A contribuição dos treinadores estrangeiros para a evolução do Brasil em diferentes modalidades olímpicas – inclusive o futebol – é inegável. Oleg Ostapenko, por exemplo, mudou o patamar da ginástica artística do país. O ucraniano morreu em 3 de julho deste ano, 20 dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio, sem testemunhar a colheita que ele mesmo ajudou a semear no período em que trabalhou em solo verde-amarelo de 2001 a 2008.
Feito o registro, precisamos falar sobre um técnico brasileiro. Parabéns ao paranaense Francisco Porath Neto. Ele é um dos mentores das medalhas de prata (individual geral) e de ouro (salto) da ginasta Rebeca Andrade. Um nomes por trás do sucesso da atleta vinculada ao Flamengo.
Técnicos não ganham medalha. O ouro de Porath é o reconhecimento sincero de uma menina dourada. Rebeca Andrade atribuiu o sucesso nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao profissional no perfil dela no Instagram. “Você é meu orgulho, você é o melhor de todos e você me ajudou a fazer acontecer. Obrigado por sempre acreditar em mim. Nós somos campeões olímpicos”.
Discreto, Porath é homem de poucas palavras nas redes sociais. Limitou-se a dizer na conta dele nas redes sociais que “essa medalha foi feita a muitas mãos”. Acrescentou: “Impossível nomear todos, mas todos aqueles que de alguma forma contribuíram com esse esporte tão lindo, sintam-se agradecidos por chegarmos a esse resultado”, publicou, ilustrando o post com uma foto em que várias mãos tocam a medalha de ouro da xodó Rebela Andrade. Emocionado, Chico, como é carinhosamente chamado entre os ginastas, reconheceu em outra imagem ao lado da ginasta segurando a bandeira do Brasil: “Simplesmente o melhor dia da minha vida”.
Rebeca dedicou a medalha de prata a uma geração de ginastas que consolidaram o Brasil na elite da ginástica. A de ouro é dedicada ao mentor. “Dedico especialmente ao meu treinador, o Francisco Porath, porque a gente trabalhou duro e fiquei feliz demais de ver a felicidade, o choro dele. Ele só quer me ver brilhar, sabe, e a única forma que posso retribuir é com a minha ginástica. É o que vou buscar sempre. Dar orgulho às pessoas, à minha família e para mim”, disse aos jornalistas, em Tóquio, depois da cerimônia de premiação.
Parceria de sucesso da ginasta Rebeca Andrade com o técnico Francisco Porath lembra outra dupla vitoriosa na história do esporte brasileiro: a do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, com o mestre Larri Passos
Chico trabalha com Rebeca Andrade desde 2006. A criança tinha sete anos. Porath lembrou disso recentemente ao parabeniza-la, em 8 de maior, pelo aniversário de 22 anos. “Em 2006, eu fui abençoado por Deus quando colocou no meu caminho essa pessoa maravilhosa que mudaria minha vida para sempre. Desde então, sem aviso ou qualquer tipo de preparação, a vida de certa forma me fez ser seu guardião. E apesar de todas as dificuldades encontradas no caminho, poder olhar para você hoje e ver a pessoa incrível que se tornou, me faz refletir o quanto valeu a pena cada segundo da minha vida dedicado a essa história”, escreveu o técnico.
Rebeca respondeu emocionada: “Talvez não existam palavras suficientes e significativas que me permitam agradecer a você com justiça e o devido merecimento. Mas é tudo que posso fazer, usar palavras para agradecer. Espero que a gente continue um do lado do outro sempre”.
Há vários exemplos de parcerias entre atletas e técnicos. Pep Guardiola mudou o patamar de Lionel Messi quando trabalharam juntos no Barcelona e vice-versa. Gustavo Kuerten, o Guga, era unha e carne com Larri Passos. “Ele me fez acreditar no impossível”, disse à ESPN no ano passado, ao falar do relacionamento de “convicção, amor e paixão” com o mestre.
Michael Jordan conquistou seis títulos da NBA, a liga norte-americana de basquete, sob a batuta do mesmo treinador – Phil Jackson. A cumplicidade entre Francisco Porath e Rebeca Andrade lembra outras tantas parcerias de sucesso do esporte. Que venha mais um ouro nesta segunda!
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