Memphis Depay vai dar certo no Brasil porque o Corinthians tem o técnico certo no lugar correto na hora exata do maior investimento do clube. Gerenciar figurões como o holandês não é para amadores. O atacante testemunhou da tribuna da Neo Química Arena amostra grátis da capacidade de Ramón Díaz na vitória por 3 x 1 contra o Juventude na conquista da vaga para a semifinal da Copa do Brasil. O ex-jogador e treinador argentino está acostumado a frequentar serpentários desde cedo no futebol e desenvolveu antídotos contra quase todos os tipos de veneno ao trabalho dele.
Não se engane: jogadores de videogame como o holandês de 30 anos gostam de saber antecipadamente quem assumirá o joystick para manipulá-los. Quando falta currículo vira um problemão. Isso Ramón Diaz tem de sobra e conta com a ajuda do filho — e auxiliar — Emiliano Díaz na medida em que a relação com o “brinquedinho” demandar consultoria.
Ramón Díaz lida com jogadores marrentos desde os tempos de meia-atacante da base da seleção da Argentina. Em 1979, ele conquistou o título do Mundial Sub-20 ao lado de um gênio indomável: Diego Armando Maradona. Quando se reinventou no papel de técnico, liderou com êxito Ayala, Juan Pablo Sorin, Enzo Francescoli, Marcelo Gallardo, Ariel Ortega e Hernán Crespo no bicampeonato do River Plate na Libertadores de 1996.
Em um dos trabalhos recentes na Arábia Saudita, Ramón Díaz domou os egos de Gustavo Cuéllar, André Carrillo, recém-contratado pelo Corinthians, Luciano Vietto e Odion Ighalo na campanha do vice do Al Hilal no Mundial de Clubes da Fifa em 2022. Manteve a política da boa vizinhança com o meia Dimitri Payet na administração do elenco do Vasco.
Memphis Depay conhece a escola argentina de técnicos. Acaba de trabalhar no Atlético de Madrid com Diego Simeone. Relacionou-se com treinadores de personalidade tão difícil quanto a dele: Louis van Gaal, Dick Advocaat, José Mourinho e Xavi Hernández, por exemplo. De estilo mais dócil, o brasileiro Sylvinho também comandou o holandês no Lyon.
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