Guardiola Guardiola viu triunfo do Palmeiras contra o Flamengo na Inglaterra pela tevê. Foto: AFP Guardiola viu triunfo do Palmeiras contra o Flamengo na Inglaterra pela tevê. Foto: AFP

Quer trabalhar em uma seleção e viu a decisão da Libertadores: as entrelinhas dos sinais de Guardiola

Publicado em Esporte

Não basta parecer simpático. Tem que ser. Pep Guardiola disse, em agosto, em um dos painéis do Expert XP 2021 relatado aqui no blog, que o próximo passo no plano de carreira dele é assumir uma seleção.

Óbvio que o Brasil está no radar. Ele é encantado pela Seleção da Copa de 1982 do Telê Santana.

O contrato de Guardiola com o Manchester City expira em 30 de junho de 2023, ou seja, seis meses depois do fim da Copa do Mundo do Catar.  A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aguardaria para tê-lo com exclusividade depois do possível fim (com ou sem hexa) da Era Tite?

O fato é que Pep Guardiola de bobo não tem nada. Jogou para a galera ao responder a ótima pergunta do TNT Sports se ele acompanharia a decisão da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo.

A resposta “sim” depois de saber do horário da final tem tiquinho de marketing pessoal. Foi mais um recadinho para os cartolas da CBF. Afinal, não poderia ser contraditório.

Se Pep Guardiola deseja comandar uma seleção, e o recado foi dado em um evento da XP para brasileiros, é bom começar a encaixar as peças. Ele teria, no mínimo, de se interessar pela decisão da Libertadores a fim de aprender um pouquinho sobre Palmeiras e Flamengo.

E quando ele promete, cumpre. Certamente viu o jogo.

Se ele gostou ou não, saberemos nas próximas entrevistas do treinador.

Abel Ferreira e Renato Gaúcho não são guardiolistas. Longe disso. Mas Pep tem um diferencial. Gosta de aprender. Mais do que isso: é obcecado por assimilar o idioma, a cultura, a realidade do futebol do país escolhido para trabalhar.

Estudou alemão antes de assumir o Bayern de Munique. Aprimorou o inglês, em Nova York, no ano sabático depois de deixar o Barcelona.

Inquieto em busca de conhecimento, Guardiola veio à América do Sul discretamente interagir com mentores como Marcelo Bielsa, Carlos Bianchi, Cesar Menotti, La Volpe e outras referências para a continuidade do trabalho dele.

Os intercâmbios são inspirações. A teoria aprendida no nosso continente foi colocada em prática na Europa em algum momento. Os livros dele contam isso. Não deixe de lê-los se você curte literatura esportiva.

Se planeja ter um técnico estrangeiro em breve, a CBF precisa ficar atenta aos sinais de Guardiola. Uma declaração aqui de que pretende trabalhar em uma seleção, outra acolá afirmando que verá pela tevê uma final brasileira da Libertadores é tudo o que os brasileiros, especialmente os cartolas, gostam de ouvir.

Certamente algum engravatado está encantado com esses sinais na Barra da Tijuca, onde fica o QG da entidade máxima do futebol brasileiro no Rio de Janeiro. Se um dias desses a ideia por lá era ter Xavi como assistente do Tite, imagina Pep Guardiola como possível sucessor do excelente Tite na Seleção Brasileira.

 

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