Junior Santos e Marlon Freitas comemoram a vitória alvinegra contra a LDU. Foto: Vitor Silva/Botafogo
Artur Jorge tem apenas 52 dias de trabalho no Botafogo, mas é possível notar alguns detalhes quase imperceptíveis durante o jogo do que ele pretende consolidar. Você pode interpretar o sistema tático dele como 4-2-3-1 ou 4-2-4, como eu prefiro, porém, chamo a atenção para um outro detalhe na vitória por 2 x 1 contra a LDU no estádio Nilton Santos.
O técnico português gosta de formar pares na construção. Ele vê a aproximação como um atalho para chegar ao gol adversário. O lateral Damián Suárez faz dupla com Luiz Henrique na direita. Quando um abre na ponta o outro constrói pelo meio. A dinâmica é a mesa com Hugo e Jeffinho na esquerda. Outra dupla dinâmica é Savarino e Júnior Santos. Basta observar o posicionamento médio do Botafogo em campo para a estratégia ficar clara. É praticamente um ninguém solta a mão de ninguém. Os volantes Danilo Barbosa e Marlon Freitas também jogam encostados com ou sem a posse de bola.
O setor direito do ataque flui mais do que esquerdo. Damián Suárez, por exemplo, deu um belíssimo lançamento longo no início do primeiro tempo e deixou o falso nove Junior Santos na cara do gol. O detalhe é a movimentação de Luiz Henrique. Ele abre como quem não quer nada para a ponta-direita. Damián age como um construtor e aciona Junior Santos por dentro no meio dos dois zagueiros da LDU. Resultado da sintonia com Luiz Henrique.
Damián Suárez arriscou um chute venenoso de fora da área. Estava perto de Luiz Henrique dando opção de ultrapassagem quando o parceiro decide inverter a bola com fita métrica para colocá-la no pé do lateral-esquerdo Hugo do outro lado no lance do primeiro gol. A finalização da cria alvinegra foi melhor do que a encomenda: no ângulo.
Além das aproximações, Arthur Jorge trabalha com trocas de posição. Dá uma “bugada” na marcação do adversário. O Botafogo não abriu o placar por pouco quando Luiz Henrique assumiu o papel de meia, acionou Savarino na ponta-direita e Jeffinho saiu na cara do gol. Todos eles trocaram de posição, inclusive Junior Santos. O falso nove só confundia a marcação.
As associações continuaram mesmo depois da saída de Luiz Henrique. O atacante deu lugar a Diego Hernández e Óscar Romero, substituto de Jeffinho na etapa final, passa a ocupar a meia direita nos avanços ofensivos. Damián Suárez aciona justamente ele no lance do segundo gol. Romero enxerga Junior Santos entre os três zagueiros do sistema 5-3-2 da LDU e o atacante alvinegro não desperdiça a oportunidade de decretar a vitória.
Os pares de Artur Jorge, os lançamentos curtos e longos, as invertidas de bola e as trocas de posição sempre com uma proposta vertical de jogo explorando a velocidade dos homens de frente não são as únicas armas do Botafogo. Marlon Freitas volta e meia se manda ao ataque e arrisca chutes de fora da área. Um deles defendido Dominguez.
Além da vitória, a melhor notícia para a torcida do Botafogo é o equilíbrio emocional. O Botafogo vinha de uma derrota em casa para o Bahia pelo Campeonato Brasileiro. Era obrigado a vencer a LDU para manter-se na disputa por uma vaga às oitavas. Sofreu gol da LDU no estádio Nilton Santos e não sentiu o golpe. Manteve os nervos de aço até o fim.
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