A visita de Flamengo e Vasco ao governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e ao presidente da República Jair Bolsonaro, na última terça-feira, virou polêmica nacional. Nos encontros, os dois clubes cariocas cogitaram a possibilidade de treinar ou até mandar jogos em Brasília caso o governo e a prefeitura do Rio leve adiante a proibição. O mandatário do Vasco Alexandre Campello diz que jamais cogitou atividades na capital. Rodolfo Landim não se pronunciou.
No “Bola Dividida” desta sexta, o blog entrou em contato com os 12 presidentes dos clubes da primeira divisão do Candangão em 2020 e fez a seguinte pergunta: seu time é contra ou a favor de treinos e/ou jogos de equipes de fora no Distrito Federal em meio à pandemia? Todos responderam. O placar ficou assim: sete dirigentes a favor, quatro contra e uma abstenção. O Brasiliense preferiu não se posicionar. Nesta sexta-feira, a secretária Celina Leão se reuniu com a Federação de Futebol do Distrito Federal para iniciar o diálogo sobre a retomada do Candangão.
Confira a seguir respostas e argumentos dos dirigentes sobre a possibilidades de treinos e jogos dos clubes cariocas no Distrito Federal…
Seu clube é contra ou a favor de treinos e/ou jogos de times de fora
no Distrito Federal em meio à pandemia?
“Sou contra. Acho que é uma precipitação de Flamengo e Vasco. Nada contra Flamengo e Vasco, mas numa cidade que está tendo obrigatoriedade de máscara, isolamento, evitando aglomeração, trazer pra cá Flamengo e Vasco… O Flamengo se apresentou com vários jogadores e funcionários infectados com corona vírus. Quem são? Ninguém sabe. Não é o momento. Acho que a situação na cidade está muito complicada. O próprio futebol de Brasília tem que aguardar um tempo. Está tendo crescimento de morte e contágio. Isso é muito sério. Eu tenho 62 anos e frequento treino, concentração. Meu treinador tem 68. É totalmente inviável. Se os grandes centros, entidades, clubes estão tendo dificuldade em fazer os seus treinos, vão vir para Brasília que também tem um problema? E os outros clubes do Rio, o que acham disso? Parece que estão em outro mundo. Sou radicalmente contra. Não é momento de pensar em futebol.
Weber Magalhães, presidente do Gama
“O Brasiliense, (sempre que podemos) disponibiliza o CT para os treinos dos times de fora, e existe uma preferência dos mesmos pelo nosso campo, por ter uma das melhores estruturas de um CT em Brasília. No momento, nem os treinos do Brasiliense nem de outros times de Brasília foram retomados, e apesar das reuniões e conversas, não houve mobilização oficial para ter jogos e treinos aqui. Então, vamos aguardar a posição da Organização Mundial de Saúde, Governo e Federações, que, se determinarem segura a volta dos treinos, podemos disponibilizar nosso campo, claro. Mas seguindo todas as orientações de saúde e os protocolos da CBF, que também ainda não foram repassados. O Brasiliense não se posiciona contra ou a favor, pois não somos profissionais da saúde. Cabe a nós cuidar da saúde dos nossos atletas, de suas famílias, e de times visitantes, e esperar um posicionamento oficial. Claro, se for aprovado pelos órgãos de saúde, podemos sim disponibilizar nosso campo, sempre. Mas a vinda ou não dos clubes, Flamengo e Vasco, não depende de nós”
Luiza Estevão, presidente do Brasiliense
“Times como o Flamengo, que possuem atletas de alto rendimento, precisam preservar seu patrimônio. Atletas de alto rendimento não podem ficar sem atividade por mais de 30 dias. No Campeonato Alemão, neste fim de semana passado, 8 jogadores se lesionaram. Consequência da inatividade. Entendo que todos os clubes, principalmente os que têm atletas de alto rendimento (no caso do Flamengo de altíssimo rendimento), possuem todo o direito de promoverem atividades internas de preservação do condicionamento de seus atletas. Inclusive nosso clube está sentindo essa necessidade. Não estamos falando de jogos e sim de treinos físicos. Havendo base na lei e tomando as cautelas necessárias (e seguramente o Flamengo não colocaria em risco anormal seu valiosíssimo patrimônio, que são seus atletas), entendo absolutamente viável e até necessário que façam os treinamentos e exercícios físicos. Quanto à Brasília, com índices baixos de contaminação, em função das providências tomadas pelo governo do DF, considero que seja um local mais seguro para que isso aconteça. Sou favorável. O problema da pandemia é sério, exige cautelas, mas a paralisação de atividades e da economia não pode se perpetuar, ou as consequências da paralisação da economia poderão ser mais nefastas do que o vírus. Há que se encontrar medidas equilibradas e com segurança básica para que as atividades econômicas, inclusive esportivas, tenham continuidade”
Luis Felipe Belmonte, presidente do Real Brasília
“Sou favorável à volta dos treinos de Flamengo e Vasco em Brasília e também dos 8 clubes classificados para as quartas de final do Candangão. Acredito que a melhor saída para o combate ao vírus é o retorno da normalidade em todos os setores, inclusive o futebol. Penso que o trabalho, o estudo e o lazer é o que fortalece o indivíduo, ao passo que a inércia adoece”
Henrique Botelho, presidente do Formosa
“Eu não tenho nada contra. Acho até favorável porque, para liberá-los para treinar aqui, vão ter que acabar liberando os nossos treinos. Vai fortalecer a volta do nosso futebol. Eu penso dessa forma, acho que seria positivo. Sempre fica aquela questão de o governador gostar mais do futebol carioca do que do nosso, não dá o nosso apoio merecido, mas tirando essa questão, eu seria favorável, sim. Se eu tivesse que voltar, votaria a favor”
Edmilson Marçal, presidente do Taguatinga
“Sou a favor da volta do Futebol como um todo. Seguindo os protocolos da saúde, vejo que é viável a volta com segurança. A vinda de times do Rio de Janeiro para treinar aqui, vejo com bons olhos também, desde que seja uma forma de alavancar o futebol do Distrito Federal, quem sabe com rodadas duplas de jogos do Candangão com os do Carioca”
Godofredo Gonçalves, presidente do Capital
“A favor, desde que os times locais tenham as mesmas condições oferecidas pelo Governo do Distrito Federal. Desde que as autoridades de saúde do Distrito Federal proporcionem aos clubes locais as mesmas condições que terão o Flamengo e Vasco. E isso pode até ter um intercâmbio com a realização de jogos treinos”
José Egídio, presidente do Luziânia
“Nada contra, mas a nossa preocupação vai além de Flamengo e Vasco. Falta uma diretriz para o futebol. Que elaborem protocolos para a volta da nossa competição, que é o Campeonato Candango. Determinem o dia para a volta aos treinos e cumpriremos os protocolos. Se houver uma diretriz, não sou contra A, B ou C. Flamengo e Vasco treinam e jogam, e nós também”
Homero Santarelli, gestor do Sobradinho
“A favor! Se forem cumpridos todos os protocolos, não há porque um clube que possui compromissos gigantes não dar continuidade no trabalho. Não só o Flamengo, extensivo a todos os clubes com estrutura adequada”
Major Elias, presidente do Unaí
“Me estranha muito a possibilidade de esses eventos ocorrerem aqui em Brasília. Vejamos : será que o GDF irá afrouxar o isolamento só para ter a oportunidade de ter Flamengo e Vasco treinando em Brasília? Essa pergunta deve ser respondida. O Governo do Distrito Federal vai autorizar equipes de outros estados atuarem em Brasília sem antes abrir diálogo com as equipes do DF? Sem essas respostas sou totalmente contra, e outra, não era nem mesmo para cogitar isso, estão brincando com coisas sérias. Por fim, como acho que esse evento passou por acordo político entre ((Jair) Bolsonaro e Ibaneis (Rocha), com certeza não tem base cientifica para uma aglomeração desse porte. O Ceilândia Esporte Clube se posiciona contrário a essa possibilidade. O GDF deveria ter a mesma disponibilidade com o Futebol do Distrito Federal”
Ari Almeida, presidente do Ceilândia
“Com certeza sou contra pois a situação pela qual estamos passando não permite trazer mais problema para nossa capital, que já está passando por dificuldade por causa do coronavírus. Está muito forte em Brasília, no Distrito Federal”
Manoel Santos, presidente do Ceilandense
“Sou contra. Seria um mau exemplo para os clubes daqui. Então poderiam também treinar. E, no caso do Vasco e Flamengo, haveria fluxo de pessoas e possíveis aglomerações nos locais de treino e hotéis. Contrariando as regras da Organização Mundial de Saúde?”
Ryvo Matias, presidente do Paranoá
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