Reunião dos Brics, tamanho e arenas vazias na Copa América tiraram Mané do Mundial Sub-17; Bezerrão receberá 18 jogos, incluindo abertura e final

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Como antecipou o blog em 15 de abril, a Fifa oficializará nesta quarta-feira a divulgação da tabela do Mundial Sub-17 com Brasília, Goiânia e Vitória sedes do torneio de 26 de outubro a 17 de novembro. Casa do Gama, o Bezerrão é o estádio que mais receberá jogos. São 18, entre eles a abertura, semifinais, decisão do terceiro e quarto lugar e a final. Os estádio Olímpicos e Serrinha, ambos em Goiânia, ficaram respectivamente com 10 e 8 jogos e o Kléber Andrade, no Espírito Santos, com 16. A definição das cidades foi tomada na visita dos mandatários da CBF, Rogério Caboclo, e da Fifa, Gianni Infantino, ao presidente da República, Jair Bolsonaro. O sorteio das chaves está marcado para amanhã, em Zurique, na Suíça (confira os 24 candidatos ao título no fim deste post).

O blog apurou que a ausência do Mané Garrincha na lista dos estádios escolhidos tem pelo menos três motivos: a Fifa ficou assustada com a quantidade de lugares vazios durante a realização da Copa América em dois dos cinco estádios usados no Mundial de 2014 — Mineirão e Arena Fonte Nova — no Morumbi e na Arena Grêmio. A capacidade da principal arena do Distrito Federal — que ficou fora da Copa América — é para 72 mil pagantes. Houve preocupação de evitar imagens constrangedoras como as que ocorreram em alguns jogos do torneio continental.

Uma fonte da Fifa alegou outras duas razões para a arena ter sido preterida. A realização da reunião dos Brics — agrupamento de países emergentes formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul em 13 de novembro, no Palácio do Itamaraty. A ideia era realizar as semifinais, decisão do terceiro e quarto lugar e a final no Mané Garrincha, mas a coincidência de datas do Mundial Sub-17 e da reunião dos Brics fez com que a organização optasse pela fuga da região central da capital e a escolha do bairro do Gama para receber os últimos quatros jogos do torneio. Outro argumento é a realização do evento em cidades que geralmente ficaram fora do roteiro das grandes competições, como ocorreu, por exemplo, na recém-encerrada Copa do Mundo Feminina da França.

Outra alegação é de que a Fifa tem preferência por estádios com capacidade menor no Mundial Sub-17. Um exemplo seria o Mundial Sub-20 deste ano, que não utilizou as arenas enormes escolhidas pela Polônia para a Eurocopa-2012.

A capacidade do Mané Garrincha não é um argumento totalmente aceitável. Em 2017, a final do Mundial Sub-17 entre Inglaterra e Espanha levou 66.684 pessoas ao Salt Lake Stadium, em Kolkata, na Índia. A capacidade da arena é maior que a do Mané Garrincha e abrigou a decisão: 85 mil. Em 2015, o Estádio Nacional de Santiago, no Chile, foi preterido. A decisão entre Mali e Nigéria aconteceu no Sausalito, em Viña del Mar, com 15.235 torcedores. A final de 2011 entre Uruguai e o anfitrião México arrastou 98.943 pagantes ao Estádio Azteca, na Cidade do México. A Suíça faturou o título de 2009 na contra a Nigéria, em Abuja, diante de 60 mil espectadores.

Com apenas três cidades-sede, o Mundial Sub-17 2019 é o mais enxuto da história. O país herdou a competição do Peru. O vizinho sul-americano não cumpriu o caderno de encargos e a Fifa repassou o direito de receber o torneio ao Brasil. Originalmente, o evento estava previsto para ser disputado em oito cidades: Chiclayo, Ica, Lima, Chimbote, Piura, Tarapoto, Tacna e Trujillo. Com a mudança, a Fifa optou por uma versão compacta, econômica, sem grandes deslocamentos e evitando choque com estádios utilizados durante as competições nacionais e internacionais do país, como Copa do Brasil, Brasileirão, Série B, Sul-Americana e Libertadores. Em 2017, a Índia escolheu seis cidades.

Países classificados

Anfitrião: Brasil
América do Sul: Argentina, Chile, Equador e Paraguai
Américas do Norte, Central e Caribe: Canadá, Haiti, México e EUA
Europa: França, Hungria, Itália, Holanda e Espanha
África: Angola, Camarões, Nigéria e Senegal
Ásia: Austrália, Japão, Coreia do Sul e Tajiquistão
Oceania: Nova Zelândia e Ilhas Salomão

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Marcos Paulo Lima

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