Palmeiras mostra ao Atlético-MG que a reinstalação do “Aplicativo Cuca” precisa de atualizações

Compartilhe

A torcida do Atlético-MG vive o que a do Flamengo tanto sonha. Enquanto os rubro-negros amargam sucessivas frustrações nos clamores pela volta de Jorge Jesus, o Galo realizou a vontade da massa e recontratou Cuca — o mentor do Triplete do ano passado nas conquistas do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. A transição mostra aos adeptos do “sebastianismo” que o processo pode, sim, dar certo, mas não é tão simples como parece.

Torcedores costumam imaginar que basta reinstalar o aplicativo de uma era vitoriosa para tudo voltar a funcionar como antes. Não necessariamente. Cuca estreou perdendo por 3 x 0 para o Internacional. Amargou resultado duro ao abrir 2 x 0 contra o Palmeiras no jogo de ida das quartas de final da Libertadores e sofrer o empate no último minuto em um duelo de altíssimo nível contra o atual bicampeão continental. Assim como o seu smartphone, o futebol exige atualizações constantes, uma espécie de upgrade nos aplicativos.

Cuca sabe disso. Provou no primeiro tempo contra o Palmeiras. Ele fez o Galo parecer com o de 2021 e não deixou o Palmeiras jogar. O time paulista até balançou a rede, mas o VAR acusou impedimento. Seria injusto. o Atlético jogava muito mais. Longe da magia do ano passado, mas era superior ao adversário com escalação e estratégias inteligentes. Corajoso ao iniciar o duelo com Nacho Fernández no banco, mas surpreendente na prática. O gol de pênalti marcado por Hulk fez justiça ao placar parcial no Mineirão.

A estratégia de Cuca ganhou fôlego no início da etapa final com o gol contra de Murilo. Como se não bastasse o pênalti cometido por Marcos Rocha em Jair, o zagueiro colocou a bola contra a própria rede. Quando se abre uma vantagem dessa contra um timaço como o do Palmeiras, não se pode desperdiçar a oportunidade de encerrar a série. Fazer o terceiro e, se possível, o quarto.

Em vez de aniquilar o Palmeiras, o Atlético mudou de postura e foi perdendo o controle da partida. Esse comportamento tem sido recorrente em casa. Foi assim na vitória por 2 x 1 contra o Flamengo na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Na derrota de virada para o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. No revés diante do Tolima na fase de grupos da Libertadores. Todos, ainda, sob o comando de Antonio “Turco” Mohamed.

Uma das alternativas do Galo era continuar agredindo o Palmeiras em busca de mais gols. A outra, manter as rédeas da partida, colocar a bola no chão e fazer o adversário correr atrás da bola. Nada disso. O Galo topou a trocação com a equipe de Abel Ferreira e se deu mal. Inteligente, o técnico português inverteu o posicionamento de Dudu e Gustavo Scarpa. Mostrou mais uma vez ter recuperado Gabriel Menino e o volante foi útil na reação ao substituir o apagado e lesionado Raphael Veiga.

Murilo compensou as lambanças ao diminuir o placar. Foi a senha para Cuca colocar Nacho em campo, trocar Keno e Junior Alonso por Varga e Igor Rabello, respectivamente, e cometer, para mim, o erro crucial. Ao tirar Hulk e mandar a campo Alan Kardec, o treinador deu minutos preciosos de refresco para os zagueiros alviverdes e atraiu o adversário ao ataque. Dudu deu assistência para o volante Danilo e silenciou um Mineirão lotado.

O Palmeiras deixou o Gigante da Pampulha com a sensação de vitória, mas o retrospecto do duelo é equilibrado e o Atlético não pode encarar o placar em clima de derrota. Afinal, é o quinto empate consecutivo entre os dois times. Logo, não é exagero imaginar uma nova igualdade na próxima quarta-feira e a decisão da vaga nas cobranças de pênalti. Enquanto isso, Cuca ganha tempo para atualizar o aplicativo e instalá-lo no Galo.

Siga no Twitter: @marcospaulolima

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Ronaldo Fenômeno articula candidatura à presidência da CBF em Brasília

Os movimentos de Ronaldo Nazário de Lima, o Ronaldo, são friamente calculados desde uma viagem…

10 horas atrás
  • Esporte

Técnica brasiliense Camilla Orlando ganha Candangão e Paulistão em 11 meses

Menos de um ano depois de levar o Real Brasília ao título do Campeonato Feminino…

2 dias atrás
  • Esporte

A fartura de talento da França e a precisão na “bola parada” contra a Itália

Atual vice-campeã mundial, a França é uma seleção sempre pronta para competir, mas não necessariamente…

4 dias atrás
  • Esporte

Santos volta com taça do purgatório pelo qual passaram potências europeias

O Santos não deve se ufanar de ter conquistado a Série B do Campeonato Brasileiro,…

5 dias atrás
  • Esporte

Candangão 2025 terá “boom” de sociedades anônimas do futebol na elite

O Candangão terá um boom de SAF’s em 2025. Dos 10 clubes candidatos ao título…

6 dias atrás
  • Esporte

Pacote do GDF prevê R$ 2,3 milhões para obras no gramado de 4 estádios

No que depender do investimento do Governo do Distrito Federal (GDF) na manutenção dos gramados…

1 semana atrás