O futebol goiano é indiscutivelmente o mais forte do Centro-Oeste, mas insiste em dar passos atrás em vez de evoluir. Há duas provas recentes de regressão: a eliminação precoce do Goiás na Copa Sul-Americana e a inexplicável demissão do técnico Cristóvão Borges pelo Atlético-GO. Os dois times disputarão a Série A do Brasileirão neste ano, mas se comportam como times pequenos da região.
O Goiás foi finalista da Copa Sul-Americana em 2010. Decidiu o título do segundo torneio mais importante do continente com o tradicional Independiente da Argentina. Perdeu o título na decisão por pênaltis. Venceu por 2 x 0, no Serra Dourada, mas perdeu por 3 x 1, em Avellaneda. Deu 5 x 3 para o “Rei de Copas” nos tiros da marca da cal.
O Goiás fez boa campanha no Brasileirão do ano passado (10º lugar). Apesar da venda de Michael para o Flamengo por R$ 34,5 milhões, houve continuidade do trabalho. Ney Franco dá sequência ao trabalho. A meta do Goiás deveria ser mais ousada. Ganhar o Goiano não é novidade. Continuar na primeira divisão do Brasileirão, o alvo principal. Ir além dos vices na Copa do Brasil (1990) e na Sul-Americana (2010), o plano mais ousado da temporada.
No entanto, o Goiás ficou pelo caminho na primeira fase. Repetiu os vexames do Fluminense e do Atlético-MG. Algoz esmeraldino, o Sol de América é o nono colocado na elite do Campeonato Paraguaio. Doze times disputam a liga nacional do país vizinho. Portanto, era possível, sim, ir adiante na competição continental. A campanha de 2010 prova isso.
Quanto ao Atlético-GO, a demissão de Cristóvão Borges é inexplicável. Ou melhor, explicável. O time goiano passa por um processo de transformação para clube-empresa. Há negociações em curso com investidores. Quem tem dinheiro, óbvio, faz exigências. Portanto, a demissão pode ter a ver com a injeção financeira no clube. Quem paga escolhe os colaboradores. Simples assim. Nada mais justifica a saída de um treinador com 66% de aproveitamento (quatro vitórias, dois empates e uma derrota). Prefiro não desconfiar de questões raciais. A justificativa oficial é a insatisfação com o estilo do treinador. Só descobriram isso agora???
Com a queda de Cristóvão Borges, quatro clubes da Série A trocaram de técnico em apenas um mês de temporada. O Botafogo trocou Alberto Valentim por Paulo Autuori. O Sport dispensou Guto Ferreira e contratou Daniel Paulista. O Ceará contratou Enderson Moreira e mandou Argel Fucks embora. Outros profissionais começam o ano pressionados. São os casos de Tiago Nunes, eliminado na segunda fase da Pré-Libertadores à frente do Corinthians; Rafael Dudamel, Odair Hellmann e Ney Franco após os fracasso de Atlético-MG, Fluminense e Goiás na largada da Copa Sul-Americana; e Roger Machado, instável depois do adeus do Bahia à Copa do Brasil. Dizem que, no Brasil, o ano começa depois do carnaval. Discordo. Mas se acham que é assim, 2020 começa do mesmo jeito de sempre no futebol brasileiro.
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