Renato não precisou ter time de “R$ 200 milhões” para dominar o Borussia

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New Jersey — A declaração mais bacana do técnico Renato Gaúcho na entrevista coletiva depois do empate com sabor de vitória do Fluminense contra o Borussia Dortmund nesta terça-feira, aqui no MetLife Stadium, é a seguinte: “Nem sempre é investimento, sem dúvida alguma. Tem muitos clubes que financeiramente são muito superiores, mas no campo são 11 contra 11. E aí, depende muito da atitude dos teus jogadores, e a atitude dos meus jogadores me encheu de orgulho”.

Em outro trecho da interação com os jornalistas, Renato Gaúcho reforçou o discurso. “Não adianta muitas vezes você ter um time muito caro e achar que você vai ganhar no grito, vai ganhar na camisa, vai ganhar em contratações caras. Agora, por outro lado, sem dúvida alguma, no momento que você tem os cofres cheios para contratar, traz também jogadores de qualidade que fazem a diferença na hora do vamos ver”, ponderou o Portaluppi.

Destaco esse tópico por uma razão.: há seis anos, Renato Gaúcho justificou a eliminação do Grêmio por 6 x 1 contra o Flamengo no placar agregado das semifinais da Libertadores com o argumento de que o time carioca havia investido R$ 200 milhões em contratações.

Como é bom notar Renato Gaúcho revendo conceitos financeiros e técnicos. O Fluminense entrou em campo com um time titular avaliado em 43,9 milhões de euros. A formação inicial do Borussia Dortmund é estimada em 234,3 milhões de euros. O tricolor carioca era cinco vezes mais barato do que o adversário alemão e jogou melhor. Mereceu vencer!

Mereceu por um motivo simples: Renato Gaúcho mostrou competência para convencer a si mesmo e o elenco de que é possível quebrar barreiras como o desequilíbrio financeiro tão somente jogando futebol. Complexos de inferioridade se resolvem na bola. O time tricolor foi gigante. Se não fossem os erros de Everaldo e de Canobbio no mesmo lance, o time tricolor teria estreado com vitória e quebrado um indigesto tabu do futebol brasileiro.

Times do nosso país não vencem duelos oficiais contra europeus desde o triunfo do Corinthians contra o Chelsea na final do Mundial de Clubes de 2013. De lá para cá, o Grêmio perdeu a final para o Real Madrid; o Flamengo foi superado pelo Liverpool em 2019, o Palmeiras perdeu para o Chelsea em 2021; e o Manchester City goleou o Fluminense.

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Marcos Paulo Lima

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