Pintado explica por que o reinventado Pepê virou peça importante no Grêmio de Renato Gaúcho

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O triunfo tricolor por 2 x 1 no Grenal 438 tem uma peça-chave na confecção do Grêmio para a temporada. Contratado no início deste ano, o meia João Pedro Vilardi Pinto, o Pepê, é praticamente um dos donos do meio de campo no sistema tático de Renato Gaúcho. Ele dá dinâmica defensiva e ofensiva ao time. Versátil, o jogador revelado pelo Flamengo e com ótima passagem pelo Cuiabá facilita as transições e dá muitas provas de evolução na carreira.

Basta lembrar que Pepê era camisa 10 nas divisões de base do Flamengo. Subiu para o elenco principal nessa função, foi emprestado ao Portimonense, retornou ao clube e ganhou moral com Rogério Ceni. O treinador gostava do futebol dele, notou a versatilidade e pediu a renovação do contrato. Pepê fez um gol na campanha do bicampeonato brasileiro rubro-negro em 2020. Pepê passou a ser suplente dos volantes Diego e Gerson. Fez gol na vitória por 2 x 0 contra o Palmeiras no Mané Garrincha, em Brasília, pela 31ª rodada, entrando justamente no lugar de Diego.

Rogério Ceni foi demitido, Pepê teve o espaço reduzido no Flamengo e o Cuiabá decidiu contratá-lo em 2021. Começava uma guinada na carreira do jogador. Estreou no clube do Mato Grosso como primeiro volante sob o comando de Alberto Valentim. Do meio para a frente, jogou em todas as posições com os treinadores Jorginho, Pintado e Antônio Oliveira. Foi até falso 9!

Em 2021, Pepê foi responsável por 90 desarmes e terminou o Campeonato Brasileiro entre os 10 maiores ladrões de bola da Série A. na temporada passada, desarticulou os rivais 61 vezes. Outro dado estatístico relevante chamou a atenção de quem trabalhou com ele: o meia percorreu em média 11km por partida e virou o pulmão do Cuiabá no meio de campo.

Em entrevista ao blog, o técnico Pintado fala não somente sobre a evolução de Pepê. Aborda também a reinvenção do jogador do início no Flamengo ao momento no Grêmio. “Nessa posição eu não posso errar, amigo. Dei minhas caneladas ali”, brinca o ex-volante, bi da Libertadores pelo São Paulo em 1992 e 1993, e campeão mundial pelo tricolor paulista em 1992.

“O Pepê é a mais pura versão desse segundo volante moderno. Tem boa técnica, mobilidade, bom passe, leitura de jogo. Sempre foi técnico, amadureceu e aprendeu a recompor defensivamente. Vai crescer nas mãos do Renato Gaúcho”, elogia Pintado.

Perguntei ao Pintado quem Pepê “emula” entre os jogadores em atividade no futebol brasileiro e a resposta surpreende: “Renato Augusto do Corinthians, mas o Pepê pode ser mais, vai crescer, sem dúvida. Ele tem muita leitura de jogo nessa posição para jogar em alto nível”, afirmou.

Pepê tem formado par de volantes com o paraguaio Mathías Villasanti no meio de campo do Grêmio. Ambos protegem a defesa e fazem a transição com os três homens de criação posicionados à frente deles: Bitelo na direita, Cristaldo no meio e Viña aberto na esquerda. Pepê é quem dá dinâmica ao setor. Tanto que o Inter cresceu no Grenal 438 justamente quando ele e Villasanti deixaram o campo para as entradas de Thiago Santos e Carballo.

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Marcos Paulo Lima

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