Henrique e Caetano) e vendeu caro a derrota por 2 x 1. O São Paulo aplicou a mesma estratégia nessa quarta-feira e arrancou um bom 0 x 0. Não pode ser mera coincidência.

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Marcos Paulo Lima

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