Resenha: 10 pitacos sobre o que rolou na #rodada 1 do Brasileirão 2025

Público de Brasileirão
Se fosse um jogo da Série A, a finalíssima do Candangão entre Capital e Gama ficaria no Top 5 dos melhores públicos da primeira rodada do Brasileirão. A decisão do nosso torneio doméstico levou 37.845 torcedores ao Mané Garrincha. A maior plateia do fim de semana foi registrada no empate entre Flamengo e Internacional, no Maracanã: 48.452. O Bahia levou 41.898 à Arena Fonte Nova contra o Corinthians, o Cruzeiro arrastou 41.898 ao Mineirão diante do Mirassol e o São Paulo, 37.856 ao Morumbi no empate sem gol com o Sport.

Alto nível
Do ponto de vista tático, gostei muito do jogo entre Flamengo e Internacional, no sábado. Os técnicos Filipe Luís e Roger Machado gastaram o repertório tático com mudanças de postura dentro da partida, tão somente movendo peças no tabuleiro. Assim o time colorado abriu o placar e conteve o ímpeto do excelente segundo tempo rubro-negro na etapa final da patida. Bela exibição do goleiro Rochet. Juninho continua sentindo o peso da camisa do Flamengo. Desperdiçou várias chances de deixar a rodada como herói rubro-negro.

Por falar em repertório…
Foram utilizados oito sistemas táticos diferentes como ponto de partida nos 10 jogos da primeira rodada do Brasileirão. O sistema 4-2-3-1 foi o preferido: 11 times adotaram essa configuração no início da partida. Houve alguns formatos diferentes na jornada inaugural. O português Leonardo Jardim, por exemplo, planejou o Cruzeiro no 4-2-2-2. Apenas dois técnicos recorreram a linhas de três ou cinco na defesa: Luis Zubeldía (São Paulo) contra o Sport e Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza) na vitória contra o Fluminense.

Faltou espírito olímpico
Mano Menezes levou o Brasil à medalha de prata no torneio masculino de futebol nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 com Marcelo e Thiago Silva no time. Treze anos depois, o treinador conseguiu a proeza de ser demitido pelo Fluminense depois de brigar com os dois ídolos da torcida tricolor. O lateral-esquerdo havia sido dispensado no fim do ano passado. No sábado, o técnico perdeu a queda de braço para o Monstro depois de expor o ponta Serna ao substituí-lo com apenas 13 minutos de jogo para a entrada do meia Lima.

Haja gramado ruim!
A qualidade dos gramados do Brasileirão ficou exposta na primeira rodada. O que é aquele piso do Allianz Parque? Não é questão de piso artificial ou natural. Havia campos ruins nos dois tipos! Lamentavelmente, a CBF extinguiu um departamento chamado Comissão Nacional de Inspeção de Estádios. Criado na gestão do ex-presidente Rogério Caboclo, que perdeu o cargo depois de ser acusado de assédio sexual, o setor visitava as arenas, atribuía notas e tentava manter um padrão de qualidade mínimo até para os jogos da Seleção.

Noves dentro
Apesar dos terrenos irregulares nos gramados usados na primeira rodada do Brasileirão, foi o fim de semana dos artilheiros. Gabigol deixou o dele com a camisa do Cruzeiro. Vegetti deu assistência e balançou a rede pelo Vasco. Lucero guardou pelo Fortaleza. Pedro Raul anotou pelo Ceará. Héctor Hernández impediu a derrota do Corinthians para o Bahia na Arena Fonte Nova. No fim das contas, Gabriel Taliari marcou pelo Juventude no triunfo em casa contra o Vitória e larga em primeiro lugar na disputa pela artilharia do Brasileirão.

Pauliceia desvairada
O futebol paulista é campeão em número de representantes na Série A do Brasileirão, mas acredite se quiser: nenhum dos seis representantes venceu na estreia. Santos e Mirassol perderam. São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Red Bull Bragantino empataram. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, somente o Vasco conquistou três pontos. Derrotou justamente um paulista. O Santos saiu na frente, mas sofreu a virada em São Januário. Para mim, o estádio mais pulsando na primeira rodada. O velho caldeirão.

Disciplina
Se o Brasileirão terminasse hoje, o Fortaleza seria campeão graças ao sexto critério de desempate estabelecido pelo regulamento específico da competição: cartões amarelos. O Tricolor do Pici recebeu duas advertências na primeira rodada contra quatro do Juventude. Por falar em disciplina e em arbitragem, a contagem dos oito segundos na reposição da bola pelos goleiros para evitar a cera falhou. Muitos homens do apito deixaram de cumprir a nova recomendação da CBF nas 10 partidas da rodada.

Sobre meninos e lobos
Matheus Donelli; Léo Maná, André Ramalho, Cacá e Hugo; Alex Santana e Maycon; Romero, Breno Bidon e Thales Magno; Yuri Alberto. Essa foi a formação inicial mais jovem da primeira rodada do Brasileirão. Ramón Díaz popuou praticamente todos os titulares e iniciou a partida contra o Bahia com média de idade de 25,5 anos. Ousado o argentino, mas a liderança é de um compatriota dele. O Fortaleza escalaou o time mais experiente e lidera a Série A. A formação inicial de Juan Pablo Vojvoda bateu em 32,8 anos na média.

O campeão voltou?
Como é bom ver o atual campeão da Libertadores e do Brasileirão voltando a jogar em alto nível. O dono da SAF alvinegra, John Textor, chutou o Carioca, a Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-Americana para escanteio e focou no início da temporada a partir de março. A exibição contra o Palmeiras foi excelente. O time estava parado desde a derrota para o Racing na Recopa Sul-Americana desde 27 de fevereiro. As saídas de Almada e de Luiz Henrique enfraqueceram o time, mas o sistema 4-1-4-1 mostrou-se bom ponto de partida.